Com o avanço da Doença Renal Crônica, muitos pacientes em Mato Grosso do Sul enfrentaram, por décadas, uma dura realidade: a necessidade de percorrer longas distâncias, enfrentar jornadas exaustivas e, muitas vezes, mudar de cidade em busca do tratamento de hemodiálise. Esse cenário, no entanto, está mudando de forma concreta e definitiva.
O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, colocou em prática um plano robusto de regionalização dos serviços de Terapia Renal Substitutiva. A estratégia, ancorada no fortalecimento do Sistema Único de Saúde, garante não apenas mais clínicas e equipamentos, mas também atendimento próximo de casa, com mais dignidade, conforto e qualidade de vida para quem enfrenta os desafios de uma doença crônica.
A superintendente de Atenção à Saúde, Angélica Segatto Congro, explica que o trabalho vai muito além de simplesmente adquirir máquinas. “O nosso plano de ação regional reorganiza a oferta de serviços nas quatro macrorregiões do estado, levando cuidado especializado aonde antes não chegava. É uma estratégia que preserva a dignidade do paciente, melhora o acesso e garante mais resolutividade ao tratamento”, afirma.
O Plano de Ação Regional, pactuado por meio da Resolução CIB nº 550, de dezembro de 2024, formaliza essa expansão. As medidas abrangem desde a ampliação de serviços já existentes até a implantação de novas unidades, contemplando tanto municípios polos quanto cidades de médio porte.
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com 457 máquinas de hemodiálise em funcionamento. Com a nova expansão, serão adicionadas mais 98 unidades, aumentando significativamente a capacidade de atendimento. Municípios como Aquidauana, Coxim, Costa Rica, Bataguassu, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas recebem reforços, enquanto Maracaju, Jardim e Nova Andradina passam a contar com serviços inéditos.
Campo Grande também amplia sua rede com a habilitação da clínica Davita Pantanal, além da abertura de um novo turno de atendimento em Bataguassu, fortalecendo ainda mais a oferta na região.
A gerente de Atenção à Doença Renal Crônica, Mara Rúbia da Costa Silva, reforça que essa expansão está diretamente alinhada à Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica, aprovada em 2023. “A regionalização permite que o paciente receba atendimento perto de sua casa, sem precisar ser deslocado para outros municípios. Isso impacta diretamente na qualidade do tratamento e no bem-estar do paciente e da sua família”, destaca.
Além de reorganizar o fluxo de atendimento, o Governo do Estado também instituiu uma política sólida de incentivo financeiro aos municípios, fundamental para a manutenção dos serviços. A Resolução nº 322 estabelece repasses mensais de R$ 716,12 por paciente em tratamento de Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) e de R$ 45,00 por sessão de hemodiálise, respeitando o limite de até 14 sessões por paciente.
Esse apoio financeiro fortalece as estruturas municipais, permitindo que as prefeituras garantam desde o custeio dos procedimentos até melhorias na estrutura física, contratação de profissionais e aquisição de insumos.
A Gerência de Atenção à Doença Renal Crônica (GADRC) faz o monitoramento constante dos atendimentos, garantindo a correta aplicação dos recursos e a transparência no uso dos investimentos públicos. Cada procedimento realizado é registrado, conferido e auditado, o que permite ao Estado acompanhar de perto a evolução do atendimento e a qualidade dos serviços prestados.
O impacto social da regionalização da hemodiálise é profundo. Mais do que números, ela representa o alívio de milhares de famílias que, a partir de agora, não precisam mais se submeter ao sofrimento de viagens longas e desgastantes, três vezes por semana, para garantir sua sobrevivência.
Com o fortalecimento da rede, Mato Grosso do Sul dá um passo firme na consolidação de um sistema de saúde público mais humano, acessível e eficiente, onde o paciente está no centro das decisões.
O compromisso do Governo do Estado com a saúde da população reflete-se na construção de uma rede que acolhe, cuida e promove qualidade de vida. E, acima de tudo, reafirma que a dignidade no tratamento de doenças crônicas é um direito de todos.
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