Mato Grosso do Sul, 6 de junho de 2025
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Dólar fecha abaixo de R$ 5,60 e atinge menor nível em oito meses com alívio nas tensões comerciais após ligação entre Xi e Trump

Expectativa de trégua entre China e Estados Unidos impulsiona moedas de países emergentes e favorece commodities, enquanto fraqueza do mercado de trabalho dos EUA amplia desvalorização do dólar

O dólar encerrou a quinta-feira com forte queda no mercado brasileiro, rompendo novamente o patamar dos R$ 5,60 e atingindo o menor valor em oito meses. O movimento refletiu o recuo generalizado da moeda norte-americana no exterior, impulsionado por sinais de trégua nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, após uma inesperada conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping.

De acordo com a agência estatal chinesa Xinhua, o telefonema ocorreu nesta quinta-feira, a pedido do presidente americano, com o objetivo de buscar soluções para o impasse comercial que se arrasta há meses e que teve novos episódios de tensão após recentes acusações mútuas de descumprimento de acordos firmados em Genebra no mês passado. A Casa Branca já vinha sinalizando, desde o início da semana, a possibilidade do diálogo.

A notícia foi recebida com alívio pelos mercados internacionais, especialmente nas economias emergentes, cujas moedas são altamente sensíveis ao desempenho econômico da China, principal destino de exportações de commodities. O real foi uma das divisas que mais se fortaleceram, acompanhando o rand sul-africano e o peso chileno.

A moeda norte-americana à vista encerrou o dia com queda de 1,03%, cotada a R$ 5,5871, acumulando uma desvalorização de 9,58% no ano. Este foi o menor nível de fechamento desde 14 de outubro do ano passado, quando ficou em R$ 5,582. No mercado futuro, o dólar para julho, o contrato mais líquido no Brasil, cedia 0,87%, a R$ 5,6140, por volta das 17h06.

O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 5,587 na compra e na venda, enquanto o dólar turismo encerrou com a venda a R$ 5,652 e a compra a R$ 5,832.

O impacto positivo da ligação entre Trump e Xi também foi sentido nos mercados de commodities, com a valorização do petróleo, produto fundamental na pauta exportadora de muitos emergentes. A perspectiva de um arrefecimento nas tensões e a redução da possibilidade de novas tarifas protecionistas reanimaram o apetite dos investidores por ativos mais arriscados.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, avaliou que a conversa foi determinante para o avanço das moedas ligadas à exportação de produtos primários. “A ligação ajuda no otimismo de investidores de que os dois países vão manter uma trégua comercial e não voltarão a aplicar níveis proibitivos de tarifas. Isso está favorecendo o desempenho de commodities e de moedas de países exportadores mais ligados à China”, analisou o especialista.

Durante a sessão, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,5898, por volta das 10h41, à medida que os investidores digeriam a notícia do telefonema. Além disso, o movimento de queda foi reforçado por sinais emitidos pelo Banco Central Europeu (BCE), que indicou uma pausa no seu ciclo de corte de juros, gerando mais estabilidade nos mercados financeiros globais.

A desvalorização do dólar também encontra respaldo em fatores domésticos nos Estados Unidos, onde a economia vem apresentando sinais de desaceleração. A semana foi marcada pela divulgação de indicadores mais fracos que o esperado, alimentando preocupações quanto à sustentabilidade do crescimento norte-americano.

Na quarta-feira, relatório da ADP revelou que o setor privado dos EUA criou menos vagas de emprego do que o previsto para o mês de maio, enquanto o índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) apontou para uma contração no setor de serviços no mesmo período. Esses dados se somaram ao anúncio desta quinta-feira, de que os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram para 247 mil, acima das projeções de 235 mil, ampliando as incertezas sobre a solidez do mercado de trabalho americano.

A percepção crescente entre analistas é de que a política comercial errática do governo Trump começa a provocar efeitos negativos sobre a própria economia dos Estados Unidos, gerando um movimento de aversão ao dólar no mercado global.

Nesse contexto, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, recuava 0,31%, para 98,490 pontos, aproximando-se de mínimas históricas. A queda do dólar no exterior favorece o fortalecimento de moedas de países emergentes e impulsiona o fluxo de capitais para mercados considerados mais atrativos.

Agora, o foco dos investidores se volta para a divulgação, nesta sexta-feira, do relatório oficial de emprego do governo americano, que deverá trazer novos elementos sobre a saúde econômica dos Estados Unidos e poderá influenciar os próximos movimentos do mercado cambial.

O cenário internacional permanece altamente sensível aos desdobramentos das negociações entre China e Estados Unidos, bem como ao comportamento dos indicadores econômicos americanos, fatores que continuarão a moldar a trajetória do dólar nos próximos dias.

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