Em um momento em que a saúde pública no Brasil está cada vez mais focada na educação alimentar, duas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul brilharam em nível nacional. A Escola Estadual Yvy Poty, localizada em Caarapó, e a Escola Estadual Professor Alício Araújo, de Dourados, foram premiadas na 5ª Jornada de Educação Alimentar e Nutricional (EAN), evento que tem como principal objetivo a promoção de hábitos alimentares saudáveis nas escolas brasileiras. Ambas as instituições se destacaram pela implementação de práticas inovadoras que envolvem toda a comunidade escolar e buscam educar os alunos de forma integral, com foco na nutrição, sustentabilidade e saúde.
A Importância da Educação Alimentar e Nutricional nas Escolas
O evento, que premiou 20 escolas de diferentes regiões do Brasil, reforçou a relevância de implementar práticas de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) dentro do ambiente escolar. A jornada teve como propósito incentivar as escolas a adotar metodologias que não apenas promovam uma alimentação saudável, mas também conscientizem as crianças e adolescentes sobre a importância de escolhas alimentares mais equilibradas.
Com o crescente aumento de doenças relacionadas à alimentação, como obesidade infantil, diabetes e problemas cardíacos, a promoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância se tornou uma prioridade. A alimentação saudável na escola não é apenas sobre fornecer refeições balanceadas, mas também sobre educar os alunos, suas famílias e até a comunidade sobre como essas escolhas impactam diretamente na saúde e no aprendizado.
A premiação dessas duas escolas sul-mato-grossenses é um reflexo da crescente mudança que se observa em muitos estados do Brasil, onde as instituições estão se tornando espaços mais conscientes em relação à saúde dos alunos, aproveitando a alimentação escolar para fazer uma diferença significativa no cotidiano das crianças.
A Experiência das Escolas Premidas
A Escola Estadual Yvy Poty e a Escola Estadual Professor Alício Araújo destacaram-se em várias frentes. As iniciativas dessas escolas incluíram a criação de hortas escolares, onde os próprios alunos plantam e cuidam das suas verduras, legumes e hortaliças, além da realização de oficinas de culinária saudável, nas quais os estudantes aprendem a preparar receitas simples e nutritivas. Essas ações não só promovem a alimentação saudável, mas também envolvem a comunidade, criando um vínculo entre a escola e as famílias, que começam a adotar hábitos alimentares mais conscientes em casa.
O projeto da horta escolar tem sido um grande sucesso, permitindo que os alunos compreendam de onde vem o alimento e como ele pode ser cultivado de forma sustentável. Além disso, as oficinas de culinária incentivam as crianças a explorar alimentos frescos e naturais, ao invés dos processados, que, em muitas vezes, dominam as escolhas alimentares da população jovem.
A importância dessas ações vai além da educação formal. Elas visam formar cidadãos mais conscientes sobre as questões de saúde, nutrição e sustentabilidade. Os alunos que participam dessas atividades, com frequência, tornam-se multiplicadores do conhecimento que adquirem, levando a informação sobre alimentação saudável para seus familiares e amigos.

A Coordenação da Alimentação Escolar em Mato Grosso do Sul
Adriana Rossato, coordenadora da Coale (Coordenadoria de Alimentação Escolar) de Mato Grosso do Sul, enfatizou a importância do trabalho conjunto entre escolas e governo para garantir que a alimentação escolar no estado seja não só nutritiva, mas também esteja alinhada com as novas diretrizes e políticas nacionais. Segundo Adriana, a premiação das escolas sul-mato-grossenses não é um acaso, mas sim o reflexo de uma estratégia bem-sucedida que tem sido aplicada no estado nos últimos anos.
Em 2024, as escolas da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul (REE/MS) já apresentaram números impressionantes em relação à qualidade da alimentação escolar. O estado se destacou por ser um dos primeiros a adotar práticas de alimentação saudável, com o uso de produtos da agricultura familiar e de alimentos frescos, com menos alimentos processados e ultra processados nas merendas. Como exemplo, em Mato Grosso do Sul, a alimentação escolar conta com apenas 8% de alimentos processados e 6% de alimentos ultraprocessados, índices bem abaixo do limite estipulado pelo Governo Federal.
O PNAE: Programas e Medidas Governamentais
Durante o Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), realizado em fevereiro de 2025, foram discutidas diversas medidas importantes para o futuro da alimentação nas escolas públicas. O evento, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Educação, Camilo Santana, teve como uma das pautas principais a redução do limite de alimentos processados e ultraprocessados nas escolas, uma medida importante para combater a obesidade infantil e promover hábitos alimentares saudáveis.
As novas diretrizes do PNAE prevêem que, em 2025, a quantidade de alimentos processados e ultraprocessados nas escolas seja reduzida para 15%, com uma nova redução para 10% prevista para 2026. Essas mudanças visam melhorar a qualidade da alimentação escolar e, ao mesmo tempo, dar mais visibilidade às políticas de incentivo à agricultura familiar e ao uso de alimentos frescos e naturais nas refeições.
Mato Grosso do Sul já está se destacando nesse aspecto, com a grande parte das escolas oferecendo refeições que atendem aos padrões mais exigentes de nutrição e qualidade. A utilização de alimentos da agricultura familiar e a criação de cardápios que priorizam a “comida de verdade” foi fundamental para garantir esses excelentes resultados, muito antes da redução das taxas anunciadas.

O Futuro da Alimentação nas Escolas: Uma Transformação Necessária
Essas iniciativas são fundamentais para garantir que as futuras gerações cresçam com hábitos alimentares mais saudáveis, contribuindo diretamente para a redução de doenças relacionadas à alimentação e para a melhoria da saúde pública. Ao focar nas crianças, o sistema educacional tem o poder de gerar uma transformação positiva não só nas escolas, mas nas famílias e comunidades como um todo.
As escolas premiadas de Mato Grosso do Sul servem de exemplo e inspiração para o resto do Brasil, mostrando que é possível promover uma alimentação saudável de forma integrada, levando em conta o aspecto nutricional, social e ambiental. Elas são pioneiras no compromisso com a saúde das crianças e no uso de práticas sustentáveis que contribuem para o bem-estar geral dos alunos.
Com o trabalho conjunto entre escolas, governo e comunidade, Mato Grosso do Sul mostra que é possível transformar o ambiente escolar em um lugar de aprendizagem saudável, onde as escolhas alimentares influenciam diretamente o aprendizado e o desenvolvimento físico e emocional dos alunos.
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