Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Fraude digital desafia segurança do governo e expõe fragilidade na biometria do GOV.BR

Polícia Federal desarticula quadrilha que manipulava reconhecimento facial para invadir contas públicas e acessar dados sigilosos de cidadãos vulneráveis em nove estados
A PF continuará as investigações para identificar outros suspeitos que também têm envolvimento
A PF continuará as investigações para identificar outros suspeitos que também têm envolvimento

Na manhã desta terça-feira, 13 de maio, a Polícia Federal deflagrou a Operação Face Off, revelando uma complexa rede de criminosos digitais que atuavam em diversas regiões do país com um objetivo específico: fraudar a segurança da plataforma GOV.BR. A ação, de caráter nacional, envolveu cinco mandados de prisão temporária, uma prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão em nove estados brasileiros, mobilizando dezenas de agentes para conter uma ameaça que vinha crescendo silenciosamente no ambiente virtual.

A quadrilha utilizava técnicas sofisticadas de falsificação facial, com manipulações digitais de imagens e vídeos, para simular com precisão os rostos de usuários legítimos da plataforma. O objetivo era enganar o sistema de reconhecimento biométrico facial da conta GOV.BR, responsável por garantir a autenticação segura de milhões de cidadãos nos serviços digitais oferecidos pelo governo federal.

Ao assumir o controle total das contas, os criminosos tinham acesso não apenas a dados sensíveis como CPF, comprovantes de renda, benefícios sociais e registros médicos, mas também à possibilidade de solicitar serviços públicos, acessar programas de transferência de renda e até fraudar processos administrativos. As contas comprometidas viravam portas de entrada para uma gama de crimes digitais, entre eles, estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e desvio de benefícios sociais.

A operação revelou ainda que os alvos da organização criminosa eram, em sua maioria, cidadãos em situação de vulnerabilidade digital: pessoas com pouco acesso à tecnologia, usuários que utilizam cybercafés ou redes públicas, idosos e beneficiários de programas como o Bolsa Família e o INSS. Muitos sequer sabiam que haviam sido vítimas, descobrindo apenas após perceberem inconsistências em seus cadastros ou bloqueios indevidos.

Segundo as investigações, os criminosos operavam com conhecimento técnico avançado, utilizando softwares de manipulação facial baseados em inteligência artificial, capazes de alterar expressões, movimentações labiais e até mesmo a luz e sombra dos vídeos, elementos utilizados pela autenticação biométrica da plataforma. Essa simulação digital permitia a eles gravar vídeos e realizar a autenticação em nome de terceiros, com alto índice de sucesso.

Os dispositivos invadidos permitiam que os golpistas acessassem serviços sensíveis como a carteira de trabalho digital, os sistemas da Receita Federal, plataformas de benefícios do governo, cadastros habitacionais, e até mesmo informações bancárias vinculadas ao CPF do usuário. Em muitos casos, os criminosos trocavam o e-mail, o número de telefone e a senha cadastrados, impedindo que a vítima tivesse qualquer forma de recuperar sua conta.

A Polícia Federal destacou que esta operação é apenas o início de uma série de ações voltadas ao combate de fraudes digitais que visam plataformas governamentais. O risco crescente da biometria facial ser usada como uma falsa garantia de segurança alerta para a necessidade urgente de aprimoramento nos métodos de autenticação digital e reforço das camadas de proteção.

Especialistas em segurança da informação têm alertado há anos sobre os riscos de se confiar exclusivamente em métodos biométricos, especialmente quando não combinados com outras formas de verificação. A crescente popularização de aplicativos de deepfake e manipulação de vídeo tem colocado em xeque a eficácia de sistemas que dependem unicamente da face como identificador.

A plataforma GOV.BR, que concentra dezenas de serviços essenciais ao cidadão, tornou-se uma vitrine atraente para o cibercrime. A facilidade de acesso remoto, somada à digitalização acelerada de processos governamentais nos últimos anos, ampliou o alcance da ferramenta, mas também a transformou em alvo preferencial de quadrilhas especializadas em engenharia social e invasão digital.

As investigações continuam sob sigilo, e as autoridades reforçam a importância de que os usuários revisem com frequência seus acessos, atualizem dados de contato e fiquem atentos a movimentações incomuns. Casos suspeitos devem ser imediatamente comunicados às ouvidorias dos órgãos públicos ou diretamente à Polícia Federal.

A Operação Face Off marca um momento crucial na luta contra crimes cibernéticos no Brasil, demonstrando que o Estado está atento e disposto a responder com firmeza àqueles que tentam corromper o sistema. A confiança na digitalização de serviços públicos depende, mais do que nunca, da segurança de seus meios.

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