Uma vez mais o Palácio do Planalto recebeu atletas brasileiros para celebrar conquistas. Desta vez, foram os representantes do paradesporto olímpico, que estiveram com o presidente Lula, com o ministro do Esporte André Fufuca e outras autoridades, para celebrar o feito histórico que assegurou ao Brasil o quinto lugar no quadro geral de medalhas, em Paris.
Na voz dos atletas, um consenso: o apoio decisivo recebido do Governo Federal por meio do Ministério do Esporte, pelo maior programa do mundo de apoio individual a atletas. O reconhecimento se justifica, porque mais de 97% dos atletas da delegação paralímpica brasileira que foi a Paris é beneficiária do Programa Bolsa Atleta.
Isso fica claro nas palavras da halterofilista Mariana D’Andrea, medalhista de ouro na sua categoria, em Paris. “Hoje eu estou aqui para agradecer ao presidente do nosso Comitê Paralímpico Brasileiro, ao Ministério do Esporte, que sem eles eu acho que seria difícil chegar a essa medalha. Graças aos meus patrocínios, do Bolsa Atleta, da Caixa Econômica Federal, eu hoje consigo viver só do esporte, consigo me dedicar e trazer essa tão sonhada medalha. Fui a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro na nossa modalidade e eu agradeço muito pelo incentivo”, disse Mariana.
Petrúcio Ferreira, tricampeão paralímpico, do atletismo também foi direto ao ponto, sobre a importância do apoio federal: “O Bolsa Atleta é um programa que faz um grande sentido para nós. É de grande importância saber que existe um programa como esse, que sempre ajuda os atletas a acreditarem no seu potencial, a acreditarem no seu trabalho. A gente vive disso, a gente vive para isso, em todos os nossos sonhos”, disse ele.
Mizael repetiu a frase de Andrews Parsons, presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional). “O esporte é muito mais que a medalha. O esporte é a inclusão, pois muda a percepção da sociedade em relação ao potencial do indivíduo em essência. Esses atletas que estão aqui nos orgulharam demais, eles foram ao seu limite para conquistar as medalhas. Hoje é dia de celebrar e agradecer. Quero agradecer quando, em 2005, aqui neste Palácio, foi lançado o programa Bolsa Atleta.
A revolução da inclusão
Andrew Parsons lembrou que o apoio do Governo Federal foi decisivo para mudar a vida de muitas pessoas ao resgatar um trecho da sua fala na abertura dos Jogos Paralímpicos em Paris. “Eu tive o prazer de falar na revolução da inclusão. E é isso que tem que ser o esporte paralímpico. A gente quer que pessoas, crianças com deficiência, se espelhem no exemplo desses campeões que estão aqui e queiram praticar esporte. Se alguns deles virarem atletas, ótimo. Se alguns deles virarem campeões paralímpicos, melhor ainda. Mas se todos eles praticarem esporte e se beneficiarem dos valores positivos que o esporte traz, a integração, a disciplina, a mudança da percepção das pessoas que não têm deficiência, acerca das pessoas com deficiência, esse é o verdadeiro objetivo final do Movimento Paralímpico. Essa é a medalha de ouro que o Movimento Paralímpico Internacional deseja”, disse Parsons.
Compromisso com o paradesporto
Em sua fala, o ministro André Fufuca fez questão de agradecer a confiança que tem merecido do presidente Lula e voltou a lembrar que o Brasil, que já foi a pátria do futebol, hoje é o país do esporte paralímpico. “Eu falo isso porque nós estamos diante de atletas que todos os dias superam uma adversidade. Atletas que não têm limite para sonhar, para crescer e para chegar mais distante”, disse o ministro.
Fufuca disse que carrega até hoje uma medalha olímpica dada pelo atleta Leomon Moreno, do goalball. “Ele fez questão de me dar uma medalha para que eu colocasse no meu gabinete. Para que eu pudesse, todos os dias, lembrar os verdadeiros campeões do nosso país, que levaram o nosso nome a Paris e trouxeram de lá 89 medalhas: 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze. A vocês, meus mais sinceros agradecimentos e a certeza que vocês podem contar com o Ministério do Esporte para tudo que precisar”, concluiu o ministro.
Nas palavras do presidente Lula, o compromisso de não deixar faltar estrutura aos atletas. “Eu acompanho a luta dos paralímpicos desde 2003. Quando acreditamos e colocamos para vocês estruturas que o Estado tem que colocar, facilita muito. É apenas uma questão de oportunidade, de chance. Quero assumir um compromisso público enquanto presidente da República: não faltará estrutura para que vocês possam se preparar de manhã, de tarde, de noite, e para que a gente possa colocar, quem sabe, milhares de pessoas gostariam dessa oportunidade. É motivo de orgulho para qualquer país. O que vocês fizeram na França foi uma façanha. E que milhares de crianças e adolescentes que têm alguma deficiência possam entrar no mundo dos esportes e viver uma vida com muita dignidade e respeito”, finalizou o presidente.