Mato Grosso do Sul, 7 de julho de 2025
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Execução brutal em tabacaria assusta moradores e escancara clima de insegurança no Conjunto Aero Rancho

Lucas Ribeiro Pastor, de 24 anos, foi morto com 15 tiros na madrugada de segunda-feira, em crime com características de emboscada e possível motivação passional, que reacende debate sobre violência urbana em Campo Grande
Imagem - Facebook/Reprodução
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Na escuridão e silêncio da madrugada, o que se ouviu foram rajadas curtas, certeiras e brutais. No relógio, passava pouco das 0h30 desta segunda-feira, 7 de julho, quando o Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, foi sacudido pela brutal execução de Lucas Ribeiro Pastor, jovem de 24 anos, morto a tiros dentro de uma tabacaria que se tornou ponto de encontros noturnos e de constantes reclamações dos moradores. O caso, já investigado como homicídio qualificado por emboscada, expôs não apenas a crueldade do crime, mas também a sensação de insegurança que domina parte da comunidade.

O assassinato, marcado pela frieza do atirador, teve todos os elementos de uma execução premeditada. Segundo consta no boletim de ocorrência, o autor dos disparos entrou no local com capacete preto, sacou uma pistola 9mm e foi direto ao alvo. Lucas foi atingido por múltiplos disparos – na cabeça, no tórax, nas costas, axila, ombro, costelas e braço. De acordo com testemunhas, mesmo após a queda, o executor deixou o local, retornou instantes depois e fez novos disparos, desta vez diretamente na cabeça, como uma forma de “confirmar a morte”.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou rapidamente, mas o óbito foi constatado ainda no local. Outro jovem, amigo da vítima, foi atingido de raspão nas costas e sobreviveu. A perícia recolheu 15 cápsulas de munição deflagradas e 9 projéteis. As câmeras de segurança da tabacaria estavam em funcionamento, mas, segundo as autoridades, não registraram o momento exato do crime.

Motivação em apuração e rastro de medo

De acordo com relatos coletados pela polícia, Lucas vinha sendo ameaçado por um homem conhecido como “Caim”. A motivação, segundo a investigação preliminar, estaria relacionada ao suposto envolvimento de Lucas com a ex-esposa do suspeito. Além disso, moradores afirmam ter visto uma motocicleta Falcon rondando o local minutos antes do assassinato, com dois homens. A principal hipótese é de que o atirador foi deixado na tabacaria pelo comparsa e resgatado após o crime.

O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, como homicídio qualificado por traição e emboscada. O Grupo de Operações e Investigações (GOI) e o Batalhão de Choque da Polícia Militar isolaram a área ainda durante a madrugada e iniciaram buscas na região.

Tabacaria na mira dos moradores

O local do crime, uma tabacaria inaugurada há dois anos, já era alvo constante de reclamações da vizinhança. Segundo os moradores, a esquina onde se localiza o estabelecimento se tornou, sobretudo nos fins de semana, cenário de aglomeração, manobras perigosas com motocicletas, barulho excessivo e tumultos até a madrugada.

“Depois que abriram é gente empinando moto, inclusive quando ouvi os barulhos achei que era moto. Já era de madrugada, eu estava dormindo e escutei. Foi muito tiro, depois vi as motos todas vazando, pensei que algo estranho tinha acontecido. Ficamos muito assustados”, contou um morador que preferiu não se identificar.

Outra moradora relatou que o problema é recorrente e que teme sair de casa à noite. “Essa esquina fica terrível. A rua fica intransitável. Qualquer barulho a gente acha que é daqui. Todo fim de semana é uma bagunça a noite inteira e vai até a madrugada”, disse.

Cenário urbano de tensão e abandono

O crime expõe de forma trágica a negligência com que áreas residenciais vêm sendo tratadas diante da proliferação de estabelecimentos comerciais com funcionamento noturno sem fiscalização adequada. A tabacaria em questão já havia sido alvo de denúncias e pedidos formais de inspeção. Ainda assim, seguiu operando sem restrições visíveis. O assassinato de Lucas não apenas ceifou uma vida de maneira brutal, mas evidenciou a ausência de políticas de segurança pública voltadas para prevenção e contenção de atividades ilegais ou descontroladas nesses espaços.

A comunidade do Aero Rancho clama por respostas. Entre o luto e o medo, moradores exigem medidas imediatas para que casos como o de Lucas Ribeiro Pastor não se tornem uma nova rotina da violência. Enquanto a investigação corre sob sigilo, resta aos familiares da vítima o doloroso vazio da perda e à sociedade, mais uma ferida aberta pela brutalidade urbana.

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