A partir do dia 17 de fevereiro, os estudantes da rede estadual de Mato Grosso do Sul vão ter que encarar uma nova rotina: celulares e tablets estão proibidos dentro das escolas. A medida, regulamentada pelo governador Eduardo Riedel, segue a lei federal e tem como objetivo melhorar a atenção e o rendimento dos alunos. Mas a decisão gerou opiniões diversas entre pais, estudantes, professores e especialistas.
A proibição se aplica a todos os espaços escolares, desde salas de aula até os intervalos, recreios e atividades extracurriculares. Quem levar o celular precisará mantê-lo desligado e guardado na mochila durante todo o período escolar. Caso descumpra a regra, o estudante pode receber advertência, ter o aparelho apreendido temporariamente e só poderá pegá-lo de volta com a presença dos responsáveis.
“A escola tem que ensinar a viver sem celular”, dizem especialistas
A neuropsicóloga Gláucia Benini explica que o uso excessivo dos celulares pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo dos jovens. “A proibição vai gerar desconforto no começo, mas é uma medida necessária para estimular a concentração e interação social. Muitos alunos perderam a capacidade de ficar atentos por longos períodos”, afirma.
O médico psiquiatra Rafael Teixeira alerta para os efeitos psicológicos do uso contínuo de telas. “A dependência digital tem levado a quadros de ansiedade e até mesmo depressão em adolescentes. Diminuir esse contato durante as aulas pode trazer benefícios para a saúde mental”, enfatiza.
Para a professora de matemática Regina Souza, a proibição pode ajudar a manter o ritmo das aulas. “Tem aluno que não desgruda do celular nem quando estou explicando a matéria. Isso distrai e prejudica o aprendizado dele e dos colegas”, desabafa.
Estudantes divididos: “Não somos crianças” versus “vai ser bom interagir”
Entre os estudantes, as opiniões se dividem. Para Pedro Henrique, 16 anos, aluno do ensino médio, a decisão é exagerada. “Não somos crianças. Sabemos usar o celular com responsabilidade. No intervalo, por exemplo, a gente podia usar para descansar a mente”, critica.
Já Beatriz Almeida, 14 anos, pensa diferente. “A gente acaba ficando no celular o tempo todo, mesmo quando tem gente do lado. Talvez sem ele, a gente converse mais, brinque mais, interaja mais”, diz.
Pais aprovam, mas com ressalvas
A maioria dos pais parece apoiar a medida. Marcos Silva, pai de uma aluna do 8º ano, vê com bons olhos a proibição. “Minha filha passa muito tempo no celular. Espero que na escola ela possa focar nos estudos e socializar mais.”
No entanto, algumas mães e pais demonstram preocupação. “O celular também é uma forma de segurança. Se acontecer alguma coisa, como ela vai me avisar?”, questiona Ana Paula Mendes, mãe de um estudante do ensino fundamental.
Secretária de Educação reforça fiscalização
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que a fiscalização será feita pelos professores e coordenadores, garantindo que a regra seja cumprida. “Nos primeiros meses, vamos orientar e conversar com os alunos. Depois, aplicaremos as medidas cabíveis para quem insistir em descumprir”, explicou a secretária de Educação, Maria Cecília Amêndola.
A decisão está tomada e o desafio agora é a adaptação. Com o início do ano letivo, estudantes, professores e pais vão sentir na pele os efeitos da nova medida. Resta saber se, a longo prazo, essa mudança vai trazer os resultados esperados. E você, o que acha da proibição?
E nas redes sociais? A polêmica pegou fogo!
O debate se espalhou pelas redes sociais, com hashtags bombando entre os internautas. As mais populares incluem:
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