Mato Grosso do Sul, 6 de junho de 2025
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Escândalo dos cargos e salários: gestão Adriane Lopes amplia apadrinhados enquanto saúde colapsa

Prefeita aumenta em 66% o próprio salário, infla cargos comissionados com nomeações políticas e religiosas, enquanto hospitais entram em colapso, faltam médicos e medicamentos, e obras de tapa-buracos desperdiçam milhões
Indicações expõem proximidade nefasta entre poder público e religião
Indicações expõem proximidade nefasta entre poder público e religião

A cidade de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, vive um dos períodos mais críticos de sua história recente. Em meio ao caos na saúde pública, com unidades de pronto atendimento superlotadas, falta de leitos hospitalares, ausência de médicos especialistas e grave escassez de medicamentos, a administração municipal protagoniza um verdadeiro escândalo administrativo, com o aumento do número de cargos comissionados, reajuste astronômico de salários para a prefeita, vice-prefeita e secretariado, além de nomeações políticas sem qualquer critério técnico.

Em abril deste ano, a gestão da prefeita Adriane Lopes, do Progressistas, contabilizava nada menos que 1.475 funcionários em cargos de confiança, o que representa um acréscimo de 5% em relação ao mesmo período de 2023, quando a administração contava com 1.404 comissionados. A legislação municipal permite a nomeação de até 1.720 servidores sem concurso público, um verdadeiro cabide de empregos sustentado pelos cofres municipais, mesmo em meio à pior crise financeira já enfrentada pelo município.

De acordo com o relatório oficial da Secretaria Municipal de Administração e Inovação, assinado pela superintendente de Divulgação Institucional, Noemia Xavier de Araújo, e pela titular da pasta, Andréa Alves Ferreira Rocha, a prefeita ainda poderia nomear 245 pessoas, potencializando ainda mais a máquina administrativa com apadrinhados políticos e religiosos. Entre eles, há destaque para pastores evangélicos ligados a igrejas que apoiaram a chefe do Executivo, agora agraciados com cargos estratégicos e salários vultosos, mesmo sem qualquer experiência em gestão pública.

Além do inchaço na folha de pagamento, que já compromete severamente a capacidade de investimento da cidade, Adriane Lopes protagonizou outro ato polêmico: o próprio reajuste salarial. A prefeita negociou com a Câmara Municipal um aumento de 66% em seus vencimentos, saltando de R$ 21.263,62 para R$ 35.462,27, em três parcelas, o que representará um impacto superior a R$ 296,6 milhões nos cofres públicos ao longo de quatro anos. A vice-prefeita, Camilla Nascimento de Oliveira, do Avante, recebeu um aumento ainda mais expressivo: 100%, passando de R$ 15.947 para R$ 31.915,80.

Não satisfeitos, os secretários municipais também foram contemplados com um generoso reajuste de 159%, elevando os salários de R$ 11.619,70 para R$ 30.142,70. Esse verdadeiro “trem da alegria” contrasta com a situação desesperadora enfrentada diariamente pelos moradores da capital sul-mato-grossense.

Enquanto os salários da alta cúpula do Executivo municipal disparam, a população agoniza nas filas de espera para consultas, exames e cirurgias. A Santa Casa de Campo Grande, maior hospital da cidade, acumula dívida superior a R$ 46,3 milhões e não consegue sequer manter o atendimento básico. Recentemente, uma criança morreu por falta de leito na unidade, tragédia que expôs de forma dramática a falência do sistema de saúde municipal.

As unidades de pronto atendimento permanecem superlotadas, pacientes aguardam semanas para agendar exames complexos e há carência de médicos especialistas. Medicamentos essenciais estão em falta nas farmácias das unidades de saúde, agravando ainda mais o sofrimento de quem depende exclusivamente do atendimento público.

Paralelamente, a cidade assiste perplexa ao milionário serviço de tapa-buracos, realizado com materiais de péssima qualidade que, pouco tempo depois de aplicados, deixam as ruas e avenidas novamente esburacadas, colocando em risco a segurança de motoristas e pedestres. A falta de planejamento e fiscalização na execução dessas obras revela uma inversão completa de prioridades na administração pública.

Outra denúncia que ronda a gestão de Adriane Lopes é a existência de uma suposta “folha secreta”, que abrigaria funcionários fantasmas e aliados políticos sem função efetiva na administração, mas que recebem altos salários, onerando ainda mais os cofres públicos em um momento de grave crise social e econômica.

Especialistas em administração pública criticam duramente a prática de nomear aliados políticos e religiosos em cargos estratégicos, sem que estes possuam qualificação técnica para gerir políticas públicas complexas, especialmente em áreas sensíveis como saúde e infraestrutura.

Em um cenário marcado pela falta de leitos, colapso hospitalar, ausência de medicamentos, ruas intransitáveis e uma população carente de serviços básicos, a gestão municipal segue ampliando privilégios e inchando a máquina pública, priorizando interesses políticos e pessoais em detrimento do bem-estar coletivo.

A sociedade civil, organizações não governamentais e representantes do Ministério Público já se mobilizam para exigir maior transparência e responsabilidade na condução da administração municipal, além de investigar as denúncias relacionadas à folha secreta e às nomeações irregulares.

Campo Grande, que já foi referência em qualidade de vida e desenvolvimento urbano, agora vive dias sombrios, marcados pela desorganização administrativa, pela precarização dos serviços públicos e pelo descrédito generalizado nas instituições políticas.

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