Em cerimônia solene nesta terça-feira, 1º de julho, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o lançamento do Plano Safra 2025/2026, que destinará R$ 516,2 bilhões a médios e grandes produtores rurais. O plano foi apresentado com o lema “Força para o Brasil crescer” e surge em meio a debates intensos sobre justiça social, crédito agrícola e sustentabilidade no campo. Em seu discurso, o presidente reforçou que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês está diretamente ligada à construção de um sistema tributário mais justo. Segundo ele, o objetivo é diminuir privilégios de uma minoria para garantir direitos a milhões de brasileiros.
“Queremos que 140 mil pessoas contribuam um pouco mais para beneficiar mais de 10 milhões. Não se trata de tirar de ninguém, mas de corrigir distorções históricas”, afirmou Lula, ao criticar aqueles que culpam programas sociais como o Bolsa Família ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pelo desequilíbrio fiscal. Para o presidente, salário não é renda, e por isso não deveria ser taxado como tal. Ao mesmo tempo, defendeu que quem recebe acima de R$ 1 milhão ao ano precisa contribuir mais com o país.
Recorde de recursos e estratégia integrada
O novo Plano Safra representa um crescimento de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo anterior. Durante a solenidade, Lula destacou que o volume recorde de crédito é prova do compromisso do governo com o desenvolvimento do campo. “Queremos fazer do Brasil o celeiro do mundo, mas com justiça social, inclusão e sustentabilidade”, afirmou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a ideia de que o Plano Safra não deve ser dividido em duas políticas distintas – uma para pequenos e outra para grandes produtores –, mas compreendido como parte de uma estratégia única de desenvolvimento rural. “O campo brasileiro precisa crescer com emprego, equidade e inovação. A agricultura familiar e a empresarial não são adversárias, mas complementares”, ressaltou.
Segundo Haddad, a economia brasileira mostra sinais de recuperação mesmo diante de um cenário global instável. Ele atribuiu isso à condução responsável da política fiscal, ao avanço na reforma tributária e aos investimentos em infraestrutura e transição energética. “Estamos colhendo os frutos de um plano de voo que começou no início do governo. A reforma tributária vai dar novo impulso ao campo, ampliando a competitividade e valorizando a produção nacional”, acrescentou.
Sustentabilidade e segurança climática como pilares
Entre as novidades do plano está a exigência da aplicação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para todas as operações de custeio acima de R$ 200 mil. Antes, a medida era restrita aos pequenos produtores. A mudança visa aumentar a segurança da produção e garantir que o crédito seja concedido apenas a cultivos em períodos e locais adequados, respeitando o risco climático.
O crédito também poderá ser utilizado para a compra antecipada de rações, suplementos e medicamentos veterinários com até 180 dias de antecedência, medida que busca mitigar os impactos da sazonalidade e garantir estabilidade na produção.
Além disso, o Plano Safra passará a financiar a produção de sementes florestais e o cultivo de plantas de cobertura do solo, com o intuito de proteger e recuperar áreas agrícolas entre as safras, promovendo a saúde do solo e reduzindo a erosão.
Renegociação de dívidas e ampliação do acesso
O novo ciclo também traz medidas de alívio financeiro, como a flexibilização para a renegociação de dívidas de produtores afetados por perdas climáticas em safras anteriores. A proposta é permitir a reorganização produtiva de quem enfrentou prejuízos, sem comprometer o fluxo de produção.
Entre os programas com modificações está o Pronamp, cujo limite de renda anual para enquadramento subiu de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, ampliando o número de produtores aptos a receber crédito com condições facilitadas. O acesso ao Funcafé também foi ampliado: mesmo produtores com contratos ativos no Plano Safra poderão contratar novos recursos do fundo, fortalecendo a cadeia cafeeira nacional.
Unificação de linhas e investimento em infraestrutura
Outra mudança importante foi a unificação dos programas Moderagro e Inovagro, que agora formam uma linha única com limites maiores para investimentos em infraestrutura, especialmente em granjas. O subprograma RenovAgro Ambiental também ganhou reforço, passando a financiar ações de combate a incêndios, reflorestamento e aquisição de equipamentos como caminhões-pipa e mudas nativas.
Os limites de armazenagem para projetos financiados dobraram, passando de 6 mil para 12 mil toneladas, o que deve melhorar o escoamento e a conservação da produção. A expectativa é de que essas mudanças impulsionem a eficiência logística no campo e contribuam para reduzir o desperdício.
Cooperação entre pequenos e grandes produtores
O presidente Lula reforçou a necessidade de integração entre todos os segmentos do agronegócio. “O pequeno não pode ser inimigo do grande, e o grande não deve ver o pequeno como adversário. Eles devem ser forças complementares. Essa harmonia é o que fortalece a nação”, afirmou.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, reiterou a importância da produção nacional em suas múltiplas frentes, indo além dos grãos. “Nossa produção anual ultrapassa 1,1 bilhão de toneladas, somando grãos, carnes, frutas, celulose, açúcar e muito mais. Isso mostra que somos um país diverso, eficiente e sustentável”, declarou.
Ele também apontou que o Brasil já abriu 387 novos mercados internacionais para seus produtos, consolidando-se como potência agroexportadora. Para o ministro, o Plano Safra 2025/2026 é fundamental para manter esse ritmo de crescimento com responsabilidade ambiental.
Justiça tributária e soberania alimentar
Ao fim do evento, Lula reiterou que a reforma tributária será decisiva para consolidar a justiça social no Brasil. “Vamos parar de exportar imposto e começar a importar dignidade. Vamos ampliar a cesta básica, valorizar o trabalhador e fortalecer o campo como motor do desenvolvimento nacional”, concluiu.
O novo Plano Safra, portanto, surge como símbolo da busca por equilíbrio entre eficiência econômica, justiça social e proteção ambiental. Com recursos recordes, inovação nas linhas de crédito e compromisso com todos os elos da produção agropecuária, o governo aposta no campo como base do futuro do Brasil.
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