A inflação no Brasil registrou queda no preço dos itens de alimentação, que ficaram 0,44% mais baratos. Contribuíram para isso as quedas da cenoura (-21,60%), do tomate (-17,94%), da cebola (-7,89%) e das frutas (-2,88%). A alteração caminha para equilibrar o índice apontado em junho, quando a média de preço da comida e bebida subiu 0,98%.
O aumento dos combustíveis e das passagens aéreas, porém, levaram o índice para bem perto do teto da meta estabelecida para o ano. Em 12 meses, a inflação acumula 4,45% de variação. A meta para 2024 é 3%, com tolerância de 1,5 ponto – ou seja, até 4,5%.
O acumulado da inflação foi divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual é referente ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, o IPCA.
O IPCA-15 tem a mesma metodologia do IPCA. Ele é medido entre a segunda quinzena e a primeira quinzena de cada mês. Já o IPCA mede a inflação em cada mês do calendário.
Em julho, o IPCA-15 registrou alta de 0,3%. Ficou, portanto, abaixo do registrado no mês passado, quando ele fechou em 0,39%. Em compensação, ele foi 0,37 ponto maior do que o verificado em julho de 2023, quando fechou em – 0,07%.
Segundo o IBGE, a alta neste mês foi pressionada por itens de transportes, que subiram 1,12% do final de junho até a primeira quinzena de julho. Esse aumento, por sua vez, ocorreu pela alta das passagens aéreas, que subiram 19,21%. Os combustíveis aumentaram 1,39%, puxados pela alta de 1,43% da gasolina, de 1,78% do etanol e de 0,09% do óleo diesel.
No último dia 8, a Petrobras reajustou os preços dos combustíveis vendidos a distribuidoras por conta do aumento do dólar.
Sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços em julho. Além dos Transportes, o grupo Habitação, que teve a maior alta percentual entre os grupamentos, com 0,49%, além de um impacto no índice de 0,07 p.p.
Veja abaixo a variação dos grupos em julho
- Alimentação e bebidas: -0,44%;
- Habitação: 0,49%;
- Artigos de residência: 0,24%;
- Vestuário: -0,08%;
- Transportes: 1,12%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,33%;
- Despesas pessoais: 0,32%;
- Educação: 0,06%;
- Comunicação: 0,09%.
Alimentação tem queda
O grupo Alimentação e bebidas teve um recuo de 0,44% em julho, a primeira deflação do grupo em oito meses.
Nesse período, a safra agrícola foi amplamente afetada pelos fenômeno climático El Niño. E, quando se esperava que a influência diminuísse, houve a tragédia das enchentes do Rio Grande do Sul, que prejudicou uma cesta de produtos locais, como o arroz.
Em julho, o subgrupo de Alimentação no domicílio registrou deflação de 0,70%. Segundo o IBGE, contribuíram para esse resultado as quedas da cenoura (-21,60%), do tomate (-17,94%), da cebola (-7,89%) e das frutas (-2,88%). Ainda houve alta do leite longa vida (2,58%) e o café moído (2,54%).
Já a Alimentação fora do domicílio teve alta de 0,25%, mas desacelerou em relação a junho (0,59%). Foram registradas das altas menos intensas do lanche (de 0,80% para 0,24%) e da refeição (0,51% para 0,23%).
Alta da gasolina
A gasolina foi o segundo item entre os que tiveram maior participação no resultado do IPCA-15 de julho. No início do mês, a Petrobras reajustou os preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras. O último reajuste da gasolina feito pela Petrobras havia sido em outubro de 2023.
Como consequência, o preço médio do litro da gasolina na bomba, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), já subiu quase 5% nas últimas duas semanas.
O combustível foi comercializado, em média, a R$ 6,13 maior valor registrado no atual governo Lula (PT). O preço máximo do combustível encontrado nos postos foi de R$ 7,99, segundo a ANP.