Mato Grosso do Sul, 14 de fevereiro de 2025
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Evo Morales tem prisão decretada por faltar a audiência em caso abuso sexual e tráfico de menor

Desde que as denúncias surgiram, Morales tem mantido sua inocência e afirma que os fatos já foram investigados em 2020, durante a gestão de um governo interino que buscava minar sua imagem política
O ex-presidente nega a denúncia há anos, afirmando que os fatos já foram investigados em 2020
O ex-presidente nega a denúncia há anos, afirmando que os fatos já foram investigados em 2020

La Paz, Bolívia – Em um desdobramento marcante para a política boliviana, o ex-presidente Evo Morales teve sua prisão decretada por um juiz local após não comparecer a uma audiência crucial sobre um caso envolvendo acusações graves de abuso sexual e tráfico de menor. A decisão intensifica ainda mais a polarização no país, que acompanha atentamente os desdobramentos do processo contra um dos líderes mais influentes da história recente da Bolívia.

As acusações contra Morales

Evo Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019, é acusado de estupro de menor em 2016. A jovem, na época adolescente, teria tido uma filha com Morales. De acordo com a promotoria, os pais da menor teriam facilitado o contato dela com Morales, supostamente buscando benefícios financeiros e oportunidades de ascensão política.

A promotoria alega ainda que a jovem foi inscrita na “guarda juvenil” de Morales, um grupo de apoio político formado por jovens, mas que, segundo os investigadores, teria sido usado como fachada para práticas questionáveis. O caso ganhou um novo enfoque, agora centrado no tráfico de menor, com o envolvimento direto da família da vítima.

Morales nega as acusações

Desde que as denúncias surgiram, Morales tem mantido sua inocência e afirma que os fatos já foram investigados em 2020, durante a gestão de um governo interino que buscava minar sua imagem política. Em declarações recentes, ele descreveu o caso como uma “perseguição política” arquitetada para enfraquecer seu movimento e desviar a atenção de problemas nacionais.

Apesar da retórica de defesa, esta é a terceira ordem de prisão emitida contra o ex-presidente pelo mesmo caso. A primeira, em setembro de 2023, foi anulada após um recurso judicial. Em outubro, outra ordem foi emitida e posteriormente divulgada em dezembro. Ambas foram frustradas por manobras jurídicas da defesa de Morales.

Um mandado ignorado

A ordem de prisão mais recente foi motivada pela ausência de Morales em uma audiência onde deveria prestar depoimento. O ex-presidente não apenas descumpriu o compromisso, como também não justificou sua ausência, o que levou o juiz a decretar a prisão por desobediência e, possivelmente, tentativa de obstrução da justiça.

A promotoria considera a ausência de Morales um sinal de desprezo pelas instituições bolivianas. “Ninguém está acima da lei. Ele deve responder como qualquer cidadão comum,” afirmou a promotora responsável pelo caso, destacando a gravidade das acusações e a importância de avançar com o processo.

Repercussões políticas e sociais

A decisão gerou uma onda de reações no país. Para os críticos de Morales, a ordem de prisão é um exemplo tardio de justiça sendo feita, após anos de suspeitas de abuso de poder. Já para os apoiadores do ex-presidente, a decisão é vista como mais uma tentativa de perseguição política contra ele e seu legado.

“Isso não é justiça, é vingança política! Querem destruir tudo que Evo fez pelo povo boliviano,” afirmou Juan Carlos Añez, militante do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Morales.

Por outro lado, grupos de defesa dos direitos das mulheres e crianças têm pressionado para que o caso seja tratado com seriedade. “Independentemente de quem esteja envolvido, os direitos das vítimas precisam ser priorizados. Chega de impunidade,” declarou Carla Rodríguez, representante de uma organização feminista em La Paz.

O futuro de Morales

O caso coloca Morales em uma posição delicada. Sua influência política, embora ainda forte em muitos setores, tem sido gradualmente abalada por escândalos e pelas acusações que o cercam. A prisão, caso concretizada, poderia representar um ponto de inflexão em sua trajetória, tanto como líder político quanto como figura pública.

Enquanto isso, o país aguarda os próximos passos da justiça. A ordem de prisão, além de reacender debates sobre os limites entre justiça e política, também evidencia a complexidade de lidar com figuras públicas poderosas envolvidas em casos judiciais. Para muitos, o resultado desse processo será um divisor de águas na luta contra a impunidade na Bolívia.

Com o clima político acirrado e a sociedade dividida, o futuro de Evo Morales segue incerto, mas os desdobramentos deste caso prometem deixar marcas profundas no cenário boliviano.

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