Mato Grosso do Sul, 14 de junho de 2025
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VÍDEOS: Execução brutal por vingança escancara guerra do tráfico em Campo Grande

Moraci Pereira Brandão, já conhecido no meio policial, foi brutalmente assassinado a tiros
Moraci Pereira Brandão, já conhecido no meio policial, foi brutalmente assassinado a tiros

Moraci Pereira Brandão, de 48 anos, foi executado em plena luz do dia, no portão de casa, enquanto manobrava sua BMW na entrada da garagem, na Vila Cidade Morena, em Campo Grande. A cena que chocou moradores e vizinhos do bairro, na tarde de 11 de fevereiro, é mais um episódio de uma guerra silenciosa que se alastra entre facções ligadas ao tráfico de drogas, deixando um rastro de sangue e medo pelas ruas da capital sul-mato-grossense.

As investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o apoio da Polícia Militar, apontaram que Moraci foi vítima de um assassinato meticulosamente planejado. Três homens, integrantes de uma célula criminosa atuante na região central do estado, vieram de Ribas do Rio Pardo a Campo Grande com a missão de executar o homicídio. Os autores chegaram ao local do crime a bordo de um VW Gol branco. Dois deles desceram do carro, vestindo coletes balísticos e usando máscaras. Armados com pistolas calibre 9mm equipadas com seletor de rajada e carregadores de trinta tiros, dispararam contra Moraci sem dar chances de defesa.

Após a execução, o veículo usado no crime foi incendiado no bairro Jardim Itamaracá, em uma tentativa de eliminar provas. Um Kia Sorento foi utilizado como carro de apoio, dando fuga aos atiradores. No dia seguinte ao assassinato, as armas usadas no crime foram encontradas enterradas em um imóvel desocupado no Jardim das Cerejeiras, cuidadosamente guardadas dentro de um cano de PVC. A ação rápida das forças de segurança permitiu a recuperação dos armamentos e o avanço das investigações.

De acordo com a polícia, cinco indivíduos participaram diretamente da operação criminosa: os três ocupantes do Gol que abordou a vítima, o motorista da Sorento e um quinto comparsa que, por dias, monitorou os passos de Moraci em outro carro, também um Gol branco.

A motivação do crime remonta ao passado de Moraci no mundo do tráfico. Ex-presidiário, ele havia sido preso anteriormente por envolvimento com drogas. Segundo apuração da DHPP, durante o período em que esteve encarcerado, Moraci se envolveu em desentendimentos com lideranças de uma organização criminosa da qual fazia parte. A execução seria, portanto, uma retaliação. O ato, enquadrado como crime de pistolagem, é uma prática cada vez mais comum nas disputas entre facções que atuam em Mato Grosso do Sul, onde a proximidade com as fronteiras da Bolívia e do Paraguai alimenta o fluxo constante de drogas, armas e dinheiro.

Além de sua própria trajetória no crime, Moraci carregava uma tragédia pessoal que muitos no bairro lembram com pesar. Anos antes de sua morte, sua filha adolescente faleceu vítima de uma overdose. O caso, mantido em silêncio por muito tempo, escancarava a contradição entre sua posição no tráfico e o drama que assolava sua própria família. A jovem, segundo relatos de moradores da região, havia se envolvido com drogas ainda na juventude, sem conseguir escapar do ciclo que, ironicamente, era alimentado pelo próprio pai.

A prisão dos três principais suspeitos foi realizada na tarde de quarta-feira, 11 de junho, em Ribas do Rio Pardo. Eles foram encontrados juntos dentro de uma Mercedes-Benz, outro indício do poder financeiro acumulado por meio de atividades ilícitas. A Polícia Civil solicitou e obteve a prisão preventiva do trio, sob justificativa de que outro crime com as mesmas características poderia estar sendo planejado.

As investigações, agora concentradas na Operação Sicários, seguem com o objetivo de identificar e prender os outros dois envolvidos diretamente no homicídio, além dos possíveis mandantes. A polícia também apura se há conexão entre este crime e outras execuções registradas nos últimos meses na capital, todas com características semelhantes de planejamento e brutalidade.

O caso de Moraci Brandão é mais um entre tantos que revelam as cicatrizes abertas pela guerra do tráfico. Em meio a disputas de território, traições internas e julgamentos sumários, vidas são ceifadas em questão de segundos, muitas vezes sem que sequer tenham tido a chance de mudar o próprio destino.

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