Após uma sequência de avanços firmes, o dólar teve um dia de leve retração nesta sexta-feira, encerrando os negócios em baixa de 0,20% frente ao real. A sessão foi marcada por acomodação nos mercados e ajustes pontuais, num cenário de cautela diante da ausência de novos gatilhos relevantes e da expectativa por indicadores econômicos norte-americanos que serão divulgados nas próximas horas.
O dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,6690 para compra e venda, após oscilar em faixa estreita ao longo da sessão. Na semana, entretanto, a divisa acumula alta de 0,25%, refletindo principalmente as incertezas externas e o ressurgimento de preocupações com o cenário fiscal brasileiro. Na B3, às 17h03, o contrato de dólar futuro com vencimento em junho — o mais líquido — recuava 0,31%, sendo negociado a R$ 5,6860.
Em um ambiente de agenda econômica esvaziada, a cautela dos investidores predominou. Nos mercados de câmbio globais, a divisa dos Estados Unidos apresentou variações modestas, tanto em relação a moedas fortes, como o euro e o iene, quanto frente a moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno. As oscilações sutis refletem a expectativa dos agentes quanto aos próximos passos da política monetária norte-americana, especialmente após dados recentes de inflação e vendas no varejo abaixo das projeções.
A divulgação dos números de confiança do consumidor nos Estados Unidos, prevista para as 11h, era um dos eventos mais aguardados do dia. O mercado permanece atento aos sinais emitidos pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, que poderá adotar cortes na taxa de juros ainda este ano. Atualmente, operadores do mercado precificam 56 pontos-base de afrouxamento até dezembro, com alta probabilidade de redução já na reunião de setembro.
O ambiente internacional ainda está sob influência de movimentos comerciais entre os Estados Unidos e parceiros estratégicos. O otimismo inicial da semana, motivado por acordos com o Reino Unido e com a China, perdeu fôlego diante da ausência de anúncios concretos adicionais. As tarifas impostas durante o governo de Donald Trump seguem como tema central, uma vez que analistas ainda consideram seus efeitos recessivos a nível global. Embora Trump tenha recuado parcialmente na abordagem tarifária, os impactos e desdobramentos dessa política permanecem no radar.
No cenário doméstico, o foco voltou-se para a situação fiscal brasileira. Na quinta-feira, rumores de que o governo federal estaria preparando uma série de medidas para fortalecer a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva geraram instabilidade no mercado, especialmente após especulações sobre um possível reajuste do programa Bolsa Família em 2026. A reação foi imediata, com o dólar disparando ao longo da tarde e pressionando o real.

A tensão, contudo, foi amenizada no final do dia após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negar a existência de tais medidas populistas. Haddad assegurou que o governo está focado em ações pontuais para garantir o cumprimento das metas fiscais, afastando os temores de um desvio do compromisso com o equilíbrio das contas públicas. Com isso, o dólar à vista encerrou a quinta-feira em alta de 0,84%, cotado a R$ 5,6803, mas cedeu parte desse avanço na sessão seguinte.
No mercado de turismo, o dólar também apresentou leve variação. A cotação de venda ficou em R$ 5,735, enquanto a de compra foi registrada a R$ 5,915. A diferença entre os valores comerciais e turísticos reflete os custos adicionais aplicados pelas casas de câmbio, como impostos e margens operacionais.
A tendência para os próximos dias segue indefinida. O ritmo de divulgação dos indicadores econômicos globais e os desdobramentos das pautas fiscais no Brasil deverão seguir como os principais vetores para o comportamento da taxa de câmbio. Enquanto isso, os investidores preferem adotar posturas defensivas, evitando apostas significativas até que o cenário ofereça maior clareza.
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