O dólar à vista passou a operar em alta ante o real, na contramão do recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de exportadores de commodities e emergentes no exterior, com investidores digerindo dados de inflação ao produtor nos EUA e da participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento em São Paulo.
O índice de preços ao produtor (PPI na sigla em inglês) dos Estado Unidos subiu 0,2% em junho na comparação mensal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice avançou 2,6%, o mais alto desde março 2023.
A alta mensal foi maior que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa um PPI de 0,1%. Para o indicador em 12 meses, também era esperada uma inflação menos intensa, de 2,3%.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 10h41, o dólar comercial operava em alta de 0,25%, a R$ 5,456 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto (DOLc1) subia 0,45%, a 5.475 pontos.
Na véspera a moeda norte-americana à vista encerrou cotada a R$ 5,441 na venda, em alta de 0,53%. Em 2024, a divisa acumula elevação de 12,17%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,423
- Venda: R$ 5,425
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,474
- Venda: R$ 5,654
O que acontece com dólar hoje?
Depois de abrir em baixa perante o real, a divisa americana passou a subir, numa tendência oposta à da maior parte das divisas globais, que se fortalecem contra o dólar.
Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o PPI americano acima do esperado para o mês de junho, não deve ser capaz de anular o otimismo gerado pelo CPI mais fraco de ontem, porque as preocupações dos investidores em geral e do Federal Reserve com a inflação americana estão mais focadas com o setor de serviços e menos com o setor produtivo de bens, que acaba tendo um peso maior dentro do PPI.
Depois de abrir em baixa perante o real, a divisa americana passou a subir, numa tendência oposta à da maior parte das divisas globais, que se fortalecem contra o dólar.
Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o PPI americano acima do esperado para o mês de junho, não deve ser capaz de anular o otimismo gerado pelo CPI mais fraco de ontem, porque as preocupações dos investidores em geral e do Federal Reserve com a inflação americana estão mais focadas com o setor de serviços e menos com o setor produtivo de bens, que acaba tendo um peso maior dentro do PPI.
Mattos chamou a atenção para o fato que ontem foi vista uma rápida valorização do Iene, moeda do Japão, depois da divulgação do CPI americano, chegando a subir quase 3% contra o dólar, o que levou a uma suspeita bastante de que houve uma intervenção das autoridades econômicas japonesas no nível da moeda, evitando uma desvalorização muito grande e comprando o Iene para fortalecê-lo, dado que o fortalecimento foi muito rápido e concentrado. “No passado recente, este ano ainda, autoridades do Japão fizeram intervenções no mercado de moedas sem avisar o mercado financeiro e só confirmando o fato alguns dias depois. Então suspeita-se que ontem aconteceu isso”, lembra o analista.
“Hoje o Iene valorizou também de forma rápida, ao redor de 0,6% em relação ao dólar”, destaca Leonel Mattos.
Para ele, a valorização do Iene hoje pode estar por trás dessa inversão do sentido do real para a alta. Segundo o analista, o Iene é uma moeda muito utilizada por operadores do mercado financeiro para fazer operações de carry trade. “Ou seja, é muito comum que investidores tomem financiamentos no sistema financeiro japonês a juros muito baixos e busquem alternativas de juros elevados para investimentos.”
“Quando o investidor faz isso, no início da operação, gera-se moeda internamente no Japão, o iene é vendido e por isso há uma tendência de enfraquecimento do real”, explica.
