O ano de 2025 começou com um saldo positivo no mercado de trabalho, puxado principalmente pela Indústria. De acordo com os dados do Novo Caged, divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o setor industrial foi responsável por 70.428 novos postos de trabalho com carteira assinada em janeiro. Esse número representa 51,3% dos 137.303 empregos formais criados no Brasil no primeiro mês do ano.
Um dado que chama atenção é que a maior parte dessas vagas foi ocupada por jovens com até 24 anos. No total, esse grupo preencheu 49,8 mil das novas oportunidades geradas na Indústria, o que equivale a 70,8% das contratações do setor. Isso mostra que, além de crescer, a Indústria tem sido um espaço importante para a inserção dos mais jovens no mercado de trabalho.
“Mais da metade dos empregos em janeiro, no Brasil, foi gerada pela Indústria. Uma ótima notícia, que mostra que o setor está fazendo a diferença na vida das pessoas e que estamos adotando as políticas corretas. Além de contratar mais, a Indústria está dando oportunidades aos jovens, gerando renda e melhorando a qualidade de vida de suas famílias”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Produção industrial cresce e reforça impacto no mercado de trabalho
O crescimento do emprego na Indústria acompanha o bom momento do setor. Em 2024, a produção industrial brasileira avançou 3,1%, o terceiro melhor resultado nos últimos 15 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O destaque ficou para a Indústria de Transformação, que cresceu 3,7% no ano. Além disso, houve um aumento significativo em áreas estratégicas, como Bens de Capital (+9,1%) e Bens de Consumo Duráveis (+10,6%), refletindo o avanço na produção e na demanda por trabalhadores.
Parte desse crescimento está ligado às políticas de incentivo lançadas pelo Governo Federal. Em janeiro de 2024, foi anunciada a Nova Indústria Brasil (NIB), um conjunto de programas voltados para o fortalecimento do setor, com investimentos públicos e privados que somam R$ 3,4 trilhões. Dentro desse plano, recursos do Plano Mais Produção (P+P), do Mover e de outros projetos visam impulsionar segmentos estratégicos como Agroindústria, Energia Renovável, Saúde, Siderurgia, Construção Civil e Defesa.
Setores que mais contrataram em janeiro
Além da Indústria, outros setores da economia também apresentaram crescimento na geração de empregos formais em janeiro. O setor de Serviços registrou saldo positivo de 45.165 novas vagas, seguido pela Construção Civil, com 38.373, e o setor Agropecuário, com 35.754 novos postos de trabalho.
Quando se observa a distribuição geográfica das contratações, 17 das 27 Unidades da Federação fecharam o mês com saldo positivo de empregos. Os estados que mais contrataram foram São Paulo (+36.125), Rio Grande do Sul (+26.732) e Santa Catarina (+23.062). Em contrapartida, alguns estados tiveram retração, como Rio de Janeiro (-12.960), Pernambuco (-5.230) e Pará (-2.203).
Jovens no mercado: oportunidades crescem, mas desafios continuam
Os dados do Caged também mostram uma tendência que vem se consolidando nos últimos anos: a maior presença dos jovens no mercado formal de trabalho. Em janeiro, trabalhadores com até 24 anos ocuparam 124,4 mil das novas vagas criadas no Brasil, o que representa 87,7% do total. Na Indústria, essa participação foi ainda mais expressiva, reforçando o papel do setor na absorção da mão de obra jovem.
Apesar do avanço, especialistas apontam que ainda há desafios a serem enfrentados, como a qualificação profissional e a necessidade de programas de capacitação que atendam às demandas do setor produtivo. Políticas que incentivam o ensino técnico e a aproximação entre empresas e instituições de ensino podem ser fundamentais para garantir que mais jovens tenham acesso a boas oportunidades de trabalho.
Com a Indústria puxando a retomada do emprego e os investimentos crescendo, a expectativa é de que o mercado de trabalho continue aquecido nos próximos meses. O desempenho do setor em 2025 será crucial para consolidar essa tendência e garantir que o crescimento econômico se traduza em mais oportunidades para a população.
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