Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Dólar fecha com alta de 1%, a R$ 5,85, com exterior e temores de recessão nos EUA

Mercados globais reagem a incertezas econômicas e investidor foge de ativos de risco; expectativas em torno das políticas tarifárias de Trump geram volatilidade
Imagem - (Stock Adobe/Montagem IM - Leo Albertino)
Imagem - (Stock Adobe/Montagem IM - Leo Albertino)

O dólar à vista encerrou o pregão desta segunda-feira (9) em alta de 1,13%, cotado a R$ 5,8549, refletindo o movimento de aversão ao risco nos mercados globais. A alta foi impulsionada por uma série de fatores, entre eles a crescente preocupação com a recessão nos Estados Unidos e as incertezas relacionadas às políticas tarifárias do presidente Donald Trump. Além disso, o mercado financeiro segue atento às próximas medidas do Federal Reserve (Fed) e à evolução da situação política e econômica no Brasil.

O aumento do dólar foi um reflexo do cenário internacional, que tem gerado um clima de cautela nos investidores. “As moedas emergentes e os ativos de risco em geral estão sendo liquidadas diante da possibilidade de uma recessão nos EUA. O real, como uma moeda de mercado emergente, se destaca como uma das mais vulneráveis neste cenário”, explica Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank. Durante o dia, a moeda americana chegou a atingir R$ 5,8722 (+1,43%) na máxima do dia, antes de reduzir os ganhos e fechar cotada a R$ 5,8549.

O que gerou a alta do dólar?

O cenário atual no mercado cambial reflete um aumento significativo da aversão ao risco, com investidores reagindo negativamente aos últimos dados econômicos dos Estados Unidos. Na sexta-feira, o relatório de emprego de fevereiro nos EUA mostrou a criação de apenas 151.000 postos de trabalho, número abaixo das expectativas, o que gerou incertezas sobre a recuperação da economia norte-americana.

Além disso, o clima de tensão se intensificou após declarações do presidente Donald Trump, feitas no fim de semana, durante uma entrevista à Fox News. Trump evitou prever se os EUA passarão por uma recessão, mas alertou sobre um “período de transição” em relação às tarifas impostas a países como Canadá, México e China. Esses comentários aumentaram a incerteza sobre o impacto das medidas comerciais do governo americano, especialmente em um momento de desaceleração econômica.

A combinação de dados fracos de emprego, o pessimismo gerado pelas ameaças tarifárias de Trump e a crescente inquietação com a economia global geraram uma fuga dos investidores dos ativos de risco, o que resultou em uma valorização do dólar frente a diversas moedas emergentes, incluindo o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

O impacto no mercado brasileiro

No Brasil, a pressão do dólar sobre a economia continua a ser um tema central. Embora o governo federal tenha adotado algumas medidas para controlar a inflação, como a decisão de zerar a alíquota de importação de produtos como carne, café, açúcar e milho, o mercado segue cauteloso com as perspectivas fiscais do país. O recente declínio na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também contribui para a sensação de incerteza, e investidores se mostram reticentes quanto às ações do governo para equilibrar as contas públicas e garantir a estabilidade econômica.

Além disso, a evolução da política monetária do Brasil também influencia o comportamento do câmbio. O Banco Central do Brasil, nesta segunda-feira, realizou uma operação de venda de contratos de swap cambial, uma medida para suavizar as flutuações cambiais e evitar um impacto negativo maior sobre a moeda local. Mesmo com essas ações, o mercado segue atento ao comportamento do dólar e suas possíveis consequências para o comércio e a inflação.

Expectativas em torno do Fed

Outro fator que tem influenciado os mercados globais e, por conseguinte, o dólar, é a política monetária do Federal Reserve. Em discurso recente, Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que o banco central dos Estados Unidos manterá uma postura cautelosa ao analisar os próximos passos de sua política monetária. Embora o mercado tenha apostado em três cortes de juros pelo Fed neste ano, a expectativa é de que esses cortes sejam realizados apenas a partir de junho.

Essa situação de incerteza, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, mantém o mercado financeiro apreensivo. Os investidores seguem atentos aos próximos passos do governo de Trump, do Federal Reserve e às possíveis reações políticas no Brasil, aguardando mais notícias sobre as medidas econômicas e suas consequências.

O futuro do câmbio e os reflexos na economia

Com o dólar em alta e as tensões no cenário internacional, a volatilidade no mercado cambial deve continuar nos próximos meses. Para o Brasil, esse cenário pode representar desafios adicionais, especialmente no que diz respeito ao controle da inflação e ao crescimento econômico.

No entanto, algumas expectativas positivas também surgem a partir das ações do Banco Central e do governo brasileiro para conter os efeitos da alta do dólar. O futuro do real dependerá, em grande parte, das decisões políticas e econômicas dos próximos meses, tanto em relação ao cenário externo quanto à evolução das contas públicas e à confiança do mercado na gestão econômica do país.

Por enquanto, os investidores continuam cautelosos, monitorando de perto as notícias sobre a economia dos Estados Unidos e as possíveis medidas para conter a desaceleração global. O impacto das tarifas impostas por Trump, as decisões do Fed e as condições fiscais no Brasil seguem sendo fatores cruciais para os rumos do mercado cambial e da economia global.

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