O dólar fechou em baixa pela 11ª sessão consecutiva nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, alcançando a marca de R$ 5,81. Este é o maior período de queda ininterrupta desde 2005, quando a moeda dos Estados Unidos já havia registrado uma sequência negativa de 14 sessões. O recuo mais recente reflete um cenário que mistura tensões internacionais, decisões políticas e expectativas econômicas que estão modelando o futuro imediato do Brasil e do mundo.
A causa imediata dessa queda foi um anúncio de grande impacto: o governo dos Estados Unidos decidiu adiar por um mês a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México, uma medida que, de acordo com especialistas, poderia gerar uma pressão inflacionária global. A decisão foi tomada após uma “boa conversa” entre a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e o presidente dos EUA, Donald Trump. Como parte do acordo, o México enviará 10.000 soldados da Guarda Nacional para reforçar sua fronteira e combater o tráfico de drogas, especialmente o fentanil, substância mencionada por Trump como uma das grandes preocupações do governo americano.
A relação entre a queda do dólar e esse acordo internacional é clara. O adiamento das tarifas sobre o México contribui para aliviar uma das maiores fontes de incerteza no mercado global, trazendo um alívio para os investidores e resultando na redução da demanda por dólares. Esse movimento não só reflete um alívio momentâneo no cenário geopolítico, mas também indica o impacto de decisões políticas globais nas economias locais, como o Brasil.
Sequência de Baixas Imparável
Desde 17 de janeiro, o dólar não conseguiu registrar um único dia de alta, o que tornou a sequência de quedas ainda mais notável. Com a baixa acumulada de 5,88% no ano de 2025, a moeda dos EUA encerrou o dia cotada a R$ 5,8159, o menor valor desde 26 de novembro de 2024.
Esse movimento é uma mudança considerável quando comparado aos primeiros meses de 2024, quando a moeda americana subia a passos largos, impulsionada por incertezas políticas e econômicas globais. O panorama atual, com a queda do dólar, se conecta não apenas com os acordos entre EUA e México, mas também com o impacto das tarifas que estavam prestes a entrar em vigor. A imposição de tarifas de 25% sobre os produtos mexicanos e canadenses gerava um risco inflacionário nos Estados Unidos, o que, por sua vez, teria efeitos dominó em países emergentes como o Brasil, agravando a situação econômica interna.
Desafios e Perspectivas para o Mercado Brasileiro
O impacto da queda do dólar no Brasil pode ser interpretado de duas formas. Por um lado, a redução do valor da moeda norte-americana facilita a importação de produtos e serviços, aliviando a inflação no país. Por outro, o enfraquecimento do dólar traz um quadro de incerteza para as exportações brasileiras, que, com a desvalorização do real, podem perder competitividade no mercado externo.
Em 2025, as previsões econômicas internas são de uma leve alta na inflação, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) projetado para encerrar o ano em 5,51%, o que representa um aumento nas expectativas em relação à pesquisa anterior, o que pode gerar uma pressão adicional sobre o mercado.
Conclusão: O Jogo Geopolítico e Econômico
A queda do dólar pela 11ª sessão consecutiva é um reflexo não apenas das decisões econômicas internas do Brasil, mas também de um complexo jogo geopolítico. O acordo EUA-México alivia o mercado financeiro, e ao mesmo tempo, traz à tona questões que podem afetar o Brasil, que vive uma verdadeira montanha-russa econômica. Com a inflação projetada para subir e as tensões internacionais em constante movimento, o futuro da moeda brasileira segue incerto, e os investidores continuam atentos aos próximos passos das grandes potências econômicas.
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