Mato Grosso do Sul, 28 de maio de 2025
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Dólar recua a R$ 5,64 contrariando tendência internacional após divulgação do IPCA-15 abaixo do esperado

Indicador sugere desaceleração da inflação no Brasil, fortalece o real e impulsiona otimismo nos mercados financeiros
IPCA-15 subiu 0,36% em maio, após alta de 0,43% no mês anterior
IPCA-15 subiu 0,36% em maio, após alta de 0,43% no mês anterior

O dólar encerrou a terça-feira em queda acentuada frente ao real, destoando do cenário internacional de valorização da moeda norte-americana. A cotação registrou baixa de 0,52%, alcançando R$ 5,6464, movimento amplamente atribuído à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que indicou desaceleração da inflação brasileira em maio.

O desempenho da moeda norte-americana no Brasil contrastou com o fortalecimento observado no exterior, onde o dólar se apreciava diante da maioria das moedas globais. No entanto, a leitura mais benigna da inflação doméstica contribuiu para estimular o apetite ao risco e atrair fluxos de capital estrangeiro, favorecendo ativos locais.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira, o IPCA-15 subiu 0,36% em maio, após avanço de 0,43% no mês anterior. No acumulado de 12 meses, o índice ficou em 5,40%, inferior à expectativa do mercado, que projetava altas de 0,44% no mês e de 5,49% no acumulado anual, conforme pesquisa realizada pela Reuters.

Mais do que o resultado agregado, a abertura dos dados revelou sinais claros de desaceleração nos chamados núcleos de inflação, componentes que excluem itens mais voláteis como alimentos e energia. Essa leitura reforçou a percepção de que o processo inflacionário está cedendo no país, o que pode abrir espaço para ajustes na política monetária.

Em resposta ao indicador, o real se valorizou e a Bolsa de Valores brasileira apresentou expressiva recuperação, com o Ibovespa avançando mais de 1% no dia. Paralelamente, as taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) registraram queda, enquanto o dólar perdeu força durante toda a sessão, mesmo diante do viés de alta da divisa nos mercados internacionais.

“O IPCA trouxe otimismo, e ainda temos uma bolsa descontada, uma taxa de juros alta. Tudo isso atrai o capital estrangeiro”, avaliou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, ao comentar a reação positiva dos investidores ao dado inflacionário.

Durante a manhã, o dólar chegou a atingir a máxima de R$ 5,6731, às 10h49, pouco após o Banco Central realizar leilão de linha, no qual vendeu US$ 500 milhões dos US$ 1 bilhão ofertados para rolagem do vencimento de 2 de julho. A operação, que consiste na venda de moeda com compromisso de recompra, não conteve o movimento de apreciação do real.

Com o decorrer do pregão, a pressão de venda sobre a moeda americana se intensificou, levando o dólar à mínima de R$ 5,6408, às 15h54, antes de fechar a R$ 5,6464. O contrato futuro para junho, o mais líquido no momento, recuava 0,30%, sendo negociado a R$ 5,6520 na B3 às 17h05.

Segundo Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, além do impacto do IPCA-15, o mercado ainda ajustava posições após a decisão do governo federal de revogar a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em algumas transações cambiais. “Saíram dados bons do IPCA-15, que acabaram fortalecendo a bolsa e o real. Eles, de certo modo, chancelaram o movimento de correção no câmbio à história do IOF”, destacou.

Para o especialista, no entanto, o dólar tende a continuar oscilando em uma faixa restrita, entre R$ 5,60 e R$ 5,70, até que surjam novidades mais significativas. Entre os fatores que seguem no radar dos investidores estão a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o cenário fiscal brasileiro, ainda marcado por incertezas.

Apesar da queda expressiva no Brasil, no cenário internacional o dólar registrava valorização. Às 17h24, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,65%, alcançando 99,602 pontos.

No mercado de câmbio, a cotação do dólar comercial para compra e venda encerrou o dia em R$ 5,646. Já no segmento de turismo, a moeda norte-americana foi vendida a R$ 5,695 e comprada a R$ 5,875, refletindo a tradicional diferença em relação ao câmbio comercial.

Os próximos dias devem ser marcados pela expectativa em torno de novos indicadores econômicos, tanto no Brasil quanto no exterior, que poderão definir os rumos do mercado cambial. Por ora, o alívio trazido pelo IPCA-15 renova o otimismo dos investidores e reforça a atratividade dos ativos brasileiros, mesmo diante de um ambiente internacional desafiador.

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