O Ministério da Fazenda anunciou nesta terça-feira (25/3) um remanejamento de aproximadamente R$ 4 bilhões em limites equalizáveis dentro do Plano Safra 2024/25. A medida tem como objetivo principal fortalecer o custeio de pequenos e médios produtores, além de ampliar investimentos em programas essenciais como o Moderfrota, que financia a modernização de maquinários, e o Pronaf Investimento, voltado para a agricultura familiar.
O governo federal reforça que o remanejamento não gera custos adicionais ao Tesouro Nacional, pois redistribui recursos já alocados em linhas de crédito que apresentavam baixa demanda para aquelas com maior procura. Segundo Gilson Bittencourt, subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, a estratégia visa garantir que nenhum setor fique desassistido na fase final da safra.
Ajustes no crédito rural garantem equilíbrio e atendem produtores
O Plano Safra 2024/25, lançado com um montante histórico de R$ 476 bilhões em crédito rural, destina R$ 133,6 bilhões para linhas de financiamento equalizadas pelo governo. Com os ajustes recentes, o saldo total sofreu um pequeno acréscimo de R$ 4,8 milhões, mantendo-se praticamente inalterado em relação ao balanço de dezembro de 2024.
Entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, mais de R$ 81 bilhões já foram contratados em financiamentos equalizados. No entanto, alguns setores estavam enfrentando dificuldades para acessar o crédito, levando os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário a solicitarem redistribuições para evitar gargalos no sistema.
Bancos públicos e cooperativas de crédito são beneficiados
O remanejamento afetou 14 instituições financeiras, reduzindo os limites de algumas e reforçando os recursos de outras. O Banco do Brasil foi um dos maiores beneficiados, recebendo um incremento de R$ 1,2 bilhão para atender demandas reprimidas. O montante será utilizado para financiamentos de comercialização, custeio do Pronamp e investimentos em inovação agrícola.
O BNDES também teve reforço de R$ 270 milhões, destinados ao Moderfrota, que chegou a ser suspenso temporariamente devido ao esgotamento dos recursos. Já o Sicredi recebeu um acréscimo de R$ 162,2 milhões, priorizando o financiamento para pequenos e médios produtores.
Por outro lado, instituições como Badesul, Banco DLL, Basa, BRB e Cresol sofreram reduções nos limites para linhas de crédito destinadas a grandes produtores. Essa redistribuição, segundo o governo, foi necessária para garantir maior acessibilidade ao financiamento rural.
Agricultura familiar ganha reforço bilionário
No segmento da agricultura familiar, o Banco do Brasil obteve um aumento de R$ 2,4 bilhões em limites equalizáveis para o Pronaf. Os valores serão distribuídos entre financiamentos de custeio e investimento, com juros diferenciados que variam entre 2,5% e 6% ao ano, favorecendo milhares de pequenos agricultores.
O Banrisul também recebeu um incremento de R$ 100 milhões, enquanto a cooperativa de crédito Credicoamo passou por um ajuste interno para destinar mais recursos à compra de tratores e colheitadeiras por pequenos produtores.
As reduções de limites, por sua vez, somaram cerca de R$ 2,4 bilhões dentro do setor de agricultura familiar. Apesar disso, a realocação dos recursos garantiu praticamente o mesmo volume de crédito, garantindo que as linhas mais demandadas continuem disponíveis.
Expectativas para o futuro e impacto na economia rural
A redistribuição dos recursos do Plano Safra busca assegurar que pequenos e médios produtores possam continuar investindo em suas lavouras, garantindo maior produtividade e sustentação para o setor agropecuário brasileiro. O governo aposta nessa estratégia para manter o campo aquecido e evitar desequilíbrios financeiros entre diferentes categorias de produtores.
Ministros e representantes do setor agro reforçam que novas realocações poderão ser feitas caso haja necessidade, sempre priorizando setores com maior demanda. O agronegócio, responsável por cerca de 25% do PIB brasileiro, segue sendo um pilar essencial da economia, e medidas como essa ajudam a garantir estabilidade e crescimento ao setor.
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