Mato Grosso do Sul, 28 de junho de 2025
Campo Grande/MS
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Fundo global propõe novo pacto climático para proteger florestas tropicais e comunidades tradicionais

Brasil lidera estratégia para financiamento permanente da conservação florestal e mobiliza apoio internacional em evento climático em Londres

Durante a Semana de Ação Climática de Londres, o governo brasileiro deu um passo decisivo rumo à consolidação de uma proposta inovadora para a proteção das florestas tropicais. Trata-se do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que tem como objetivo estabelecer um modelo robusto, permanente e baseado em resultados para o financiamento da conservação ambiental em escala global. A proposta, encabeçada pelo Brasil como parte de sua agenda para a COP30, recebeu manifestações públicas de apoio de governos estrangeiros, instituições financeiras internacionais, entidades da sociedade civil e lideranças indígenas.

O TFFF foi originalmente apresentado durante a COP28, em Dubai, e desde então vem sendo aperfeiçoado. A expectativa é que ele seja lançado formalmente durante a COP30, prevista para novembro de 2025, em Belém do Pará. O modelo propõe pagamentos diretos aos países que conservam florestas tropicais e subtropicais úmidas, com base em comprovação de resultados e imagens de satélite, funcionando como um fundo de investimento de alta escala e não como um simples instrumento de doações.

Segundo o governo brasileiro, a proposta visa arrecadar cerca de US$ 4 bilhões por ano. Os pagamentos aos países participantes serão proporcionais à área de floresta conservada, com deduções em caso de desmatamento ou degradação. Pelo menos 20% dos recursos deverão ser destinados diretamente a povos indígenas e comunidades tradicionais, reconhecendo o papel central desses grupos na preservação ambiental.

Durante os painéis e encontros realizados na capital britânica, representantes de países como Reino Unido, Noruega, Indonésia, Colômbia, Peru, República Democrática do Congo, Gana e Emirados Árabes Unidos destacaram o potencial do TFFF como uma iniciativa disruptiva no cenário global de combate às mudanças climáticas.

O secretário de Estado para Energia e Mudança Climática do Reino Unido, Ed Miliband, elogiou a proposta brasileira, classificando-a como “inspiradora e promissora”. Para Andreas Bjelland Eriksen, ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, o sucesso da iniciativa dependerá de salvaguardas robustas, participação dos povos da floresta e apoio financeiro consistente. A Indonésia, por meio da assessora sênior Haruni Krisnawati, avaliou o TFFF como uma oportunidade para inovação e justiça climática. Já o professor Joseph Malassi, da República Democrática do Congo, defendeu que a urgência das florestas tropicais exige solidariedade global.

O fundo também despertou interesse de instituições financeiras e multilaterais. Christian Stracke, presidente da gestora PIMCO, disse que o TFFF pode mobilizar capital privado em larga escala e mitigar riscos associados à perda de biodiversidade. Bank of America e Barclays também se mostraram abertos à colaboração. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) expressou apoio institucional.

Organizações indígenas e da sociedade civil igualmente reconheceram a proposta como promissora. A Aliança Global de Comunidades Territoriais afirmou que o TFFF pode estabelecer um novo padrão de financiamento direto e participativo para guardiões da natureza. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, reafirmou que seu ministério continuará trabalhando para garantir o repasse mínimo de 20% dos recursos às comunidades locais. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, definiu o TFFF como um instrumento com coragem para inaugurar um novo ciclo de prosperidade e equilíbrio entre floresta e clima.

Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)

O modelo de financiamento do TFFF combina investimento público com captação de recursos no mercado privado, com o objetivo de mobilizar cerca de US$ 4 bilhões por ano, a serem distribuídos entre os países com florestas tropicais. Os países só receberão pagamentos proporcionais à sua área de floresta tropical e subtropical úmida conservada — e após verificação por imagens de satélite que confirmem níveis de desmatamento abaixo de um limite definido. Haverá deduções para cada hectare desmatado ou degradado.

Esse valor representa de três a quatro vezes os orçamentos discricionários dos Ministérios do Meio Ambiente dos principais países florestais — e dezenas ou até centenas de vezes mais do que o que é atualmente pago pelo mercado voluntário de carbono. Em outras palavras, o TFFF pode ter um impacto transformador sobre as políticas nacionais de conservação florestal.

O TFFF se diferencia dos modelos tradicionais por diversos elementos-chave. Funciona como um fundo de investimento gerador de receita, e não como um mecanismo baseado em doações; paga por resultados, em vez de financiar projetos; recompensa florestas em pé, em vez de compensar pelo desmatamento evitado; e mantém diálogo próximo com as populações indígenas e povos e comunidades tradicionais, que desempenham papel direto na proteção das florestas. O mecanismo propõe destinar pelo menos 20% dos pagamentos nacionais a essas populações.

As florestas tropicais regulam o clima global, abrigam biodiversidade insubstituível, fornecem água doce e sustentam os meios de vida de bilhões de pessoas. A sobrevivência da humanidade depende delas. O TFFF oferece uma oportunidade transformadora de ampliar significativamente o apoio financeiro aos países com florestas tropicais.

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