O Carnaval de 2025 foi marcado por muitas emoções, mas nenhum desfile brilhou tanto quanto o da Imperatriz Leopoldinense. Com o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon — Água fresca para o senhor de Ifón”, a escola de Ramos conquistou o tão cobiçado Estandarte de Ouro, sendo eleita a melhor escola do Grupo Especial. Além da vitória principal, a agremiação também levou os prêmios de Melhor Bateria e Melhor Enredo, consolidando sua grandiosidade na folia carioca.
A Imperatriz foi a primeira escola a se apresentar no desfile e encantou o público com sua narrativa clara e emocionante. O enredo, que mergulha na mitologia dos orixás e conta a história da jornada de Oxalá até o reino de Oyó, conquistou o júri com sua beleza visual e musical, reforçando a importância da educação sobre a cultura afro-brasileira no carnaval. A escolha do carnavalesco Leandro Vieira para contar a história com predominância da cor branca, representando Oxalá, e o uso de uma alegoria com cinco mil litros de água, criaram um desfile visualmente impactante e inesquecível.
Leandro Vieira, que já havia conquistado o Estandarte de Ouro com a Mangueira, destacou a importância de contar histórias com a força visual e musical das escolas de samba. “É uma alegria pensar que o enredo proposto pôde irrigar e potencializar os quesitos visuais e musicais da escola”, afirmou, emocionado pela resposta positiva do público e do júri.
A grande surpresa foi a conquista da bateria Swing da Leopoldina, que levou o Estandarte de Ouro pela primeira vez em mais de cinquenta anos. Sob o comando do Mestre Lolo, a bateria foi elogiada por sua consistência e pelo diferencial na escolha dos atabaques, que trouxeram um som marcante e potente à apresentação. “A rapaziada conseguiu dar seu melhor. A gente pegou uma bateria desacreditada e conseguimos fazer um bom trabalho”, disse Mestre Lolo, completando uma década à frente da bateria.
A Imperatriz não foi a única a brilhar. A Mocidade Independente de Padre Miguel, com seu enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”, também recebeu destaque, levando o prêmio de Melhor Comissão de Frente. O uso criativo de robôs na apresentação impressionou o público, que viu uma reflexão sobre inteligência artificial sendo incorporada ao desfile. Além disso, a escola foi reconhecida por sua fidelidade ao enredo e pela forma criativa de apresentar sua história, transformando tecnologia em um recurso estético bem integrado ao tema proposto.
Outro grande momento foi a premiação do casal de mestre-sala e porta-bandeira da Viradouro, Julinho Nascimento e Rute Alves, que conquistaram o Estandarte de Ouro pela quinta vez. O jurado destacou a elegância e o respeito ao pavilhão da escola, além da força ancestral que o casal transmitiu durante todo o desfile. “É uma emoção difícil de descrever. Esse prêmio é a consequência do que a gente prepara para o desfile”, comentou Julinho, emocionado pela conquista que também representou a superação pessoal e familiar após um ano difícil.
No quesito Melhor Samba-Enredo, a Beija-Flor de Nilópolis foi a grande vencedora com o samba “Laíla de Todos os Santos”. O samba homenageou Laíla, um dos grandes nomes do carnaval, e contou com versos e melodia que evocaram a memória do artista, que faleceu em 2021. O jurado também destacou a grande contribuição de Neguinho da Beija-Flor, eleito Personalidade do Ano, marcando sua despedida após 50 anos de carreira. O momento mais emocionante do desfile foi a entrada de Neguinho na Sapucaí, que emocionou a todos e representou a despedida de uma lenda do samba.
Além disso, o Salgueiro foi premiado pela sua ala de passistas, que desfilou com uma grande sinergia com a bateria. A escola mostrou a força feminina ao exibir uma ala formada por pombagiras, símbolos de proteção e poder. A Unidos da Tijuca também foi premiada com a ala das baianas, que representou o poder materno de Oxum, e a Grande Rio conquistou o prêmio de Melhor Ala com sua fantasia “Magia do Oriente”, que trouxe elementos místicos e ciganos. A fantasia, confeccionada por Anderson Souza, foi um sucesso e fez um belo paralelo entre as tradições culturais brasileiras e os encantos do Oriente, oferecendo um espetáculo de cor e luz.
A inovação também foi reconhecida, e o prêmio de Melhor Inovação foi para a Paraíso do Tuiuti, que levou para a Avenida o tema trans, com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, abordando a primeira travesti documentada do Brasil. A escola foi aplaudida pela coragem de trazer uma temática tão relevante para o carnaval, quebrando tabus e promovendo uma reflexão importante sobre identidade e respeito. Esse prêmio foi um marco na inclusão da diversidade nas festividades.
Além disso, a Paraíso do Tuiuti inovou ao trazer um conceito social para seu desfile, conquistando elogios pela forma como abordou questões de gênero, oferecendo visibilidade a um tema ainda pouco explorado nas grandes escolas de samba. A crítica positiva veio também pela forma criativa de trabalhar o visual e a simbologia no enredo, que tocou o público de maneira profunda.
O Carnaval 2025 foi um espetáculo de talento, emoção e história. As escolas de samba cariocas mais uma vez mostraram que são um dos maiores patrimônios culturais do Brasil, e os prêmios do Estandarte de Ouro celebraram as apresentações que emocionaram o público e garantiram um carnaval inesquecível. No fim das contas, o Estandarte de Ouro refletiu a riqueza da diversidade e a força da cultura popular brasileira.
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