O Ministro Das Relações Exteriores Da França, Jean-Noël Barrot, afirmou nesta segunda-feira (03) que o risco de uma guerra em solo europeu nunca esteve tão elevado. “A linha de frente está cada vez mais próxima”, alertou o chanceler, atribuindo essa ameaça direta às “ambições imperialistas” da Rússia no conflito com a Ucrânia.
Durante uma entrevista à rádio France Inter, Barrot ressaltou que a Europa precisa estar preparada para qualquer cenário. “O que queremos é que os Estados Unidos possam trazer Vladimir Putin à mesa de negociações. Os russos precisam aceitar que suas ambições expansionistas precisam ter um fim definitivo”, declarou.
No domingo, cerca de quinze países europeus participaram de uma reunião de cúpula em Londres para discutir o futuro da segurança continental. O chanceler francês considerou o encontro como um momento de “despertar” para algumas nações que, segundo ele, ainda não haviam enxergado a gravidade da situação. “Os europeus agora entendem que devem assumir sua própria defesa, sem depender exclusivamente dos Estados Unidos”, enfatizou.
França E Reino Unido divergem sobre trégua na Ucrânia
A França e o Reino Unido apresentaram uma proposta de trégua na Ucrânia, sugerindo um cessar-fogo por um mês nos combates aéreos, marítimos e em infraestruturas energéticas. O objetivo seria testar a real disposição da Rússia em encerrar o conflito. No entanto, a proposta não gerou consenso entre os aliados europeus. O secretário de Estado britânico para as Forças Armadas, Luke Pollard, confirmou que ainda não há um acordo sobre os detalhes dessa possível trégua. “Seguimos em diálogo com a França e nossos aliados para definir o melhor caminho para uma paz duradoura”, afirmou Pollard em entrevista à Times Radio.
Enquanto isso, o Kremlin mantém uma postura desafiadora e afirma que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria ser “forçado a aceitar a paz”. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, declarou que “Zelensky não quer paz” e que cabe aos europeus pressioná-lo para que ceda às condições impostas pela Rússia.
Macron cobra investimentos na defesa Europeia
O presidente da França, Emmanuel Macron, reforçou a necessidade de fortalecer a defesa europeia. Ele defende que a União Europeia mobilize, inicialmente, € 200 bilhões para ampliar suas capacidades militares. Além disso, propõe que os países membros aumentem seus investimentos em defesa para algo entre 3% e 3,5% de seu PIB, acima da meta atual de 2%.
Macron também quer aprofundar o debate sobre a dissuasão nuclear da França, mantendo a soberania sobre eventuais decisões estratégicas. Na Assembleia Nacional, a proposta conta com o apoio do Partido Socialista, enquanto enfrenta resistência de partidos de direita e extrema-direita, que temem uma “traição à soberania nacional”.
O líder do partido Os Republicanos, Laurent Wauquiez, destacou a importância de manter um canal de diálogo com Vladimir Putin. Já o líder do partido de extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, criticou a postura dos países europeus, acusando-os de subserviência aos Estados Unidos.
União Europeia debate nova estratégia militar
Com a crescente ameaça de conflito, a União Europeia estuda novas medidas para reforçar sua segurança coletiva. O bloco avalia a criação de um fundo permanente para defesa, além da possibilidade de ampliar a cooperação militar entre os países membros.
Além disso, a OTAN tem intensificado sua presença no Leste Europeu, com o envio de tropas adicionais para regiões estratégicas próximas à Rússia. O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, afirmou que a organização está “pronta para responder a qualquer ameaça”.
França E Alemanha Alinham posicionamento sobre o conflito
Em meio às tensões, França e Alemanha anunciaram uma maior cooperação em matéria de defesa. O chanceler alemão, Olaf Scholz, destacou que seu país aumentará os investimentos militares e fortalecerá seu papel dentro da OTAN. “Estamos comprometidos com a segurança da Europa e prontos para agir em conjunto com nossos aliados”, declarou.
Especialistas apontam que a guerra na Ucrânia pode redefinir completamente o cenário geopolítico europeu. A necessidade de uma resposta unificada e eficaz será essencial para evitar uma escalada do conflito.
A França segue em debates no Parlamento para definir os próximos passos em relação à guerra na Ucrânia e à segurança da Europa. As decisões tomadas poderão ter um impacto direto na geopolítica mundial nos próximos meses.
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