Na tarde deste domingo (16), um jovem de 21 anos foi sequestrado, espancado e torturado por quatro homens no Jardim Noroeste, em Campo Grande, após ser acusado por moradores de furtar um celular. O crime, que envolveu a participação de faccionados e foi orquestrado por “chefes” da facção, gerou grande comoção no bairro e teve um desfecho dramático, mas que contou com a atuação rápida e eficaz da Polícia Militar.
Segundo informações do boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por volta das 14h, depois que o jovem foi visto sendo forçado a entrar em um veículo Fiat Uno, aparentemente contra sua vontade. Durante rondas pelo bairro, uma equipe da PM avistou o carro suspeito na Rua Vaz de Caminha e tentou realizar uma abordagem, mas o motorista fugiu em alta velocidade, desobedecendo a ordem de parada.
A perseguição continuou pelas ruas do bairro, até que, na Rua Barbacena, os policiais conseguiram alcançar o veículo e abordar os ocupantes. Durante a abordagem, um dos suspeitos informou que havia sido retirado à força de sua casa pelos comparsas, que haviam recebido ordens de superiores da facção para cobrar uma dívida da vítima. O relato dos criminosos foi uma confirmação das suspeitas da polícia de que a tortura era parte de uma execução imposta pela facção.
Os criminosos admitiram à polícia que haviam agredido fisicamente o jovem como forma de punição por ele ter furtado um celular, e todos os envolvidos são membros de facções criminosas. Dois dos agressores estavam usando tornozeleiras eletrônicas, o que levantou ainda mais a suspeita de que o crime estivesse sendo orquestrado por ordens superiores, com a intenção de intimidar e fazer valer a “lei” imposta pelos traficantes.
Após a abordagem, a polícia descobriu que o veículo utilizado no crime tinha registro de roubo e furto. Por esse motivo, o carro foi apreendido e levado para a Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv). A vítima, que apresentava múltiplas lesões no corpo devido às agressões, foi socorrida no local e encaminhada com urgência para a Santa Casa, onde recebeu atendimento médico.
O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Cepol, sob as acusações de sequestro, cárcere privado, receptação, desobediência e tortura. A Polícia Civil agora investiga o envolvimento de outros membros da facção e trabalha para identificar os “chefes” que teriam dado a ordem para a execução do crime.
A violência relacionada a facções criminosas segue sendo um desafio para a segurança pública, com ações como essa demonstrando a necessidade de medidas mais eficazes para combater o poder paralelo que age nas comunidades. O caso deste domingo reforça a importância de um trabalho integrado entre as forças policiais e a comunidade para evitar que crimes desse tipo se tornem mais comuns e recorrentes.
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