Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Israel começa a inundar túneis do Hamas com água do mar, diz autoridade dos EUA

Autoridades israelenses mencionadas pela publicação dizem que os túneis têm sido fundamentais para as ações do Hamas nos campos de batalha. Integrantes do grupo se deslocam pelas estruturas subterrâneas e armazenam foguetes e outras munições nos locai

O Exército de Israel começou a bombear água do mar para inundar o vasto sistema de túneis construído pelo Hamas na Faixa de Gaza, segundo o jornal americano The Wall Street Journal nesta terça-feira (12). A estratégia, considerada controversa, busca inabilitar as estruturas subterrâneas usadas por terroristas na guerra em curso há mais de dois meses.

Autoridades israelenses mencionadas pela publicação dizem que os túneis têm sido fundamentais para as ações do Hamas nos campos de batalha. Integrantes do grupo se deslocam pelas estruturas subterrâneas e armazenam foguetes e outras munições nos locais. Líderes da organização ainda estariam abrigados e coordenando ataques em espécies de centros de comando no complexo.

Gaza inclui um emaranhado de quase 500 quilômetros de túneis, segundo o Hamas. Militares israelenses relatam que integrantes do grupo usam a estrutura em táticas clássicas de guerrilha para “atacar e fugir”.

O Ministério da Defesa israelense não comentou sobre a tática de bombear água – um porta-voz da pasta disse que as operações nos túneis são confidenciais. A inundação, que levaria semanas, começou no mês passado, após a instalação de bombas e testes feitos pelas forças de Tel Aviv, de acordo com autoridades dos Estados Unidos.

Funcionários do governo Biden manifestaram o temor de que a estratégia possa ser ineficaz e colocar em perigo o abastecimento de água doce no território palestino. Em 2015, o Egito utilizou água do mar para inundar túneis operados por contrabandistas sob a passagem fronteiriça de Rafah, o que suscitou queixas de agricultores em relação a colheitas perdidas, ainda segundo o Wall Street Journal.

Efeito colateral também grave seria arriscar a vida de reféns que continuam em cativeiros na Faixa de Gaza, uma vez que é nesses mesmos túneis que a maioria deles estaria presa. Durante sete dias de cessar-fogo firmado no mês passado, 105 pessoas sequestradas em 7 de outubro foram libertadas pelo Hamas, mas outras 130 ainda estariam sob a mira dos terroristas.

Israel acusa os terroristas do Hamas de se esconderem em túneis construídos próximos a locais sensíveis da infraestrutura civil, incluindo escolas e hospitais. As Forças Armadas de Israel anunciaram em novembro a descoberta de um túnel de 55 metros de comprimento e 10 metros de altura localizado embaixo do hospital Al-Shifa, o maior de Gaza a facção nega ter usado o local na guerra contra Israel.

Apesar de bombardeios diários contra Gaza, a maior parte dos túneis continua intacta. Por isso, os militares israelenses têm procurado atacar a rede em ataques aéreos e com explosivos, além da estratégia inundar o complexo com água do mar. Os militares ainda usam drones e robôs nas operações subterrâneas.

Palestinos observam área destruída em Rafh, ao Sul de Gaza — Foto: MOHAMMED ABED

Diante das ofensivas israelenses a todo o vapor, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, sob controle do Hamas desde 2007, acusou o Exército de Israel nesta terça (12) de atacar um hospital no norte do território palestino, sob bombardeio desde o começo da guerra.

“As forças de ocupação israelenses estão atacando o hospital Kamal Adwan depois de cercar e bombardear o local durante vários dias”, afirmou o porta-voz da pasta, Ashraf al-Qudra. Os soldados, segundo ele, “estão reagrupando os homens, incluindo os profissionais de saúde, no pátio do hospital”. “Tememos que os prendam ou os matem os profissionais.”

A agência de assuntos humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês) afirma que o hospital “continua cercado por tropas e tanques israelenses”. “Há relatos de combates com grupos armados nas suas imediações por três dias consecutivos”, disse a entidade. Atualmente, o centro de saúde atende a 65 pessoas, incluindo 12 crianças na UTI e seis recém-nascidos em incubadoras.

Além dos pacientes, o local abriga quase 3.000 palestinos que se deslocaram por causa da guerra e aguardam uma operação de resgate sob “escassez extrema de água, comida e energia elétrica”, relatou a Ocha, citando relatos vindos do local.

Civis costumam procurar hospitais para se abrigarem durante um conflito armado, uma vez que esses espaços, em tese, estão protegidos pelas regras do direito internacional que regem situações de guerra.

Os atuais combates que se desenrolam na Faixa de Gaza, porém, não têm poupado profissionais de saúde e hospitais. As tropas israelenses já entraram em outros centros médicos de Gaza nas últimas semanas, como o hospital Al-Shifa, o maior do território.

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