Mato Grosso do Sul, 8 de julho de 2025
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Governo de Mato Grosso do Sul lança plano estratégico para impulsionar pecuária no Pantanal

Estudo técnico propõe ações para fortalecer todas as cadeias produtivas da região com foco em tradição, sustentabilidade e geração de renda
Imagem - Instagram/Reprodução
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Com uma história secular enraizada nas planícies alagadas, a pecuária pantaneira passa a contar agora com um olhar mais atento e planejado. O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), apresentou um ambicioso plano de fortalecimento para todas as cadeias pecuárias do Pantanal. A proposta, que nasceu a partir de um estudo técnico detalhado, visa consolidar a sustentabilidade econômica e ambiental do setor, ao mesmo tempo em que reconhece a tradição histórica da região.

O plano foi desenvolvido a partir de um diagnóstico encomendado pela Secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Sedes), com apoio técnico dos consultores Marcelo Rondon de Barros e Janielly Barros. O relatório traça um panorama abrangente dos desafios e das oportunidades para as atividades pecuárias, abarcando não só a bovinocultura de corte, carro-chefe da produção, como também outras cadeias relevantes como piscicultura, apicultura, ovinocultura, equideocultura e até o manejo sustentável de jacarés.

A bovinocultura é a principal atividade no bioma, com mais de 4,2 milhões de cabeças de gado, representando 22,7% do rebanho estadual e movimentando, só em 2024, mais de R$ 5 bilhões. A comercialização de bezerros e bois reafirma a força do Pantanal como celeiro estratégico da pecuária nacional. “Precisávamos entender em profundidade o estágio atual de cada cadeia produtiva, e agora temos um estudo técnico que respalda a elaboração de políticas públicas eficazes”, explicou o secretário Jaime Verruck.

Entre as ações propostas para a bovinocultura estão a criação de selos de origem, ampliação da habilitação de frigoríficos para exportação, rastreabilidade do couro e incentivos para o pagamento por serviços ambientais. O relatório também enfatiza a necessidade de modernizar a infraestrutura logística da região, incluindo estradas, portos fluviais e aterros, além de aprimorar os sistemas de inspeção sanitária.

A ovinocultura, embora tenha sofrido redução de rebanho nos últimos anos, apresentou sinais de recuperação com aumento de abates e valorização da raça pantaneira. O plano prevê reconhecimento oficial da raça, combate à informalidade e adoção de protocolos de produção sustentável.

A apicultura e a meliponicultura ganham destaque pelo valor ambiental e comercial, impulsionadas pelo reconhecimento da Indicação Geográfica do Mel do Pantanal. Contudo, os produtores ainda enfrentam obstáculos logísticos e de assistência técnica. As medidas sugeridas incluem qualificação, estímulo ao uso de espécies nativas e criação de seguros específicos.

A piscicultura e a cadeia do jacaré-do-pantanal são tratadas como atividades com elevado potencial de crescimento, desde que aliadas a práticas de manejo responsável e melhorias genéticas. No caso dos jacarés, o sistema headstarting criação inicial em cativeiro com posterior retorno controlado à natureza é visto como forma de gerar renda a pequenos produtores, fortalecendo a certificação e o acesso a mercados exigentes.

A equideocultura, essencial à cultura pantaneira e à operacionalização das fazendas, também foi incluída no estudo. As ações envolvem incentivo ao registro oficial de animais e promoção da raça pantaneira, símbolo da resistência e adaptabilidade da região.

O levantamento abrange 11 sub-regiões pantaneiras, incluindo áreas do Mato Grosso e do Pantanal do Paraguai, totalizando 27% do território sul-mato-grossense e cerca de 6,8% do PIB estadual. Foram considerados dados de instituições como IAGRO, IBGE, AGRAER e SENAR, contemplando aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Jaime Verruck reforçou a importância estratégica do plano para o futuro da região. “Temos agora um diagnóstico preciso e ações específicas para cada cadeia produtiva. Mais de 45% dos animais abatidos estão em programas estaduais como o Precoce MS e o Pecuária Sustentável. Isso mostra que estamos no rumo certo, conciliando desenvolvimento e conservação”, concluiu o secretário.

O estudo também servirá de base para iniciativas como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) no Pacto do Pantanal, visando remunerar produtores rurais que adotam boas práticas ambientais. Ao unir tradição centenária, inovação tecnológica e responsabilidade ecológica, o governo estadual aposta em um modelo de desenvolvimento que valoriza o Pantanal como um patrimônio natural e econômico do Brasil e do mundo.

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