Mato Grosso do Sul, 29 de maio de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Empresário grava vídeo de despedida acusando esposa e filhos e morre em trágico acidente em Cuiabá; Vejam

Ele admitiu ter tido problemas com bebida, mas negou ter ameaçado sua família, como, segundo ele, teriam alegado para obter uma medida protetiva contra ele.
Eli Correa Pinheiro, proprietário do restaurante Frango na Brasa, morreu em um grave acidente na rodovia MT-351
Eli Correa Pinheiro, proprietário do restaurante Frango na Brasa, morreu em um grave acidente na rodovia MT-351

Na manhã desta segunda-feira, dia 26, a cidade de Cuiabá foi surpreendida por um episódio trágico envolvendo o empresário Eli Corrêa Pinheiro, proprietário do restaurante “Frango na Brasa”, um dos mais tradicionais estabelecimentos gastronômicos da Avenida São Sebastião. Conhecido no meio empresarial e social cuiabano, Eli publicou um vídeo nas redes sociais em que anunciava sua despedida e fazia graves acusações contra sua esposa, filhos e um suposto amante. Poucas horas após a divulgação do vídeo, ele foi encontrado morto em um acidente automobilístico na cabeceira de uma ponte sobre o Rio Coxipó-Açu, na rodovia MT-351.

O vídeo da despedida: um desabafo marcado pela dor e pelo ressentimento

A gravação, feita de forma direta e sem cortes, com tom confessional e emocional, expôs as angústias acumuladas por Eli Corrêa Pinheiro ao longo dos anos. Ele relatou estar casado há 25 anos, mas afirmou ter sido traído não apenas pela esposa, como também pelos próprios filhos, a quem acusou de se aliarem contra ele. Eli revelou ainda que, recentemente, enfrentou acusações graves de ameaça, que culminaram na emissão de uma medida protetiva contra ele, solicitada pela esposa.

Apesar de admitir ter tido problemas com o consumo excessivo de bebida alcoólica, Eli negou qualquer tipo de violência ou ameaça à família. “Vão pagar pelo meu sangue”, afirmou, deixando evidente a mágoa e o desejo de responsabilizar os familiares pela situação que, segundo ele, o levou a tal desfecho.

Em um dos trechos mais fortes do vídeo, o empresário dirigiu-se diretamente ao suposto amante de sua esposa, apontando-o como alguém que teria sido acolhido em sua própria casa e que, conforme Eli descreveu, “arquitetou tudo” com o objetivo de assumir o controle do seu negócio e da sua vida conjugal. “Você foi um covarde, você foi um falso”, declarou Eli, com visível rancor.

A esposa também foi confrontada de maneira incisiva: “Você me enganou 25 anos”, disse o empresário, em uma frase que resume o sentimento de traição que permeia todo o discurso registrado na gravação.

A mensagem à filha e o anúncio da tragédia iminente

Outro momento de grande impacto emocional no vídeo foi o apelo feito a uma de suas filhas, que reside na cidade de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Eli pediu que ela se dirigisse imediatamente a Cuiabá para participar da divisão do patrimônio familiar. “Eu tô te chamando, vem pra Cuiabá hoje, hoje, fia, tá? […] Vem pegar o que é seu”, convocou o empresário, demonstrando preocupação em garantir que a filha também tivesse acesso ao que, segundo ele, lhe era de direito.

Por fim, Eli fez um anúncio perturbador: “Daqui a uns minutos eu já não existo mais”, afirmando que a sua morte seria consequência direta das traições e das injustiças que dizia ter sofrido. Declarou ainda não acreditar na justiça e que, por isso, optava por “ir embora”.

O acidente e as suspeitas que cercam o caso

Horas após a divulgação do vídeo, Eli Corrêa Pinheiro foi encontrado morto em um acidente automobilístico na cabeceira de uma ponte sobre o Rio Coxipó-Açu, na MT-351. As circunstâncias do acidente ainda não foram totalmente esclarecidas. Informações preliminares e não confirmadas indicam que, antes de sua morte, o empresário teria incendiado uma residência na região do Manso, possivelmente como parte de um episódio final marcado por grande descontrole emocional.

As autoridades locais, até o momento, não se pronunciaram oficialmente sobre as causas do acidente ou sobre as investigações que envolvem o suposto incêndio. A Polícia Civil de Mato Grosso está responsável pelo inquérito e deve aprofundar as apurações para esclarecer se a morte foi de fato um suicídio ou se há outros elementos que precisam ser considerados.

As repercussões sociais e o debate sobre saúde mental

O caso causou intensa comoção na sociedade cuiabana, principalmente entre familiares, amigos e frequentadores assíduos do “Frango na Brasa”, restaurante que Eli comandava com reconhecida dedicação há anos. A tragédia gerou também ampla repercussão nas redes sociais, onde o vídeo de despedida passou a circular intensamente, alimentando discussões sobre os limites da exposição pública, o papel das redes no agravamento de crises emocionais e os riscos associados à falta de apoio psicológico adequado.

Especialistas em saúde mental alertam para a necessidade de se olhar com seriedade para quadros de depressão, sentimentos de traição e isolamento social, que podem culminar em tragédias como a de Eli. Situações de conflito familiar, sobretudo quando combinadas com o consumo de álcool e a ausência de suporte terapêutico, criam um ambiente propício para o agravamento de transtornos emocionais.

A psicóloga Renata Morais, especialista em terapia familiar, destaca que “a ausência de canais efetivos de diálogo e acolhimento dentro da família pode gerar sentimentos profundos de mágoa e abandono, que, se não forem tratados, resultam em ações extremas, como as que assistimos neste caso”.

O papel das autoridades e a importância da prevenção

Enquanto a Polícia Civil trabalha para esclarecer todos os aspectos do caso, cresce a necessidade de reflexão sobre a importância das políticas públicas de prevenção ao suicídio, do fortalecimento de serviços de acolhimento psicossocial e da promoção de ambientes familiares mais saudáveis e acolhedores.

O caso de Eli Corrêa Pinheiro escancara também as fragilidades do sistema de proteção à saúde mental, bem como os desafios que familiares e amigos enfrentam ao lidar com pessoas que manifestam sinais de sofrimento psíquico.

A Defensoria Pública e o Ministério Público também podem ser acionados para acompanhar casos similares, assegurando que medidas protetivas não sejam utilizadas indevidamente e que todas as partes envolvidas tenham garantidos os seus direitos e integridade.

A dor de uma família e as marcas de uma tragédia pública

Neste momento, a família de Eli Corrêa Pinheiro enfrenta não apenas o luto pela perda repentina, mas também a exposição pública de seus conflitos mais íntimos. A divulgação do vídeo do empresário escancarou fissuras familiares profundas, que agora serão inevitavelmente julgadas pela opinião pública e analisadas pelas autoridades.

A sociedade cuiabana, por sua vez, lamenta a perda de um empresário que, durante anos, esteve à frente de um dos pontos gastronômicos mais conhecidos da cidade, e se vê confrontada com a necessidade de discutir com mais seriedade temas como a saúde mental, os conflitos familiares e os perigos da exposição desmedida nas redes sociais.

Enquanto as investigações prosseguem e novas informações podem surgir, o episódio serve como um doloroso alerta sobre as consequências que podem advir da combinação entre dor emocional, desamparo e impulsividade.

#TragediaEmCuiaba #InvestigacaoPolicial #ConflitosFamiliares #EmpresarioDeCuiaba #DespedidaPublica #SaudeMental #PrevencaoAoSuicidio #ViolenciaDomestica #JusticaEmMatoGrosso #PoliciaCivilInvestiga #AcidenteFatal #ComocaoEmCuiaba

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.