Veríssimo Coelho dos Santos, de 61 anos, encontrado morto dentro de uma caminhonete na Sitioca Campina Verde, em Dourados, na quinta-feira (1), foi ferido com golpes de facão na cabeça antes de ser levado no próprio veículo até o local onde foi deixado após ser baleado por 16 vezes.
Esses detalhes da investigação policial aberta para elucidar o homicídio motivaram o juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias a homologar o flagrante e depois converter em preventiva a prisão de Sauro, 29 anos, sobrinho-neto da vítima e apontado como autor do crime.
No despacho datado sexta-feira (2), o plantonista da II Região Dourados e Itaporã considerou as informações prestadas pela Polícia Civil para pontuar que, em tese, o assassino “lesionou a vítima com golpes incisivos na cabeça, a colocou na camioneta, a conduziu por quinhentos metros, e, na sequência, efetuou dezesseis disparos contra o ofendido, abandonando o local a pé”
Além disso, o magistrado citou relato policial segundo o qual na chácara do indiciado, localizada há 500 metros do local onde o corpo da vítima foi deixado, investigadores encontraram “um facão e uma foice com manchas possivelmente utilizados para a prática do crime, posto que o ofendido apresentava lesões na cabeça”.
Perícias
O juiz também determinou perícia em celulares eventualmente apreendidos no flagrante, mediante a quebra de sigilo de dados das comunicações telefônicas, consistentes em ligações, mensagens SMS, aplicativo WhatsApp ou outros similares habilitados, inclusive, nos períodos posteriores a prisão em flagrante.
Além de autorizar a extração dos dados e comunicações produzidas antes, durante e depois da prisão em flagrante, o magistrado estabeleceu que todas as conversas, as trocas de informações e os dados armazenados que tenham relevância para a investigação deverão ser fotografados e transcritos.
Audiência de custódia
Na audiência de custódia realizada na tarde de sábado (3), o Ministério Público Estadual manifestou-se no sentido pela conversão do flagrante em preventiva, enquanto a defesa requereu a liberdade provisória.
Mas o juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias manteve a prisão cautelar pelos fundamentos expendidos em decisão anterior e ordenou que o indiciado fosse encaminhado ao sistema carcerário após exame de corpo de delito, antes do ingresso à Penitenciária local.