Na construção de uma carreira artística, muitas vezes o brilho da estreia pode esconder o caminho árduo que se segue. Foi o que viveu o ator José Loreto, hoje com 41 anos, ao recordar os anos de incertezas e recomeços que sucederam sua primeira aparição marcante na televisão. A fama repentina como o personagem Marcão, da temporada de 2005 de Malhação, o fez acreditar que a jornada estava garantida. No entanto, ao contrário da expectativa, a realidade do ofício revelou-se bem mais exigente e instável.
“Depois dessa Malhação, fiquei sete anos sem contrato fixo. Foi um tempo difícil, que me exigiu muito emocionalmente. Meu pai ficava insistindo: ‘Volta para casa, volta para Economia’. Mas eu não cedi. Usei esse período para me formar em cinema, em teatro, fundar um grupo e viver do palco, mesmo que no zero a zero”, relembrou o ator, em entrevista ao podcast “Inteligência Ltda”, comandado por Rogério Vilela.
Durante esse intervalo entre a euforia da estreia e a consagração definitiva, José Loreto buscou alternativas de sustento e visibilidade. Ele integrou o elenco da novela Os Mutantes, na TV Record, e fez participações pontuais em produções da Globo. Em paralelo, manteve-se ativo em eventos, como jogos beneficentes com celebridades, percorrendo longas distâncias de ônibus, ganhando cachês modestos, mas garantindo o essencial para continuar na estrada da atuação.
A grande virada veio apenas em 2012, quando interpretou Darkson, o feirante romântico e apaixonado por Tessália, em Avenida Brasil. A novela, que se tornaria um fenômeno nacional, marcou o ponto de inflexão na vida do ator. “Avenida Brasil foi um outro turning point na minha vida. A partir dali, comecei a emendar uma novela atrás da outra”, declarou Loreto.
Após o sucesso em Avenida Brasil, a carreira do ator tomou novo rumo, com participações em produções como Flor do Caribe (2013), Boogie Oogie (2014), Haja Coração (2016), Espelho da Vida e O Sétimo Guardião (2018), Pantanal (2022), Vai na Fé (2023) e No Rancho Fundo (2024). Mesmo com o reconhecimento e estabilidade profissional, ele admite que o caminho da arte é imprevisível. “Minha carreira é como uma montanha-russa. Cada novo trabalho traz incertezas e pode gerar frustrações, mas é isso que também alimenta minha paixão pelo que faço”, afirmou.
Além dos folhetins, Loreto também participou de séries e especiais, consolidando sua versatilidade como intérprete. Agora, ele se prepara para um novo desafio: dar vida a Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., falecido em 2013, na cinebiografia baseada no livro “Se não eu, quem vai fazer você feliz? Minha história de amor com Chorão”, de Graziela Gonçalves, viúva do cantor.
Com o projeto, o ator mergulha em um universo de fortes emoções, marcado por uma trajetória real de amor, música, dependência e superação. A preparação exige não apenas transformação física, mas um mergulho psicológico na figura emblemática de Alexandre Magno Abrão, conhecido por sua intensidade artística e pela conexão visceral com os fãs.
A história de José Loreto é, em si, um exemplo do que representa acreditar no ofício artístico mesmo diante dos tropeços iniciais. O glamour da televisão, tantas vezes associado à estabilidade e reconhecimento, nem sempre se traduz em certezas para quem vive da atuação. Sua jornada, marcada pela persistência, revela que o sucesso, mais do que um destino imediato, é uma conquista construída em cada passo, com coragem, estudo e humildade.
#JoseLoreto #Malhacao2005 #AvenidaBrasil #CarreiraDeAtor #SuperacaoNaArte #TelevisaoBrasileira #ChoraoCinebiografia #CinemaNacional #FamaEFrustracao #PodcastInteligenciaLtda #NovelasDaGlobo #BastidoresDaFama
