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Mato Grosso do Sul, 23 de abril de 2024
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Em telefonema para o senador Kajuru, Bolsonaro mostra por que teme a CPI

Foto: Marcos Oliveira
Foto: Marcos Oliveira

Jair Bolsonaro jogou para a plateia ao acusar Luís Roberto Barroso de fazer “politicalha” ao mandar o Senado instalar a CPI da Pandemia. A determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal atendia a um pedido de senadores que viam a iniciativa barrada, apesar de cumprirem os requisitos legais, pela (má) vontade do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ). Quem não entende do babado pensa que Barroso acordou certa manhã de mau humor, viu as nuvens pela janela e concluiu que era um ótimo dia para abrir uma CPI e ferrar a vida do presidente.

Era Pacheco, porém, que se escorava em um “juízo de conveniência e oportunidades” para se desviar da encrenca no momento mais duro da pandemia. Com a ordem judicial, ele agora jura que não moverá um milímetro para atrapalhar a CPI.

Quem se move enquanto isso é o próprio presidente da República, que teve o áudio de uma conversa com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), um dos autores do pedido, compartilhada no fim de semana pelo próprio parlamentar no Twitter. Nela o presidente que se queixa de supostas amarradas promovidas por Legislativo e Judiciário contra o Executivo avança muitas jardas em direção ao quadrado alheio e praticamente diz ao parlamentar como quer e como devem ser os trabalhos da comissão.

“Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir para cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI útil para o Brasil: mudar a amplitude dela. Bota presidente da República, governadores e prefeitos”, encomendou Bolsonaro, que diz nada temer a não ser um relatório “sacana”.

A simples articulação, um escândalo em qualquer lugar do Planeta, já mostra qual versão dos fatos Bolsonaro tentará impor a fórceps. Como já não pega mais a conversa de que coronavírus tem sintomas de resfriadinho, que segunda onda é conversinha, que pessoas com histórico de atleta não correm risco (semana passada, morreu uma ex-campeão da São Silvestre), que o melhor imunizante era se contaminar, que a região norte não sofreria com a pandemia porque o uso de cloroquina no combate a malária serviria como “vacina” e que a vacina produzida pelo antípoda João Doria (PSDB-SP) produziria apenas “morte, invalidez e anomalia”, Bolsonaro agora conta com a memória turva e/ou seletiva dos apoiadores-raiz para dizer que nunca promoveu aglomerações, nunca maldisse o uso de máscaras e sempre foi um defensor de primeira ordem dos protocolos científicos, a começar pelo distanciamento social medida defendida em campanha pelo Ministério da Saúde dias após a determinação de Barroso e mais de um ano após o início da crise.

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