Investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) indicam que atuação do ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega não se limitava a assassinatos, agiotagem e negócios juntos à milícia do Rio das Pedras e da Muzema, ambas comunidades na zona oeste do Rio.
Adriano era o dono de pontos de máquinas caça-níquel pela cidade e o dinheiro obtido com a exploração criminosa dos equipamentos era revertido para investimentos em terras, gado e cavalos.
Adriano morreu em um confronto com a polícia baiana em 9 de fevereiro do ano passado. No dia seguinte, uma das irmãs, Tatiana, viajou até a cidade de Lagoinhas, na Bahia, para reconhecer o corpo do ex-policial, que estava no Instituto Medico Legal (IML).
No dia 11, dois dias depois que o miliciano foi morto, Tatiana e a outra irmã de Adriano, Daniela, conversaram sobre o irmão. O bate-papo foi interceptado com autorização da Justiça. Tatiana disse que Adriano confessou a ela que não iria se entregar.
Ainda na conversa, Tatiana falou para Daniela sobre a atividade do irmão junto à contravenção, mas reforçou: “Não era miliciano, mas sim bicheiro”.
Ainda segundo as investigações do Ministério Público estadual começaram quando o então policial virou chefe de segurança de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, morto em setembro de 2011, e da mulher dele, Shanna Garcia, filha de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho.
De acordo com as investigações, quando Zé Personal foi morto, Adriano já administrava máquinas de caça-níquel pela cidade. Em depoimento à polícia, na ocasião, Shanna Garcia contou que Adriano auxiliava Zé Personal na gestão dos pontos.