O Brasil dá um passo importante para enfrentar o período mais temido do ano nas regiões de vegetação nativa: a temporada de queimadas. Em resposta aos estragos provocados pelos incêndios florestais nos últimos anos, o Governo Federal, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), publicou nesta sexta-feira, 9 de maio, a Portaria nº 60, que autoriza a contratação emergencial de brigadas federais para atuar diretamente na prevenção e no combate ao fogo.
A medida, assinada pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), visa fortalecer a linha de frente contra as chamas em 17 estados, incluindo o Mato Grosso do Sul, um dos mais afetados historicamente pelo fogo no Pantanal e no Cerrado. A portaria permite a formação de brigadas temporárias, compostas por brigadistas, chefes de esquadrão e chefes de brigada, que serão distribuídos em diversos municípios estratégicos desses estados.
Além de Mato Grosso do Sul, as equipes também atuarão no Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins. Cada brigada será responsável por ações preventivas e emergenciais em áreas críticas de floresta, savana e vegetação de transição, onde o risco de incêndios cresce com o avanço do período seco.
Outro ponto relevante do documento é a autorização para o Prevfogo contratar uma brigada federal de manejo integrado do fogo. Esse tipo de equipe vai operar por dois anos, com possibilidade de prorrogação por mais um, e será composta por um chefe de brigada, dois chefes de esquadrão e doze brigadistas. O foco desse grupo será a prevenção e o controle dos focos de incêndio antes que se tornem incontroláveis, com técnicas planejadas de queima controlada.
Essa brigada especial vai atuar em nove unidades da federação: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins. A presença contínua e planejada dessas equipes nos territórios de maior vulnerabilidade ambiental será essencial para evitar uma nova temporada de devastação como a que se viu em anos recentes.
A portaria também amplia o quadro técnico de apoio ao combate, liberando a contratação de agentes de informação e prevenção, chefes de esquadrão para queima prescrita e supervisores de áreas essenciais como logística, monitoramento, operações e o chamado “tiro quente”, que é a ação direta contra focos ativos. Esses profissionais vão apoiar as coordenações estaduais do Prevfogo em 20 estados, incluindo novamente o Mato Grosso do Sul, reforçando a estrutura de resposta nos locais mais críticos.
A chegada antecipada desses reforços visa reduzir os impactos do fogo, que destrói biodiversidade, agrava mudanças climáticas, afeta a saúde da população e prejudica comunidades tradicionais e rurais. Em estados como Mato Grosso do Sul, que enfrentam todos os anos grandes perdas no Pantanal e áreas de cerrado, essa estrutura pode fazer a diferença entre controlar e perder o controle da situação.
Enquanto o tempo seco avança e os termômetros sobem, o que se espera é que essas ações preventivas saiam do papel o quanto antes e que as contratações ocorram de forma ágil. O trabalho desses brigadistas será fundamental para proteger nossas florestas, rios, fauna e o próprio povo brasileiro das consequências devastadoras do fogo sem controle.
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