O dólar voltou a subir com força nesta terça-feira e deixou muita gente de cabelo em pé. Depois de dois dias mais tranquilos para o mercado brasileiro, a moeda americana fechou o dia cotada a R$ 5,8909, se aproximando da temida barreira dos R$ 6. O motivo? Uma mistura de decisões polêmicas dos Estados Unidos, pressão nas relações com a China e muito nervosismo entre investidores do mundo inteiro.
No começo do dia, o dólar até chegou a cair um pouquinho, mas logo inverteu o rumo. O movimento lá fora já mostrava que o dia seria agitado. Em vários países, o dólar estava ganhando força, e aqui no Brasil não foi diferente. O avanço da moeda foi puxado principalmente pela tensão nas negociações entre os Estados Unidos e outros países, além da expectativa por discursos de autoridades do Federal Reserve, o banco central americano.
A confusão começou com uma atitude inesperada da Casa Branca. Primeiro, o governo americano anunciou novas tarifas sobre produtos chineses. Depois, mudou de ideia e retirou parte dessas tarifas, como as que atingiriam smartphones, computadores e outros eletrônicos. Essa mudança repentina deixou os mercados ainda mais inseguros. A incerteza virou regra.
Donald Trump, que já está em campanha para tentar voltar à presidência, voltou a colocar lenha na fogueira. Ele disse que pode rever as tarifas de 25% sobre importações de automóveis e autopeças de países como México e Canadá. E pra piorar, a China respondeu na mesma moeda: mandou as companhias aéreas do país suspenderem compras de aviões e peças da americana Boeing, acirrando ainda mais a guerra comercial entre os dois gigantes.
Enquanto isso, o Japão tenta se manter no meio do caminho. O ministro da Economia japonês, Ryosei Akazawa, disse que está disposto a colaborar com os Estados Unidos, mas só se for em acordos que beneficiem os dois lados. Ele vai viajar a Washington nos próximos dias para conversar com autoridades americanas sobre comércio.
Essas trocas de farpas entre potências impactam diretamente o Brasil. Quando há risco lá fora, os investidores correm para o dólar como forma de proteção. E isso faz com que a moeda suba por aqui. Além disso, os juros dos Estados Unidos também estão em alta, o que atrai mais capital para lá e tira força de mercados emergentes como o nosso.
Mesmo com a divulgação da deflação no IGP-10 de abril, que seria um dado positivo para a economia brasileira, os juros futuros subiram junto com o dólar. Isso mostra que a tensão externa está pesando mais do que os dados internos.
A cotação oficial fechou assim:
- Dólar à vista: R$ 5,8909, com alta de 0,66%
- Dólar comercial: compra a R$ 5,890 e venda a R$ 5,891
- Dólar turismo: compra a R$ 5,912 e venda a R$ 6,092
E abril nem chegou na metade e o dólar já acumula uma alta de 3,22% só neste mês.
Enquanto isso, os bancos americanos seguem publicando seus resultados. O Bank of America anunciou um lucro de US$ 7,4 bilhões no primeiro trimestre, abaixo do que teve no mesmo período do ano passado, mas ainda assim acima das expectativas. Isso mostra que, apesar da turbulência, o setor financeiro ainda consegue manter a cabeça fora da água.
Por aqui, o brasileiro fica cada vez mais atento aos próximos passos do dólar. Quem depende da moeda para viajar, importar ou negociar com o exterior já está sentindo a pressão. E enquanto as decisões globais continuarem imprevisíveis, o sobe e desce do câmbio deve continuar mexendo com o bolso de todo mundo.
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