Mato Grosso do Sul, 21 de junho de 2025
Campo Grande/MS
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Inverno brasileiro convida a viajar: serras congelantes e paraísos de calor revelam contrastes únicos do país

Da neve da Serra Catarinense às praias sazonais da Amazônia, a estação mais fria do ano revela destinos surpreendentes para os que buscam aconchego ou refúgio solar
Festa Junina no Nordeste
Festa Junina no Nordeste

O inverno brasileiro, ainda que modesto em temperaturas quando comparado aos rigores do hemisfério norte, chega com um charme singular e um convite irresistível à descoberta de paisagens que se transfiguram sob a luz difusa dos dias frios e das noites alongadas. É tempo de retirar os casacos dos armários, acender lareiras e buscar os destinos que, nos quatro cantos do país, oferecem experiências singulares de frio ou calor, silêncio serrano ou celebrações tropicais.

Para além da imagem cristalizada das cidades da Serra Gaúcha, o inverno no Brasil é um retrato de contrastes geográficos e climáticos. É possível encontrar geadas ao amanhecer em São Joaquim, em Santa Catarina, e, no mesmo dia, praias douradas à beira do Tapajós, na Amazônia paraense. É essa diversidade que faz do Brasil um território ideal para todos os gostos: do viajante que busca o aconchego do vinho e da gastronomia colonial ao que prefere mergulhos em águas mornas e cristalinas.

Sul gelado e encantador

O Sul do Brasil é, indiscutivelmente, o protagonista da estação. Em Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, o inverno se manifesta em ruas floridas, fachadas de arquitetura germânica e temperaturas próximas de zero grau. Os fondues aquecem as mesas, o chocolate artesanal ganha ainda mais sabor, e as vinícolas do entorno oferecem degustações sob o frio da serra. Com atrações como o parque Snowland, que simula neve o ano inteiro, as cidades mantêm o posto de principais destinos de inverno do país.

Hospedagem recomendada: Hotel Ritta Höppner, com chalés com lareira e gastronomia típica.
Atração sugerida: Rua Coberta e Mini Mundo, além de visitas às vinícolas de Bento Gonçalves.
Estimativa de gastos: De R$ 2.500 a R$ 3.500 por pessoa.
Transporte e acesso: Aeroporto de Caxias do Sul (RS) com conexão via Porto Alegre; traslado por ônibus ou carro alugado.

Mais adiante, Bento Gonçalves transforma o Vale dos Vinhedos em um refúgio bucólico. O frio acentua o aroma dos vinhos e convida à imersão na culinária italiana típica da imigração. Ao norte, a Serra Catarinense apresenta a face mais fria do Brasil. Urubici, São Joaquim e Urupema figuram entre os locais com as menores temperaturas do país. A paisagem das araucárias cobertas de gelo, os cânions e o traçado sinuoso da Serra do Rio do Rastro revelam uma beleza quase europeia, de difícil comparação.

Hospedagem recomendada: Morada dos Canyons, em Praia Grande (SC), para contemplação dos cânions.
Atração sugerida: Parque Nacional de São Joaquim e mirantes da Serra do Rio do Rastro.
Estimativa de gastos: De R$ 2.200 a R$ 3.000 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso por carro a partir de Criciúma ou Florianópolis (SC), com trechos sinuosos nas serras.

O Sudeste e suas montanhas acolhedoras

As serras do Sudeste também reservam destinos clássicos. Campos do Jordão, em São Paulo, assume sua faceta mais vibrante no inverno, impulsionada pelo Festival de Inverno que movimenta a cidade com música clássica, teatro e gastronomia. A chamada “Suíça Brasileira” mistura arquitetura alpina com lojas requintadas e um clima elegante e movimentado.

Hospedagem recomendada: Hotel Toriba, cercado por pinheiros e com vista panorâmica.
Atração sugerida: Auditório Claudio Santoro e passeio no Parque Amantikir.
Estimativa de gastos: De R$ 2.800 a R$ 4.200 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso facilitado por rodovia desde São Paulo (180 km) com opções de ônibus executivo.

Em Minas Gerais, Monte Verde torna-se o abrigo ideal para casais em busca de romantismo, com pousadas que oferecem lareiras, trilhas entre montanhas e o silêncio necessário ao descanso. No Rio de Janeiro, Visconde de Mauá une rusticidade, natureza e gastronomia de qualidade, cercada por cachoeiras e por um frio sutil que inspira longos jantares à luz de velas.

Hospedagem recomendada: Pousada Águas de Mauá.
Atração sugerida: Cachoeira do Escorrega e circuito das trutas.
Estimativa de gastos: De R$ 1.800 a R$ 2.600 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso por via terrestre a partir de Resende (RJ) com trechos íngremes em estrada rural.

Nordeste surpreendente

Se o imaginário popular associa o Nordeste ao calor perene, o inverno surpreende em locais como Garanhuns, em Pernambuco, que sedia um dos maiores festivais culturais do país. A cidade, apelidada de “Suíça Pernambucana”, combina clima ameno, atividades artísticas e jardins floridos.

Hospedagem recomendada: Garanhuns Palace Hotel.
Atração sugerida: Festival de Inverno e Relógio das Flores.
Estimativa de gastos: De R$ 1.600 a R$ 2.200 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso via Recife ou Maceió, com conexão rodoviária para Garanhuns.

No Ceará, Guaramiranga, escondida no Maciço de Baturité, encanta com vegetação atlântica, cafés artesanais e festivais de jazz e blues. Já na Bahia, a cidade de Piatã, na Chapada Diamantina, destaca-se como a mais alta do Nordeste. As noites podem registrar menos de 10°C, ideal para quem quer fugir do calor e ainda desfrutar de um dos mais belos biomas do Brasil.

Hospedagem recomendada: Pousada Flor da Chapada, em Piatã.
Atração sugerida: Roteiro dos cafés de sombra e mirante do Pico do Itobira.
Estimativa de gastos: De R$ 1.500 a R$ 2.400 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso via Salvador ou Lençóis (BA), com trecho final por estrada de terra.

Centro-Oeste de clima seco e céu estrelado

No Centro-Oeste, o inverno é marcado pela seca, o que favorece passeios ecológicos, observação de estrelas e o surgimento de noites frias. Em Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, os paredões de arenito ganham coloração intensa ao entardecer, enquanto o festival local agita as noites frias da cidade.

Hospedagem recomendada: Pousada Penhasco, com vista para o Vale do Rio Claro.
Atração sugerida: Cachoeira Véu de Noiva e o Morro dos Ventos.
Estimativa de gastos: De R$ 1.700 a R$ 2.300 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso rodoviário curto a partir de Cuiabá (MT), com boa estrutura turística.

Em Pirenópolis, Goiás, casarões coloniais e trilhas escondidas tornam-se ainda mais convidativos sob o clima ameno de julho. Já em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, o Pantanal vive a chamada “estação das secas”, quando os campos se tornam mais acessíveis e os animais se mostram em abundância, oferecendo um espetáculo da vida selvagem sob o céu limpo de inverno.

Hospedagem recomendada: Fazenda San Francisco, no Pantanal Sul.
Atração sugerida: Safári fotográfico e focagem noturna de animais.
Estimativa de gastos: De R$ 2.000 a R$ 2.800 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso via Campo Grande com trecho rodoviário até Corumbá; muitos pacotes incluem translado.

Norte quente e tropical

E para aqueles que desejam exatamente o oposto do inverno tradicional, o Norte é o refúgio perfeito. Em Santarém, no Pará, durante os meses de junho a dezembro, ocorre o chamado “inverno amazônico”, quando o nível do rio Tapajós baixa e revela as famosas praias sazonais de Alter do Chão. É a estação ideal para explorar a Amazônia com tempo seco, trilhas acessíveis e o sol forte iluminando igarapés, florestas e comunidades ribeirinhas.

Hospedagem recomendada: Beloalter Hotel, à beira do Tapajós.
Atração sugerida: Passeio às praias de Areia Branca, Ponta de Pedras e Floresta Nacional do Tapajós.
Estimativa de gastos: De R$ 2.000 a R$ 3.000 por pessoa.
Transporte e acesso: Acesso por voo até Santarém, com traslado terrestre de 30 km até Alter do Chão.

O Norte se apresenta como uma alternativa vibrante e luminosa, com um inverno de calor tropical, onde o turista troca o vinho pelo açaí gelado e as botas pelas sandálias. As possibilidades são infinitas: passeios de barco, observação da fauna, pesca artesanal e vivências culturais únicas ao lado de povos originários.

Uma estação, muitos destinos

O inverno no Brasil não se limita ao frio. Ele é, sobretudo, um convite à diversidade, à redescoberta de paisagens e à valorização da cultura regional. É a época em que o país revela contrastes de altitude, temperatura, vegetação e estilo de vida. Se há quem busque o aconchego de uma serra silenciosa, há também quem encontre, sob o mesmo céu de junho, o brilho de um sol amazônico refletido em águas cristalinas.

No Brasil, o inverno é plural, é viagem e é reencontro com a beleza dos extremos. Cabe ao viajante escolher se deseja o calor da lareira ou o frescor de um rio.

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