Na próxima segunda-feira, 12 de maio, às 10h, a Escola Estadual Professora Delmira Ramos, no bairro Coophavila II, em Campo Grande, vai viver um momento histórico. O prédio da instituição foi completamente revitalizado, e o mais marcante é que toda essa transformação foi feita com a força de trabalho de reeducandos do regime semiaberto. A iniciativa é parte do programa “Revitalizando a Educação com Liberdade”, uma parceria entre o Governo de Mato Grosso do Sul e o Tribunal de Justiça do Estado.
A escola, localizada na rua dos Recifes, atende cerca de 300 estudantes do 4º ao 9º ano em período integral. Com um investimento de R$ 650 mil, a unidade recebeu melhorias que vão muito além da aparência. Foram reformados telhado, banheiros, forros e toda a parte hidráulica e elétrica. Também houve pintura geral, modernização da cozinha e da despensa, além da instalação de bancos de alvenaria no pátio, nova cobertura na entrada e acessibilidade garantida em todos os espaços.
Mas o que realmente diferencia essa obra de outras é quem colocou a mão na massa. Foram 25 internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira que executaram os serviços. Divididos em funções como pedreiros, pintores, eletricistas e serralheiros, eles não apenas trabalharam, mas aprenderam e se prepararam para um futuro longe do crime. Cada um deles recebeu salário pelo serviço e parte desse dinheiro foi revertido para comprar materiais que serão usados em reformas de outras escolas, alimentando um ciclo de responsabilidade social e cidadania.
Durante uma vistoria nas obras, o juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, resumiu bem o espírito do projeto. “A intenção é transformar presos em trabalhadores. Essa iniciativa mostra que é possível unir reintegração social e melhoria real para nossas escolas”, afirmou.
Para o diretor do Centro Penal, Ricardo Teixeira de Brito, a oportunidade vai muito além do trabalho. “Eles estão aprendendo de verdade. Quando saírem, vão ter conhecimento em elétrica, pintura, alvenaria. É uma chance de recomeço com dignidade”, destacou.
Quem também comemora é a diretora da escola, Gigliola Vince, que vê na nova estrutura um ganho direto para os alunos. “A escola ficou linda. Mas o mais importante é que nossos estudantes agora têm um ambiente melhor para aprender. Isso muda tudo. Quando o espaço é acolhedor, o ensino flui”, disse emocionada.
A ação é resultado do esforço conjunto entre o Tribunal de Justiça, por meio da 2ª VEP, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a Secretaria Estadual de Educação. Juntas, essas instituições mostram que investir em educação é também acreditar na recuperação humana, oferecendo caminhos reais para uma nova vida.
Com a entrega da Escola Delmira Ramos, já são 16 unidades escolares reformadas por presos em Mato Grosso do Sul, provando que a combinação entre oportunidade e confiança pode mudar histórias e transformar a sociedade.
#CampoGrande #ReformaComDignidade #EducaçãoTransformadora #MãoDeObraPrisional #EscolaNovaVidaNova #Reeducação #JustiçaSocial #MSPorTodos #TrabalhoEDireito #FuturoMelhor #SistemaPenalHumanizado #TransformaçãoReal