A adoção da Terapia Antimicrobiana Parenteral Ambulatorial (OPAT) como estratégia de desospitalização no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) vem transformando a gestão de leitos pediátricos, permitindo a liberação de vagas e garantindo atendimento qualificado aos pacientes que necessitam de internação. Até então direcionada exclusivamente ao público adulto, a OPAT foi recentemente ampliada, passando a contemplar também o público infantil, em uma medida que busca fortalecer a rotatividade dos leitos e, simultaneamente, assegurar o bem-estar dos pequenos pacientes.
O serviço otimiza a permanência hospitalar ao permitir que o paciente, após avaliação criteriosa, retorne para casa e compareça ao hospital apenas para a administração de medicamentos, em dias e horários previamente agendados. Essa dinâmica favorece não só a liberação de leitos, como também a continuidade do tratamento em um ambiente menos suscetível a infecções hospitalares, beneficiando a saúde e o conforto do paciente.
Para ser inserido no programa OPAT, o paciente deve estar internado no HRMS e preencher uma série de requisitos clínicos e sociais. O processo tem início com o médico assistente, que solicita a avaliação do serviço através de parecer da Assistência Social. Havendo deferimento, são realizadas avaliações médicas e de enfermagem para confirmar a elegibilidade do paciente. Uma vez apto, o médico é comunicado para providenciar a alta hospitalar, com a devida emissão de laudos, receitas e prescrição médica.
A adesão ao programa envolve também o comprometimento do paciente ou de seus responsáveis legais, que assinam um termo de compromisso se obrigando a comparecer às sessões de medicação, já previamente agendadas no momento da alta. Esse procedimento assegura a continuidade do tratamento com qualidade e segurança, sem necessidade de permanência hospitalar integral.
A pequena Manuela Vitória Sanches Cotrim, de apenas 7 anos, foi a primeira paciente pediátrica admitida no programa. Sua trajetória ilustra os benefícios da OPAT: internada inicialmente para tratar uma pneumonia que evoluiu para derrame pleural, Manuela precisou ser submetida a uma cirurgia para drenagem do líquido acumulado. Em seguida, enfrentou nova intervenção cirúrgica, desta vez para decorticação pulmonar e instalação de um segundo dreno. Durante o processo de recuperação, a criança ainda lidou com um quadro de bronquiolite e, por fim, uma infecção fúngica.
Atualmente, graças à OPAT, Manuela realiza o tratamento ambulatorialmente, com acompanhamento especializado, fora do ambiente hospitalar e junto aos familiares. Para a mãe, Gabriela Ferreira Sanches, a experiência tem sido extremamente positiva, aliviando não apenas o sofrimento da filha, mas também promovendo um ambiente mais acolhedor e seguro.
“Para nós, tem sido ótima essa oportunidade. Poder ter a liberdade de estar em casa, junto aos familiares, e ainda assim continuar o tratamento soa como um presente, depois de 38 dias sem poder sair do hospital e por tudo que ela passou. Além disso, nos tranquiliza muito saber que ela não está em um ambiente onde poderia ser exposta a outros tipos de contaminação, especialmente agora, em meio a uma epidemia de doenças respiratórias”, relatou Gabriela.
À frente do serviço, a médica Alexandra Casarin destaca que a iniciativa segue uma tendência mundial que busca promover a desospitalização sempre que possível, visando benefícios tanto para os pacientes e suas famílias quanto para a rede de atenção à saúde. Segundo a especialista, cada leito liberado por um paciente com critérios de alta representa a possibilidade de oferecer atendimento a outro usuário que necessita de cuidados hospitalares.
“Seguindo a tendência mundial, os encaminhamentos para os serviços do nosso hospital que proporcionam a desospitalização têm crescido de maneira significativa, principalmente porque traz benefícios para todos. Ao primeiro olhar, beneficia o nosso paciente e seus familiares, mas também traz benefícios para a rede de atenção à saúde. Quando liberamos um leito, ocupado por um paciente com critérios de alta, temos a oportunidade de cuidar de outro usuário, que necessita do atendimento para manutenção de sua vida e sua saúde”, explicou a médica.
O diretor-geral do HRMS, médico Paulo Eduardo Limberger, considera a ampliação da OPAT para o público pediátrico um avanço expressivo na política de gestão hospitalar e na assistência à saúde infantil. Para ele, a possibilidade de oferecer tratamento ambulatorial com segurança representa um ganho significativo para todos os envolvidos.
“Isso permite que crianças em condições clínicas estáveis possam continuar seu tratamento em casa, com segurança e acompanhamento especializado, além de promover mais conforto para as famílias. Ao mesmo tempo, conseguimos otimizar a utilização dos leitos hospitalares, liberando vagas para pacientes que realmente necessitam de internação. É um benefício que reflete diretamente na qualidade da assistência e na gestão eficiente dos recursos hospitalares”, ressaltou.
A adoção da OPAT no atendimento pediátrico reforça o compromisso do HRMS com a humanização do atendimento, a eficiência na gestão hospitalar e a busca constante por soluções inovadoras que ampliem o acesso à saúde com qualidade. A iniciativa, ao mesmo tempo que garante a continuidade terapêutica, promove a segurança dos pacientes e contribui para a sustentabilidade do sistema público de saúde.
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