O dólar comercial encerrou a sexta-feira, 20 de junho, em alta de 0,47%, cotado a R$5,5270, após um dia de oscilação influenciado por fatores domésticos e externos. A sessão foi marcada por ajustes do mercado à elevação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada na quarta-feira, e por crescente tensão geopolítica entre Israel e Irã, o que alimentou a aversão ao risco nos mercados globais. Apesar do avanço no dia, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,26% na semana e já registra recuo de 10,55% em 2025.
A jornada pós-feriado foi de liquidez reduzida, com menor volume de negócios, mas com volatilidade expressiva. Logo pela manhã, o dólar reagiu em queda à decisão do Banco Central de elevar a Selic em 25 pontos-base, de 14,75% para 15,00%, surpreendendo parte relevante dos agentes financeiros. A cotação mínima chegou a R$5,4771 às 10h24, impulsionada pela perspectiva de que o diferencial de juros em relação ao mercado internacional favoreceria o ingresso de capitais no país.
No entanto, ao longo do dia, a valorização da moeda norte-americana no exterior, impulsionada por temores sobre a escalada do conflito no Oriente Médio, reverteu a trajetória local. Em especial, os investidores monitoraram declarações da Casa Branca indicando que o presidente dos Estados Unidos decidirá nas próximas semanas sobre eventual envolvimento militar no conflito. A possibilidade de uma intervenção americana trouxe incertezas adicionais ao ambiente financeiro global.
O especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone, explicou que a volatilidade da moeda reflete múltiplos fatores. “O dólar realmente ameaçou uma queda, em função do Copom, mas há outras coisas que podem influenciar o dólar e que ainda estão para acontecer, como uma eventual atuação dos EUA na guerra do Irã”, afirmou. Segundo ele, a aversão ao risco gerada pelo cenário internacional tem mantido a demanda por ativos considerados seguros, como o dólar.
No mercado futuro da B3, o contrato de dólar para julho – o mais líquido atualmente – cedia 0,71% no final da tarde, a R$5,5335. Já o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas relevantes, subia 0,13%, a 98,799 pontos.
O comunicado do Copom, divulgado na noite de quarta-feira, também teve peso na interpretação do mercado. Embora tenha elevado a Selic, o BC indicou uma postura mais conservadora ao afirmar que pretende manter a taxa no atual patamar na próxima reunião, a fim de avaliar os impactos das altas anteriores. A sinalização, no entanto, deixou aberta a possibilidade de retomada do ciclo de elevações, caso as condições macroeconômicas justifiquem.
Segundo analistas, esse posicionamento reforça o compromisso do Banco Central com a estabilidade monetária e com o controle da inflação, o que tende a fortalecer os fundamentos da economia brasileira no médio prazo. Ainda assim, a sensibilidade do câmbio a fatores geopolíticos e externos permanece elevada.
Nos próximos dias, os mercados devem continuar acompanhando de perto os desdobramentos da crise no Oriente Médio, além de indicadores econômicos nos Estados Unidos e na zona do euro. A condução da política monetária americana e os dados de inflação globais também seguirão no radar dos investidores.
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