Em um dia marcado por relativa calma nos mercados internacionais, o dólar voltou a cair no Brasil e encerrou a terça-feira, 8 de julho, cotado abaixo dos R$ 5,45, revertendo a alta expressiva registrada na véspera. O recuo da divisa norte-americana reflete o arrefecimento das tensões geradas pelas declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente ameaçou impor tarifas de até 40% sobre produtos de diversos países, incluindo parceiros comerciais estratégicos.
A moeda à vista terminou o dia em queda de 0,63%, negociada a R$ 5,4466. Já o dólar comercial encerrou com retração de 0,59%, tanto na compra quanto na venda, cotado em R$ 5,445. A cotação do dólar para agosto, o contrato mais negociado na B3, também recuou 0,82%, fechando em R$ 5,4755.
O dólar turismo seguiu a tendência, com a cotação de compra em R$ 5,476 e de venda em R$ 5,656. A desvalorização observada nesta terça-feira anulou parte do impacto causado pela alta de mais de 1% registrada na sessão anterior, quando os mercados reagiram de forma abrupta às declarações do ex-presidente norte-americano, que voltaram a ameaçar o equilíbrio comercial global.
Apesar de novas ameaças tarifárias terem sido reiteradas por Trump nas últimas horas — com foco em países do Brics e aliados asiáticos, como Japão e Coreia do Sul os investidores globais ajustaram suas expectativas. Analistas apontam que o mercado já assimilou a retórica do ex-presidente como parte do discurso eleitoral que marca sua tentativa de retorno à Casa Branca, o que, por ora, reduziu a aversão ao risco.
O real se destacou positivamente entre as moedas de países emergentes e exportadores de commodities, acompanhando o desempenho do rand sul-africano e do peso mexicano. Após abrir a sessão em alta, o dólar à vista atingiu sua máxima às 9h, cotado a R$ 5,4890, mas inverteu a trajetória e recuou até a mínima de R$ 5,4357 por volta das 15h56.
No cenário interno, declarações do presidente em exercício do Banco Central, Gabriel Galípolo, também influenciaram a percepção dos agentes econômicos. Galípolo reafirmou o compromisso da autoridade monetária com a meta contínua de inflação de 3% ao ano e demonstrou confiança na política de juros adotada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), atualmente em 15%. Segundo ele, ainda que impopular, a medida é necessária para assegurar a estabilidade econômica no médio e longo prazo.
Durante a manhã, o Banco Central manteve sua operação rotineira de rolagem e vendeu integralmente os 35 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados ao mercado, medida que contribui para a manutenção da liquidez e controle da volatilidade do câmbio.
No exterior, o índice do dólar, que compara o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, entre elas o euro e o iene, registrava alta de 0,13% ao fim da tarde, sustentado, em parte, pela valorização ante o iene japonês, penalizado por estar entre os países diretamente citados nas ameaças tarifárias de Trump.
A oscilação da moeda norte-americana ao longo desta semana evidencia a volatilidade do mercado diante das incertezas geopolíticas e comerciais. Para os analistas, embora o cenário internacional siga pressionado por discursos protecionistas, o ambiente ainda se mantém favorável a economias emergentes como a brasileira, sobretudo em momentos de realinhamento das expectativas globais.
A tendência, contudo, é de cautela. Novos desdobramentos das declarações de Trump e a reação dos países afetados por possíveis medidas tarifárias poderão reacender a instabilidade. A dinâmica do dólar seguirá, portanto, sensível não apenas aos fundamentos econômicos, mas também ao cenário político internacional.
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