Mato Grosso do Sul, 6 de maio de 2025
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Estados Unidos defendem direito de Israel barrar ajuda humanitária em Gaza durante julgamento na Corte Internacional

Representante americano diz na ONU que Israel tem direito de barrar ajuda humanitária por questões de segurança e desconfiança na imparcialidade da Unrwa
Washington cita suposta parcialidade da Agência da ONU para refugiados
Washington cita suposta parcialidade da Agência da ONU para refugiados

O mundo está de olho em Haia, na Holanda, onde a Corte Internacional de Justiça da ONU está ouvindo diversos países sobre o bloqueio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. No meio de tantas vozes pedindo a liberação imediata de comida, remédios e suprimentos para os civis palestinos, os Estados Unidos resolveram remar contra a maré e saíram em defesa de Israel.

Durante a audiência desta quarta-feira, 30 de abril, o enviado americano Josuah Simmons, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou que Israel tem o direito de escolher quem pode ou não fornecer ajuda nos territórios ocupados. Ele deixou claro que o governo israelense não é obrigado a permitir a atuação da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos, a Unrwa, por considerá-la parcial.

De acordo com Simmons, não existe na lei internacional nenhuma exigência para que uma potência ocupante aceite que qualquer organização atue no local se ela comprometer a segurança do país. Na prática, ele está dizendo que Israel pode bloquear o acesso da Unrwa e de outras entidades caso ache que isso representa risco.

Ajuda humanitária travada e crise se agrava em Gaza

A situação em Gaza é desesperadora. Desde o início de março, nenhum caminhão com ajuda humanitária entra no território. O bloqueio total imposto por Israel, segundo seu governo, vai continuar até que o Hamas se renda completamente e todos os reféns sejam libertados.

Enquanto isso, mais de 2 milhões de palestinos enfrentam escassez extrema de alimentos, água potável, remédios e serviços básicos. A própria Unrwa diz que tem cerca de 3 mil caminhões parados, cheios de suprimentos prontos para entrar em Gaza, mas sem permissão. Desde o início dos ataques, mais de 290 funcionários da agência morreram e 311 instalações da Unrwa foram bombardeadas.

EUA dizem que Assembleia da ONU não tem poder para obrigar Israel

Na audiência, o representante dos EUA foi direto ao afirmar que a decisão da Assembleia Geral da ONU, que solicitou um parecer da Corte sobre as obrigações de Israel, não tem valor legal obrigatório. Segundo ele, somente o Conselho de Segurança poderia forçar um país a tomar certas atitudes, e isso não aconteceu até agora.

Ainda segundo Simmons, Israel tem total liberdade para equilibrar a necessidade de ajuda humanitária com sua própria segurança nacional. Ele defendeu que a comunidade internacional foque em soluções de longo prazo, como um cessar-fogo e propostas para um futuro melhor tanto para palestinos quanto para israelenses.

Unrwa é acusada, mas não há provas

Desde outubro de 2024, Israel proibiu as atividades da Unrwa no território, alegando que a agência estaria colaborando com o Hamas. No entanto, até o momento, o governo israelense não apresentou nenhuma prova concreta à investigação conduzida pela própria ONU. A Unrwa é responsável pelo atendimento de mais de 6 milhões de refugiados palestinos e atua há 75 anos na região.

França, Rússia e outros países defendem ajuda imediata

Enquanto os Estados Unidos isolam sua posição em defesa de Israel, diversos outros países se manifestaram a favor da liberação imediata da ajuda humanitária. O representante da Rússia, Maksim Musikhin, foi direto ao lembrar que a Unrwa representa o compromisso histórico da comunidade internacional com o povo palestino e seus direitos.

Já o embaixador da França, Diego Colas, disse que a assistência humanitária precisa chegar em grande escala e sem impedimentos. Ele pediu a abertura de todas as passagens e a proteção das equipes humanitárias, conforme manda o direito internacional.

Brasil também se posiciona contra o bloqueio

O Brasil também participou das audiências em Haia e pediu que a Corte considere ilegal o bloqueio de Israel à ajuda humanitária em Gaza. O país defende que o sofrimento da população palestina deve ser aliviado e que impedir o socorro a civis em situação de emergência vai contra os princípios mais básicos do direito humanitário.

Israel diz que está sendo perseguido pela ONU

Em resposta às críticas, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, acusou a ONU de perseguição e disse que a organização está tentando tirar o direito de defesa do país. Ele afirmou que a Unrwa é “infestada de terroristas” e que o tribunal está sendo usado para deslegitimar Israel.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por sua vez, declarou recentemente que “a ajuda que vai para o Hamas não é humanitária”, dando a entender que qualquer apoio que possa, direta ou indiretamente, beneficiar o grupo será bloqueado.

Corte internacional vai decidir, mas o povo já sente as consequências

A decisão da Corte Internacional de Justiça pode demorar, mas a urgência é clara. Famílias inteiras estão passando fome, hospitais não têm mais condições de atender feridos, e a população de Gaza vive em completo desespero. As imagens que chegam da região mostram crianças desnutridas, bairros inteiros destruídos e filas intermináveis por um pouco de água ou pão.

Enquanto isso, a diplomacia segue seu curso. O tribunal ouvirá até sexta-feira (2) quase quarenta países e organizações. A maioria quer o fim imediato do bloqueio. Mas enquanto as decisões legais são discutidas, a crise humanitária se aprofunda a cada dia.

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