A ousadia do tráfico de drogas não tem limite. Durante uma operação de fiscalização na BR-262, em Corumbá, três bolivianos foram presos transportando cocaína de maneira inusitada: além de esconderem parte da droga dentro da cueca, eles também ingeriram cápsulas do entorpecente para tentar despistar a polícia. A ação, realizada neste domingo (16), foi divulgada apenas nesta segunda-feira (17) e mobilizou agentes da Receita Federal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
A abordagem aconteceu durante a fiscalização de um ônibus clandestino e outros veículos suspeitos que trafegavam na região. Além da droga encontrada com os bolivianos, a operação também resultou na apreensão de aproximadamente duas toneladas de produtos contrabandeados, incluindo roupas falsificadas e alimentos sem procedência legal.
O esquema: cocaína escondida e ingerida
Com o trio, os policiais encontraram aproximadamente 5 kg de pasta base de cocaína. Para despistar a fiscalização, parte da droga estava escondida dentro de frascos de condicionador e outra parte foi disfarçada na cueca de um dos envolvidos. Mas o que mais chamou atenção foi a forma extrema como tentaram esconder o restante da droga: os bolivianos ingeriram cápsulas de cocaína.
Após a prisão, os homens foram levados para um hospital onde passaram por exames de raio-x, que confirmaram a presença de cerca de 100 cápsulas de droga no estômago de cada um. Caso alguma dessas cápsulas rompesse dentro do organismo, a quantidade seria fatal.
De acordo com os detidos, o destino final da cocaína era o estado de São Paulo. Eles revelaram que receberiam R$ 2,5 mil cada um pelo transporte do entorpecente. A polícia acredita que a quantia seja apenas um pagamento inicial e que o valor final da transação poderia ser ainda maior.

Raio-x mostra cápsulas de cocaína no estômago de boliviano (Foto: Divulgação)
Contrabando e risco à saúde pública
Além da droga, a fiscalização flagrou uma grande quantidade de mercadorias contrabandeadas no ônibus clandestino abordado. Entre os produtos apreendidos estavam alimentos de origem duvidosa e vestuários falsificados, que seriam revendidos no comércio informal de várias cidades brasileiras. Essas apreensões fazem parte de um esforço contínuo da Receita Federal para combater o comércio irregular, que prejudica o comércio formal, impacta a arrecadação de impostos e pode colocar em risco a saúde da população.
A Receita Federal reforçou que operações desse tipo são fundamentais para coibir tanto o tráfico de drogas quanto a entrada de produtos ilegais no país. “Nosso compromisso é continuar combatendo o comércio irregular de mercadorias e o tráfico de entorpecentes, protegendo a saúde pública e reduzindo os prejuízos ao comércio e ao agronegócio brasileiro”, declarou a instituição em nota oficial.
Destino dos presos e próximos passos da investigação
Após serem detidos, os três bolivianos foram encaminhados para a Santa Casa de Corumbá, onde permanecerão até expelirem todas as cápsulas ingeridas. Somente após esse procedimento, eles serão transferidos para a Delegacia da Polícia Federal, onde responderão por tráfico internacional de drogas, crime que pode resultar em penas severas.
A polícia segue investigando se há uma organização criminosa maior por trás do transporte da cocaína e se o trio faz parte de uma rede mais ampla de tráfico entre Bolívia e Brasil.
A apreensão demonstra mais uma vez que o tráfico não mede esforços para tentar burlar a fiscalização e mostra a importância de operações constantes na fronteira para evitar a entrada de drogas no país.
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