Foi depois de um julgamento intenso, que durou cerca de dez horas, que a Justiça finalmente deu uma resposta à altura para um crime que chocou Dourados e todo o Mato Grosso do Sul. Na terça-feira, dia 8, o réu Roberto Morais de Oliveira, de 48 anos, foi condenado a 21 anos de prisão pelo assassinato brutal da ex-companheira Lucilene Nobel da Silva. O crime aconteceu na madrugada do dia 16 de junho de 2022, no distrito de Macaúba, e teve como testemunha principal uma criança de apenas quatro anos, o filho do casal.
A condenação de 21 anos em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade, foi a resposta da Justiça para um dos crimes mais cruéis e revoltantes registrados nos últimos anos em Dourados.
O julgamento foi presidido pelo juiz Ricardo da Mata Reis, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. A acusação, representada pelo promotor de Justiça Luiz Eduardo Sant’ Anna Pinheiro, teve sua tese acolhida integralmente pelos jurados. Roberto foi condenado por homicídio qualificado, com agravantes que elevaram a pena: motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, e feminicídio quando o crime é cometido por razões ligadas à condição de gênero da mulher.
Além disso, ele também foi condenado por porte ilegal de arma de fogo, já que usou uma espingarda calibre .38 no assassinato.
Uma tragédia anunciada que terminou em horror
Segundo a denúncia do Ministério Público, Roberto não aceitava o fim do relacionamento com Lucilene, de quem já estava separado havia alguns meses. Com raiva e sentimento de posse, ele decidiu invadir a casa onde ela vivia, na Rua Quito de Mattos. Era madrugada quando ele entrou armado, encontrando no local não só Lucilene, mas também o filho de quatro anos e o novo companheiro dela, que na época tinha 39 anos.
O namorado de Lucilene conseguiu fugir quando ouviu os disparos. Lucilene, no entanto, foi atingida por dois tiros e morreu ainda no local, diante do próprio filho.
Roberto fugiu logo após o crime, mas se entregou dias depois à polícia. Desde então, ficou preso preventivamente enquanto aguardava o julgamento.
Frieza, crueldade e nenhum arrependimento
Na sentença, o juiz Ricardo da Mata Reis não poupou palavras. Classificou a atitude de Roberto como “extremamente reprovável” e destacou a frieza com que ele agiu. “Executou a ex-companheira diante do filho do casal, uma criança pequena, deixando marcas irreversíveis”, disse o magistrado.
A pena de 21 anos deverá ser cumprida em regime fechado. Roberto não poderá apelar em liberdade, o que significa que permanecerá preso enquanto qualquer recurso for analisado.
Um alívio para a família, uma mensagem para a sociedade
A condenação foi recebida com emoção pelos familiares de Lucilene, que acompanharam o julgamento do início ao fim. Para eles, a dor da perda continua, mas o sentimento de justiça cumprida traz algum conforto.
Casos de feminicídio, infelizmente, ainda são comuns no Brasil, e a decisão do júri em Dourados manda um recado claro: a violência contra a mulher será punida com rigor.
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