O ano de 2024 terminou com um alerta para o bolso dos brasileiros. A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,52% em dezembro, fechando o ano com alta acumulada de 4,83%, informou o IBGE nesta sexta-feira (10). Esse resultado superou o teto da meta de inflação definida pelo governo, que era de 4,5%.
Por que a inflação de 2024 preocupa?
A inflação de 4,83% é a mais alta desde 2022, quando o IPCA atingiu 5,79%. Apesar de não ter ultrapassado as expectativas do mercado – que projetava um acumulado de 4,88% – o índice de 2024 está acima da meta e indica um ano de pressão nos preços para o consumidor.
O principal vilão foi o grupo Alimentação e Bebidas, que subiu 7,69% no ano, representando um impacto de 1,63 pontos percentuais no IPCA. Dentro desse grupo, itens como o café moído, que teve alta de impressionantes 39,6%, pesaram no bolso. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%) também influenciaram fortemente, especialmente com o aumento de 9,71% no preço da gasolina.
Por outro lado, alguns produtos ajudaram a conter a inflação. Passagens aéreas, por exemplo, caíram 22,20%, enquanto alimentos como tomate (-25,86%) e cebola (-35,31%) aliviaram o orçamento das famílias.
Banco Central na berlinda
Com o resultado acima do teto da meta, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, terá que enviar uma carta ao Congresso explicando por que o objetivo não foi cumprido. Desde que o regime de metas foi adotado em 1999, essa é a oitava vez que o país estoura o teto, sendo a mais recente em 2022.
Segundo Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos, o descumprimento da meta reforça a necessidade de políticas que controlem a alta de preços. “A economia precisa desacelerar e acomodar os salários. Isso é essencial para manter a inflação sob controle”, disse.
INPC e impacto nos reajustes
Outro índice importante, o INPC – que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos – fechou o ano em 4,77%. Esse dado é usado como referência para o reajuste de aposentadorias acima do salário mínimo.
O que esperar de 2025?
Para 2025, o mercado financeiro estima uma inflação de 4,99% e uma taxa Selic que pode chegar a 15%, de acordo com o último Boletim Focus. Além disso, a partir deste ano, o Banco Central passará a ter metas de inflação contínuas, precisando justificar qualquer descumprimento que durar mais de seis meses.
Como o consumidor pode se preparar?
Para enfrentar um cenário de inflação em alta, especialistas recomendam:
- Revisar o orçamento familiar e priorizar despesas essenciais;
- Pesquisar preços antes de comprar, especialmente de alimentos e combustíveis;
- Ficar atento às taxas de juros em financiamentos e créditos.
A inflação é um desafio para todos, mas com planejamento e informação, é possível minimizar os impactos no dia a dia.
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