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Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2024
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Em festa da Embrapa, Lula associa tecnologia e pesquisa à luta contra a fome

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária comemorou 51 anos, no mesmo dia em que IBGE e Desenvolvimento Social anunciaram queda nos índices da fome no Brasil
Lula, na comemoração, associou a alta tecnologia da Embrapa à luta contra a fome - Imagem - Ricardo Stuckert/PR
Lula, na comemoração, associou a alta tecnologia da Embrapa à luta contra a fome - Imagem - Ricardo Stuckert/PR

O presidente assumiu o compromisso de continuar a investir na empresa para que ela possa continuar a crescer e ajudar o país nos desafios que terá pela frente nos próximos anos. Lula recebeu de presente uma muda de pequi sem espinhos da presidenta da Embrapa, Silvia Massruhá.

O evento contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Ester Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), além da primeira-dama, Janja da Silva.

As comemorações dos 51 anos da Embrapa prosseguem até o sábado, 27 de abril, com uma extensa programação de eventos, como exposição de tecnologias, lançamentos, experiências sensoriais, palestras e mesas redondas de temas técnicos.

Desafios

Em seu discurso, Silvia Massruhá, que assumiu a presidência da Embrapa em abril do ano passado, tornando-se a primeira mulher a comandar a empresa, destacou que a presença do presidente Lula foi um gesto importante para ressaltar a forma como a Embrapa é vista hoje na esfera federal.

A presidente da Embrapa listou alguns dos objetivos do trabalho desenvolvido pela empresa. “Derrotar a fome, garantir a segurança alimentar no nosso país e no mundo, o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade para todos os cidadãos, a promoção da melhoria do bem-estar e de qualidade de vida, o desenvolvimento sustentável, o enfrentamento dos efeitos da mudança do clima, a redução das desigualdades no campo, fazendo com que o conhecimento e a inovação tecnológica produzidos alcance o pequeno, o médio, o grande produtor rural” destacou.

Silvia Massruhá ainda apresentou números que demostram a capacidade de retorno e celebrou a retomada dos investimentos na empresa. “Nosso balanço social de 2023 mostra um lucro social de mais de R$ 85 bilhões. Para cada R$ 1 investido na Embrapa, retornam R$ 21. Contribuímos indiretamente com mais de 66 mil empregos. Graças ao novo PAC, voltamos a ter recursos para investimento em pesquisa e infraestrutura.”

Transformação ecológica

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Embrapa, fundada em 1973, é um exemplo para o país e tornou-se sinônimo de competência e admiração. “Um dos desafios do Brasil é promover a melhor e maior transformação ecológica, que é o que vai dar para o Brasil uma condição de criar empregos, de se reindustrializar, de viver dias melhores no futuro próximo. Para isso nós precisamos muito da cooperação da Embrapa, que é uma empresa que conta com 100% da confiança dos brasileiros. Acho que é a empresa pública mais apreciada e admirada do Brasil. E ela é admirada pela qualidade do serviço que presta para a nação brasileira. Cada brasileiro e brasileira sabe da importância do que vocês fazem aqui, do conhecimento que vocês produzem e da potência que o Brasil se tornou a partir do trabalho que vocês realizam”.

R$ 21 milhões

 A ministra Luciana Santos anunciou que sua pasta investirá mais de R$ 21 milhões no âmbito do Fundo Nacional do Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia para a contratação de encomendas junto à Embrapa, em 2024 e 2025, no Programa de Segurança Alimentar para erradicação da fome e a inclusão socioprodutiva com foco para o desenvolvimento de pesquisas e soluções tecnológicas para a ampliar o acesso à água no semiárido brasileiro. “A Embrapa é um exemplo do que a nossa inteligência é capaz de fazer. Se hoje nosso país é referência em ciência e tecnologia para a agricultura e estamos entre os maiores produtores de alimentos do mundo muito se deve à Embrapa”, ressaltou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Vocação

Ao lembrar o cenário mundial no período que se seguiu após o fim da Segunda Guerra Mundial, o ministro Carlos Fávaro afirmou que coube à Embrapa pavimentar o caminho que levaria o Brasil a encontrar sua verdadeira missão. “Nós descobrimos, há 50 anos, qual a nossa vocação: produzir alimentos de qualidade. Não é coincidência que há 50 anos nasce a Embrapa. A Embrapa faz com que o Brasil deixe de ser importador de alimentos para que nós possamos ser esse grande exportador e produtor de alimentos de qualidade. Nós temos que ter muito orgulho dessa vocação. Fortalecer a Embrapa, trazer a Embrapa de volta ao PAC, buscar investimentos em tecnologias e em parcerias e buscar com que a Embrapa se prepare para os próximos 50 anos é um legado que este governo está deixando a partir de agora”, declarou o titular da Agricultura e Pecuária.

Saltos exponenciais

Os dados do Balanço Social 2023 não deixam dúvidas quanto à importância da atuação da Embrapa nas últimas cinco décadas para o desenvolvimento da agricultura e pecuária nacional. E justificam os motivos que a levaram a empresa a ser considerada uma das maiores instituições de pesquisa do mundo tropical.

Até a década de 1960, o Brasil importava grande parte dos alimentos que consumia, quadro que foi revertido nas últimas quatro décadas, graças, em grande parte, à pesquisa agropecuária. O país aumentou em cinco vezes sua produção de, apesar de ter registrado um crescimento de apenas 60% na área plantada, o que confirma a eficiência dos avanços em tecnologia implantados no período.

Além disso, o Brasil elevou em 240% sua produção de trigo e milho e cresceu em 315% sua produção de arroz. O Brasil é hoje o primeiro produtor mundial de soja, o primeiro produtor e exportador de café e de suco de laranja, e é destaque também no cultivo de algodão, ocupando a posição de segundo maior exportador mundial e quarto maior produtor mundial deste bem.

Na pecuária, o rebanho bovino brasileiro aumentou em mais de 100%, mesmo com a diminuição relativa da área de pastagens. O ganho de produtividade do setor florestal chegou a 140%. A produção de carne e de frango aumentou em 59 vezes e o país é hoje o maior exportador de carne bovina do planeta.

Apenas em 2023, a agropecuária brasileira cresceu 15,1%, com um volume de R$ 677,6 bilhões. O setor teve a maior alta entre as atividades e refletiu diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que aumentou 2,9% em relação ao ano anterior, chegando a R$ 10,9 trilhões.

Redução nos preços

Em termos gerais, o principal impacto de longo prazo gerado pelos conhecimentos e tecnologias produzidos pela Embrapa para a agropecuária nacional foi a redução de custos dos alimentos em decorrência do aumento sustentável da sua oferta. Isso resultou na diminuição do valor da cesta básica em mais de 50% nos últimos 50 anos.

Essa queda nos preços dos alimentos possibilitou a elevação do salário real, especialmente o das classes de mais baixa renda. Esse é o ganho social mais importante advindo da pesquisa agrícola. Em um país com disparidades sociais e de renda, não existe política distributiva mais eficaz do que aquela que reduz o preço dos alimentos para a população pobre.

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