O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (Ipca) registrou uma alta de 1,31% em fevereiro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) nesta quarta-feira (12). Esse resultado representa um aumento significativo em relação à taxa de janeiro, que havia sido de 0,16%, e marca o maior nível de inflação para o mês de fevereiro desde 2003, quando o índice chegou a 1,62%.
A alta foi impulsionada principalmente pelo aumento expressivo de 16,80% na energia elétrica residencial, que sozinho contribuiu com 0,56 ponto percentual para o indicador geral. O fim do Bônus de Itaipu, que havia reduzido as tarifas no mês anterior, foi um dos fatores determinantes para esse reajuste.
Apesar do impacto significativo, o resultado já era esperado pelo mercado. Analistas consultados pela Lseg projetavam uma elevação de 1,3% para o período, o que demonstra que a inflação segue dentro das previsões dos especialistas.
Energia elétrica puxa a inflação para cima
O grande vilão da inflação em fevereiro foi a energia elétrica residencial. Com o reajuste tarifário, o grupo habitação teve uma forte aceleração, saindo de -3,08% em janeiro para 4,44% em fevereiro. Esse grupo sozinho respondeu pelo maior impacto no Ipca, com 0,65 ponto percentual.
Mensalidades escolares sobem e pressionam orçamento das famílias
O setor de educação também teve um peso significativo no índice de fevereiro, com uma variação de 4,70% e impacto de 0,28 ponto percentual. Esse aumento está ligado ao reajuste anual das mensalidades escolares, com destaque para os seguintes segmentos:
Ensino fundamental: +7,51% Ensino médio: +7,27% Pré-escola: +7,02%
O peso das matrículas nas escolas particulares reforça o impacto da inflação no início do ano letivo, afetando diretamente o planejamento financeiro das famílias brasileiras.
Preços dos alimentos têm alta moderada, mas ovos e café disparam
O grupo alimentação e bebidas teve uma alta de 0,70%, desacelerando em relação ao aumento de 0,96% registrado em janeiro. No entanto, alguns produtos tiveram reajustes expressivos:
Ovo de galinha: +15,39% Café moído: +10,77%
O aumento no preço dos ovos se deve às exportações aquecidas após problemas sanitários relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, além do crescimento da demanda com o retorno das aulas. Já a alta no café é reflexo de dificuldades na safra nacional.
Por outro lado, alguns produtos apresentaram queda nos preços, como a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
Combustíveis seguem em alta e impactam transporte
O grupo transportes registrou alta de 0,61%, desacelerando em relação ao aumento de 1,30% registrado em janeiro. Apesar disso, os combustíveis continuaram subindo, pressionados pelo reajuste do ICMS. As principais variações foram:
Óleo diesel: +4,35% Etanol: +3,62% Gasolina: +2,78%
A gasolina, devido ao seu peso no cálculo do Ipca, foi o segundo maior impacto individual no indicador, contribuindo com 0,14 ponto percentual.
Inflação das famílias de menor renda também sobe
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (Inpc), que mede a inflação para famílias de menor renda, subiu 1,48% em fevereiro, após ter registrado variação nula em janeiro. Esse foi o maior aumento para o mês desde 2003 e a maior alta mensal desde março de 2022.
No acumulado do ano, o Inpc subiu 1,48%, enquanto nos últimos 12 meses a alta foi de 4,87%, acima dos 4,17% registrados anteriormente. A energia elétrica teve um impacto ainda maior nesse indicador, pois pesa mais na cesta de consumo das famílias de baixa renda.
A variação dos produtos alimentícios desacelerou de 0,99% em janeiro para 0,75% em fevereiro, enquanto os itens não alimentícios passaram de -0,33% para 1,72% no mesmo período.
A alta do Ipca em fevereiro acendeu um alerta sobre a inflação e seu impacto direto no custo de vida da população. O mercado segue acompanhando os desdobramentos e as próximas medidas que poderão ser adotadas pelo governo para conter o avanço dos preços.
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