O dólar deu uma trégua nesta sexta-feira e encerrou o dia em baixa, cotado a R$ 5,65, trazendo um respiro para o mercado brasileiro logo após o feriado do Dia do Trabalhador. O recuo da moeda norte-americana foi puxado por dois fatores principais: a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos, que apontaram uma leve desaceleração no ritmo de criação de vagas, e a expectativa de retomada de diálogo entre Estados Unidos e China sobre a guerra comercial.
A notícia de que o governo chinês está analisando uma nova proposta dos Estados Unidos para retomar as negociações sobre tarifas pesadas impostas pelo presidente Donald Trump acendeu uma chama de otimismo entre investidores globais. Mesmo sem acordo oficial, só o fato de ambos os lados estarem dispostos a conversar já foi o bastante para movimentar os mercados e estimular a procura por ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes caso do real.
Mercado de trabalho nos Estados Unidos dá sinais mistos, mas não assusta investidores
O relatório de empregos divulgado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostrou que foram criadas 177.000 novas vagas no setor não agrícola em abril. Esse número é menor que o registrado em março, que foi revisado para 185.000, mas ainda assim ficou acima da mediana das projeções do mercado, que era de 130.000.
A taxa de desemprego ficou estável em 4,2%, o que indica que a economia norte-americana segue aquecida, mesmo em meio às incertezas causadas pelas tarifas comerciais impostas por Donald Trump.
Esses dados, apesar de mostrarem desaceleração, não provocaram medo de recessão e foram bem recebidos pelos investidores, que interpretaram como um sinal de que o Federal Reserve pode seguir mais cauteloso em relação à elevação dos juros, o que tende a manter o dólar sob controle.
Cotação do dólar hoje e comportamento do mercado
Com liquidez reduzida após o feriado no Brasil, o dólar comercial encerrou a sessão com queda de 0,36%, vendido a R$ 5,6561. Na mínima do dia, a moeda chegou a ser negociada a R$ 5,6763, registrando recuo de quase 0,9%. Na semana, o dólar acumulou perda de 0,60%.
No mercado futuro, o contrato para junho o mais negociado caiu 0,23%, encerrando a R$ 5,6910. Já o dólar turismo fechou o dia com cotação de R$ 5,680 para compra e R$ 5,860 para venda.
Investimentos estrangeiros voltam com força ao Brasil
Outro fator que influenciou a valorização do real foi a entrada de capital estrangeiro nos últimos dias. Analistas apontam que investidores internacionais têm apostado no mercado brasileiro, especialmente na bolsa de valores, onde ainda enxergam oportunidades com bom custo-benefício.
Além disso, a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 14,25%, continua atraente para quem busca renda fixa. A expectativa é de que o Banco Central eleve a Selic em 0,50 ponto percentual na próxima reunião, o que pode aumentar ainda mais o apetite dos gringos por ativos brasileiros.
Olhos atentos para decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos
Na próxima semana, os mercados estarão de olho nas decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova Selic. Lá fora, o Federal Reserve também fará sua reunião, a primeira desde que Trump anunciou novas tarifas em abril.
Esses encontros devem trazer pistas importantes sobre os rumos da economia global e influenciar diretamente a cotação do dólar nos próximos dias.
Enquanto isso, o índice DXY, que mede o valor do dólar frente a outras seis moedas fortes, caiu 0,11% nesta sexta, chegando a 100,030 pontos.
O mercado continua sensível às notícias geopolíticas e econômicas, e qualquer novidade entre Estados Unidos e China pode mudar o jogo rapidamente. Por ora, o alívio no câmbio é bem-vindo, principalmente para importadores e consumidores brasileiros, que sentem diretamente o peso do dólar no preço de diversos produtos.
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