A Praça São Pedro, no coração do Vaticano, viveu um dos momentos mais emocionantes de sua história neste sábado, 26 de abril. Entre multidões de fiéis e líderes mundiais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou sua última homenagem ao Papa Francisco, não apenas como chefe de Estado, mas como amigo e admirador de uma das figuras mais humanas e transformadoras do século XXI.
A relação entre Lula e Papa Francisco foi marcada, desde o início, por uma profunda sintonia de ideias. Ambos vindos de origens humildes, ambos forjados na luta pelos que menos têm. Lula, operário que chegou à presidência do Brasil, e Francisco, filho de imigrantes pobres que chegou ao trono de Pedro, sempre compartilharam o entendimento de que a política e a religião, quando voltadas para a justiça social, podem transformar vidas.
Durante seu discurso em Roma, Lula não falou apenas como presidente. Ele falou como alguém que viu no Papa Francisco um companheiro de ideais. “O Papa Francisco não era apenas um Papa, ele era uma emoção, ele era um coração, ele era um líder político”, declarou Lula. “Ele se preocupava não apenas com a espiritualidade das pessoas, mas com a fome, com a guerra, com a pobreza, com a desigualdade que massacra o mundo inteiro.”
O funeral, que reuniu mais de 130 delegações estrangeiras, entre elas 50 chefes de Estado e 10 monarcas, foi mais que uma despedida. Foi uma celebração de uma trajetória marcada pela coragem de tocar em temas que a maioria preferia evitar. Francisco nunca teve medo de falar sobre a necessidade urgente de cuidar do planeta, de acolher refugiados, de combater as injustiças geradas por um modelo econômico excludente. Lula, igualmente, sempre fez da luta contra a fome e a miséria suas bandeiras mais fortes.
Nas vezes em que se encontraram no Vaticano, Lula e Francisco compartilharam não apenas abraços calorosos, mas também conversas profundas sobre a importância da solidariedade, da paz e da igualdade. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também esteve presente nesses momentos de comunhão de pensamentos e sentimentos. Para Lula, ser recebido pelo Papa Francisco foi mais que um gesto diplomático. Foi uma bênção, uma renovação da fé no poder do amor ao próximo.
Em sua mensagem oficial, Lula fez questão de destacar que a humanidade perdeu mais que um líder religioso. Perdeu uma voz que ecoava em defesa dos marginalizados. “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações”, afirmou Lula. “Francisco viveu e propagou o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.”
O presidente decretou luto oficial de sete dias no Brasil, em respeito à memória de quem, segundo ele, fez da sua missão de fé um verdadeiro ato de resistência contra a exclusão e o preconceito. Francisco acreditava que, assim como ensinava São Francisco de Assis, era preciso semear amor onde houvesse ódio, união onde existisse discórdia, esperança onde dominasse o desespero.
Nas palavras de Lula, o legado de Francisco ultrapassa as fronteiras da Igreja e atinge todos os que acreditam em um mundo melhor. “Ele trouxe para o Vaticano a luta pelas mudanças climáticas, denunciou as injustiças do sistema econômico global, deu voz aos pobres, refugiados, jovens, idosos e às vítimas da guerra e do preconceito.”
Ao amanhecer de sábado, 26 de abril, a Praça São Pedro estava tomada por lágrimas e orações. Não era apenas a despedida de um papa. Era a despedida de um amigo do povo, de um homem que dedicou cada dia de sua vida para transformar fé em ação, palavra em exemplo.
Para Lula e para milhões de pessoas ao redor do mundo, o Papa Francisco não partiu. Ele permanece vivo em cada gesto de solidariedade, em cada ato de justiça, em cada luta travada pelos que mais precisam.
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