Mato Grosso do Sul, 29 de abril de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Estados Unidos diz que Brasil, Argentina e Reino Unido estão jogando sujo com produtos agrícolas americanos

Secretária de Agricultura acusa países de dificultarem entrada de carne e grãos dos EUA e anuncia pressão por novos acordos comerciais
Brooke Rollins - Imagem - AFP
Brooke Rollins - Imagem - AFP

A disputa pelo mercado agrícola global ganhou novos capítulos depois que a secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, disparou duras críticas contra o Brasil, a Argentina e o Reino Unido. Em entrevista ao canal americano CNN, no último domingo, 27 de abril, ela afirmou que esses países estariam adotando práticas “desleais” para barrar a entrada de produtos americanos, como carne suína, soja e ovos.

Segundo Rollins, o problema começou a ganhar força nos últimos meses, principalmente com a queda nas exportações para a China, que já foi um dos principais destinos dos produtos agrícolas dos Estados Unidos. A secretária explicou que, enquanto os americanos enfrentam barreiras sanitárias e exigências burocráticas, países como o Brasil e a Argentina têm se aproveitado para ganhar espaço no mercado chinês, exportando mais grãos e carnes.

Ela destacou, por exemplo, que a demanda chinesa por carne suína americana despencou 72% em apenas uma semana. “Eles [a China] precisam mais de nós do que nós deles”, disse Rollins, em tom desafiador, ao comentar a crise comercial. Ela também deixou claro que, diante do fechamento de algumas portas, o governo americano vai buscar novas janelas comerciais em outros cantos do mundo.

No radar estão viagens já programadas para o Reino Unido, Vietnã, Japão, Peru e também para o Brasil. A missão, segundo Rollins, é abrir mercados e diminuir as perdas com a China. “Tem mais de cem países que já demonstraram interesse em fazer negócio com os Estados Unidos”, afirmou.

Mas a fala da secretária não parou por aí. Ela apontou o dedo diretamente para as práticas de alguns governos. “Posso listar país por país como tratam nossos produtos. Seja Argentina, China, Brasil ou Reino Unido, todos levantam barreiras injustas contra a nossa carne e nossos alimentos”, reclamou.

Apesar do tom firme, Rollins também tentou mostrar que o governo está tentando segurar as pontas. Ela citou o exemplo do preço dos ovos, que teve queda de 58% nas últimas seis semanas no atacado, graças a medidas emergenciais para conter a inflação. Os Estados Unidos até importaram ovos de países como Turquia e Coreia do Sul para reforçar o abastecimento interno, afetado pela gripe aviária. Ainda assim, ela reconheceu que a redução no preço ainda não chegou com força às prateleiras dos supermercados.

No campo político, a secretária saiu em defesa das decisões econômicas do presidente Donald Trump. Mesmo com a queda de popularidade da política tarifária, ela afirmou que indicadores como inflação e custo médio dos alimentos apontam para uma melhora. “Estamos vendo resultados. A população ainda não sente tudo no bolso, mas o cenário está mudando”, garantiu.

Para os produtores americanos que temem novos prejuízos, especialmente com a tensão comercial com a China, Rollins disse que o governo está pronto para agir. Assim como aconteceu no primeiro mandato de Trump, o plano é oferecer apoio direto ao setor agrícola, caso a crise se agrave. “Se houver danos significativos, estamos preparados para proteger nossos agricultores”, concluiu.

A fala de Rollins repercutiu em vários países e promete esquentar ainda mais os bastidores do comércio internacional, principalmente porque envolve grandes exportadores como Brasil e Argentina, que têm ampliado sua presença nos mercados asiáticos. A briga é de gigantes e, no meio disso tudo, estão milhões de toneladas de alimentos, acordos bilionários e uma disputa acirrada pelo paladar do mundo.

#agricultura #comercioexterior #produtosagricolas #economia #politicainternacional #brasil #argentina #estadosunidos #china #mercadoagro #negociosglobais #exportações

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.