A interiorização da infraestrutura energética em Mato Grosso do Sul ganha novo impulso com a conclusão do projeto de construção do mais recente gasoduto da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás), que ligará Três Lagoas ao município de Inocência. O novo ramal, com 125 quilômetros de extensão e orçamento estimado em R$ 160 milhões, foi idealizado para atender à demanda energética da futura fábrica de celulose da multinacional chilena Arauco, com previsão de operação a partir de 2027.
O contrato firmado entre a MSGás e a Arauco assegura o fornecimento contínuo de gás natural por 20 anos, com expectativa de gerar uma receita acumulada de R$ 1,2 bilhão para a companhia estatal. A magnitude do projeto e o peso da empresa beneficiada posicionam a obra como uma das mais relevantes da década para o setor energético sul-mato-grossense.
O gasoduto será traçado a partir da estação de compressão localizada às margens da BR-158, em Três Lagoas, seguindo pelas rodovias estaduais MS-320 e MS-377 até alcançar a planta industrial da Arauco em Inocência. Segundo o planejamento da companhia, as obras estão programadas para iniciar em maio de 2026.
Para a CEO da MSGás, Cristiane Schmidt, este projeto representa mais do que uma ampliação da infraestrutura energética: simboliza o amadurecimento do setor de gás natural no estado. “A MSGás está preparada para atender à crescente demanda do setor florestal, com soluções modernas, sustentáveis e de longo prazo. Esta é a segunda grande parceria no Vale da Celulose, somando-se ao contrato com a Suzano em Ribas do Rio Pardo. Isso fortalece a interiorização do gás e sua aplicação em diversas frentes, como o transporte de carga”, declarou.
O diretor Técnico e Comercial da companhia, Fabricio Marti, também ressalta o caráter estratégico do investimento. “Trata-se de um compromisso de longo prazo com a industrialização sustentável do estado. A infraestrutura necessária é robusta, e a operação reforça a vocação de Mato Grosso do Sul como território de inovação e desenvolvimento verde”, afirmou.
A expectativa da MSGás é que a execução da obra não apenas abasteça a planta industrial da Arauco, mas que sirva como catalisador para novas conexões nas regiões por onde o gasoduto passará. Municípios como Água Clara e Aparecida do Taboado poderão ser contemplados em futuras expansões da rede, consolidando a integração energética entre o leste e o norte do estado.
Além disso, o novo ramal integra um plano maior da empresa para fomentar o uso do gás natural veicular (GNV) em rotas de transporte de carga. Com os chamados corredores sustentáveis, a companhia quer viabilizar a migração de frotas pesadas para o uso de combustível limpo, com menor impacto ambiental e maior competitividade logística.
Atualmente, a MSGás já atende mais de 24 mil unidades consumidoras em Mato Grosso do Sul, com uma malha de 530 quilômetros de rede de gás canalizado. O fornecimento alcança os segmentos residencial, comercial, industrial, de cogeração e os postos de GNV em Campo Grande e Três Lagoas.
O projeto é considerado um marco para a chamada “economia de transição” no estado, em que se alia o crescimento industrial ao compromisso com práticas sustentáveis e à redução da pegada de carbono. A conexão com a fábrica da Arauco, que será uma das maiores do país, impulsionará a geração de empregos, o desenvolvimento da cadeia produtiva florestal e a arrecadação tributária nas regiões envolvidas.
Com os investimentos agora formalizados e o processo licitatório em curso com publicação no Diário Oficial do Estado e prazo para apresentação de propostas até 14 de julho Mato Grosso do Sul consolida sua liderança no setor de base florestal e sua aposta em infraestrutura de baixo carbono como vetor de crescimento econômico regional.
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