Mato Grosso do Sul, 7 de junho de 2025
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Interpol inclui Carla Zambelli na lista vermelha e intensifica pressão internacional pela sua prisão

Decisão ocorre após ordem do Supremo Tribunal Federal que determinou a prisão da deputada federal, atualmente foragida nos Estados Unidos e sob risco iminente de extradição
Imagem - Edilson Rodrigues
Imagem - Edilson Rodrigues

A Interpol incluiu nesta quinta-feira, 5 de junho, o nome da deputada federal Carla Zambelli, do Partido Liberal de São Paulo, na difusão vermelha, um mecanismo de cooperação internacional que solicita às autoridades policiais de diversos países a localização e prisão provisória de indivíduos procurados, com vistas à sua extradição. A medida, articulada pela Polícia Federal brasileira, ocorre um dia após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão imediata da parlamentar.

O pedido formal de inclusão foi enviado pela Polícia Federal à sede da Interpol, em Lyon, na França, na quarta-feira. Segundo informações oficiais, Carla Zambelli teria deixado o território brasileiro recentemente, após ter sido condenada pela Primeira Turma do STF pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Seu destino inicial foi a Flórida, nos Estados Unidos, mas ela já manifestou intenção de seguir viagem para a Europa, o que motivou a urgência das autoridades brasileiras em acionar o sistema de cooperação internacional.

Em paralelo, Alexandre de Moraes agendou para esta sexta-feira, 6 de junho, uma sessão da Primeira Turma do STF para julgar o recurso apresentado pela defesa da deputada contra o pedido de prisão preventiva. A defesa alega que a medida é desproporcional, mas, para a Procuradoria-Geral da República (PGR), a detenção é imprescindível para assegurar a aplicação da lei penal.

Entre as determinações do ministro do STF, destaca-se o bloqueio de todos os passaportes da deputada, inclusive o de caráter diplomático, bem como de seus bens, contas bancárias, investimentos financeiros, veículos, imóveis, embarcações e aeronaves. A decisão judicial visa a garantir o pagamento das multas e a reparação dos danos causados, cujo valor mínimo foi fixado em dois milhões de reais.

Além disso, Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio de todas as redes sociais utilizadas por Carla Zambelli. As plataformas responsáveis por hospedar os perfis deverão preservar integralmente o conteúdo das contas e encaminhar os respectivos dados cadastrais ao Supremo Tribunal Federal. A Câmara dos Deputados também foi notificada para suspender o pagamento de salários e quaisquer verbas destinadas à parlamentar, redirecionando esses valores para a quitação da multa estipulada.

A decisão do Supremo foi motivada por parecer da Procuradoria-Geral da República. O procurador-geral, Paulo Gonet, frisou que não se trata de antecipação de cumprimento de pena, mas sim de uma medida necessária para evitar que a deputada se furte da aplicação da lei penal, diante da clara intenção de se evadir do país.

Em sua decisão, Moraes destacou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme ao permitir a decretação da prisão de réus que fujam do distrito da culpa, especialmente quando há demonstração inequívoca da pretensão de burlar a aplicação da lei. Para o ministro, as declarações e ações recentes de Carla Zambelli confirmam esse cenário, com indícios claros de que ela pretende insistir nas práticas criminosas, voltadas a descredibilizar instituições e atacar o Estado Democrático de Direito.

“Lamentavelmente, o intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo e reiterado, insistindo a condenada mesmo que de modo atabalhoado e confuso na divulgação de notícias fraudulentas, no ataque à lisura das eleições e nas agressões ao Poder Judiciário”, registrou Moraes em sua decisão.

De acordo com informações da Polícia Federal, Carla Zambelli deixou o Brasil no dia 25 de maio, cruzando a fronteira terrestre com a Argentina por Foz do Iguaçu, no Paraná. Posteriormente, viajou para os Estados Unidos, onde permanece. Em nota oficial, a parlamentar classificou a decisão do STF como “ilegal, inconstitucional e autoritária”.

A deputada também criticou a decisão que bloqueou a conta de Instagram de seu filho, João Zambelli, de 17 anos. “Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe”, declarou, numa tentativa de sensibilizar a opinião pública e reforçar sua narrativa de perseguição política.

O caso ganhou proporção internacional, especialmente após a inclusão de Carla Zambelli na lista vermelha da Interpol, tornando sua captura uma prioridade para autoridades policiais de mais de 190 países membros da organização. A medida sinaliza que, apesar das tentativas de fuga, a parlamentar enfrenta crescentes dificuldades para escapar do cerco jurídico e policial, num dos episódios mais emblemáticos da atual tensão entre o Judiciário brasileiro e figuras políticas acusadas de minar as instituições democráticas.

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