O dólar segue em queda nesta sexta-feira (14), refletindo um cenário global mais otimista, com um maior apetite por risco entre os investidores internacionais. A moeda americana encerrou o dia em baixa de 0,90%, cotada a R$ 5,7451, marcando a menor cotação desde o final de fevereiro. O cenário de maior confiança no exterior, aliado a dados positivos sobre a economia brasileira, ajudou o real a se fortalecer, com o dólar mais próximo dos R$ 5,70 do que dos R$ 5,80.
Com o fechamento do mercado no Brasil, o dólar à vista sofreu um recuo significativo, acumulando uma queda de 0,76% na semana. Já o dólar para abril, o mais negociado na B3, registrou uma desvalorização de 1,01%, cotado a R$ 5,7640 às 17h05. Esse movimento de queda do dólar no Brasil foi amplificado por um cenário de apetite por ativos mais arriscados no mercado global.
O que está por trás da queda do Dólar?
Um dos principais fatores que explicam essa queda do dólar foi o apetite renovado dos investidores internacionais por ativos mais arriscados. No cenário externo, o mercado reagiu positivamente a uma série de notícias econômicas. Uma das principais foi a afirmação de Chuck Schumer, líder da minoria no Senado dos Estados Unidos, de que votaria a favor de uma medida republicana para financiar o governo Trump até setembro. Isso afastou temporariamente o risco de uma paralisação nas atividades governamentais, o que aliviou o pessimismo nos mercados financeiros.
Além disso, o dado de inflação dos Estados Unidos, que desacelerou em fevereiro, alimentou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, poderá cortar as taxas de juros mais cedo do que se imaginava. Com isso, os investidores se animaram com o retorno das apostas em ativos de risco, como as ações, e isso refletiu diretamente no fortalecimento das moedas de mercados emergentes, como o real.
Outro fator que colaborou para essa reação positiva foi a China, que anunciou medidas para impulsionar o consumo interno e garantir um crescimento econômico mais estável. Isso fortaleceu as commodities e gerou um otimismo adicional no mercado global, impactando diretamente a cotação do dólar no Brasil.
Dívida pública brasileira e superávit primário contribuem para confiança no Real
No Brasil, a divulgação de dados econômicos também ajudou a alimentar um clima de otimismo. A dívida pública bruta do país registrou uma queda inesperada, atingindo 75,3% do PIB em janeiro, abaixo das expectativas do mercado, que era de 76,2%. O superávit primário, anunciado pelo Banco Central, sinalizou um controle maior sobre as finanças públicas, o que foi visto positivamente pelos investidores.
Esse dado surpreendeu o mercado, que já esperava um número mais alto, refletindo a estabilidade fiscal do Brasil e sua capacidade de manter os compromissos financeiros mesmo diante de desafios econômicos. Essa situação contribuiu para uma maior confiança dos investidores no real, ajudando a moeda brasileira a registrar uma valorização frente ao dólar.
Cenário internacional e expectativas de término da guerra na Ucrânia
O otimismo nos mercados também foi impulsionado por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu que há uma “chance muito boa” de que a guerra entre Rússia e Ucrânia possa chegar ao fim. Trump afirmou que as negociações com o presidente russo, Vladimir Putin, foram produtivas e que há possibilidades de um acordo para encerrar o conflito. Isso gerou um clima de alívio no mercado financeiro, uma vez que a incerteza sobre a guerra vinha pesando sobre as decisões econômicas e as expectativas de crescimento global.
Na Europa, outro fator positivo para os mercados foi o acordo alcançado entre partidos da Alemanha para reformular as regras de endividamento do país. Essa mudança nas regras fiscais alemãs deixou os investidores mais otimistas com o futuro da economia europeia, o que também impactou positivamente as moedas de mercados emergentes, como o real.
A Cotação do Dólar e suas implicações para o Brasil
Com a recente queda do dólar e a valorização do real, os brasileiros podem esperar um cenário mais favorável para compras internacionais e viagens ao exterior, já que a moeda americana perdeu força frente ao real. Além disso, a tendência de corte de juros nos Estados Unidos pode ajudar a manter essa dinâmica de valorização da moeda brasileira, desde que os fatores externos continuem sendo favoráveis.
A queda do dólar também pode aliviar as pressões sobre o custo da dívida pública brasileira, já que muitos dos compromissos financeiros do país estão denominados em dólares. Isso pode representar uma oportunidade para o governo brasileiro reduzir sua carga de juros e melhorar as finanças públicas.
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