Um crime brutal comoveu os moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, na noite desta quinta-feira, 26 de junho. Um homem identificado como Hugo Abel Heyn, de 69 anos, foi assassinado dentro de sua própria residência pelo filho, de 35 anos, que sofre de esquizofrenia. O crime ocorreu dentro do quarto da vítima e foi presenciado pela esposa de Hugo e mãe do autor.
Segundo o boletim de ocorrência registrado na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada), a tragédia teve início após uma série de ameaças do filho, que apresentava sinais de extrema agitação e agressividade. Em meio a um surto psicótico, ele teria se dirigido ao pai dizendo: “E você, o que está olhando? Eu ainda vou fazer pedacinhos de você”. Hugo teria rido da ameaça, o que desencadeou ainda mais a fúria do agressor, que respondeu: “Tá duvidando? Vou fazer agora”.
Em desespero, a mãe tentou conter o filho, trancando a porta do quarto onde o marido descansava. No entanto, o autor arrombou a porta com violência, invadiu o cômodo e atacou o pai com uma faca, desferindo múltiplos golpes no tórax e nos braços. Mesmo após a vítima cair ao solo, o agressor continuou com a violência, desferindo chutes contra a cabeça do pai.
Sem conseguir deter o filho, a mulher correu em busca de ajuda junto a familiares que residem nas proximidades. Ao retornar, encontrou o marido já sem sinais vitais e o autor havia fugido. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionadas, mas ao chegarem constataram o óbito da vítima.
A Polícia Militar foi acionada e guarnições do Tático iniciaram diligências imediatamente, vasculhando a região durante toda a madrugada. Até o momento, no entanto, o autor do homicídio segue foragido. A Polícia Civil instaurou inquérito e trabalha com a hipótese de homicídio qualificado por motivo fútil.
A perícia da Polícia Científica compareceu ao local, que foi preservado pelas equipes da PM, recolhendo evidências para compor o laudo que será anexado à investigação. O caso reacende o debate sobre a necessidade de acompanhamento contínuo e especializado para pessoas diagnosticadas com transtornos mentais severos, bem como o suporte necessário às famílias que convivem com essas situações.
A tragédia familiar escancara a fragilidade do sistema de apoio em saúde mental, especialmente em casos onde o histórico de surtos exige intervenção preventiva. A polícia pede que qualquer informação sobre o paradeiro do autor seja comunicada imediatamente pelos canais de denúncia.
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